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Estado de Minas DINHEIRO

Cr�dito mais caro ao consumidor inibe crescimento do Brasil em 2022

Com a alta dos juros, custo dos empr�stimos deve continuar a subir e compras a prazo pesar�o mais no bolso do consumidor


05/01/2022 08:39 - atualizado 05/01/2022 08:54

O crédito ao consumidor vai ficar cada vez mais caro
O cr�dito ao consumidor vai ficar cada vez mais caro (foto: foto ilustrativa)

O consumidor que estiver pensando em contrair empr�stimos deve fazer bem as contas dos gastos no or�amento, porque o cr�dito vai ficar cada vez mais caro, alertam especialistas. Devido � infla��o mais forte, a taxa b�sica de juros (Selic), que come�ou 2021 em 2% ao ano, encerrou dezembro em 9,25%, e dever� continuar subindo e ficar acima de dois d�gitos pela primeira vez desde maio de 2017. Logo, comprar a prazo, desde uma simples roupa at� a casa pr�pria ter� um custo maior ao longo deste novo ano.

 

O consumidor que estiver pensando em contrair empr�stimos deve fazer bem as contas dos gastos no or�amento, porque o cr�dito vai ficar cada vez mais caro, alertam especialistas. Devido � infla��o mais forte, a taxa b�sica de juros (Selic), que come�ou 2021 em 2% ao ano, encerrou dezembro em 9,25%, e dever� continuar subindo e ficar acima de dois d�gitos pela primeira vez desde maio de 2017. Logo, comprar a prazo, desde uma simples roupa at� a casa pr�pria ter� um custo maior ao longo deste novo ano.

Especialistas avaliam que, com a alta da Selic, essa alavanca do consumo e do investimento produtivo n�o dever� ajudar muito no crescimento da economia. Ao justificar a previs�o de queda de 0,5% no PIB em 2021, Luka Barbosa, economista s�nior do Ita� Unibanco, conta que um dos principais motivos da revis�o � justamente a alta dos juros, que dever� limitar a oferta de cr�dito para pessoas f�sicas e jur�dicas. O banco prev� a Selic encerrando este ano em 11,75%, passando para 8%, em 2023, ano em que o pa�s dever� crescer 1%.

Carlos Thadeu de Freitas Gomes, economista-chefe da Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo (CNC) reconhece que o consumo neste ano pode ser negativo, devido �s restri��es de acesso ao mercado de cr�dito para os brasileiros, que est�o cada vez mais endividados. Em novembro, o n�vel de endividamento das fam�lias brasileiras medido pela entidade chegou a 75,6%, considerando aquelas que ganham at� 10 sal�rios m�nimos mensais. Ele lembra ainda que, como os juros reais b�sicos (descontada a infla��o) devem ficar de 6% ao ano, "o crescimento do PIB em 2022 ser� desafiador".

BC est� sozinho

O economista Mailson da N�brega, ex-ministro da Fazenda do governo Jos� Sarney e s�cio da Tend�ncias Consultoria, destaca que, devido � falta de compromisso do governo com a quest�o fiscal ap�s a aprova��o da PEC dos Precat�rios — que instituiu o calote de d�vidas judiciais e mudou a regra do teto de gastos —, o Banco Central ficou sozinho na batalha de combate � infla��o. Por isso, precisar� manter a Selic em dois d�gitos ao longo de 2022.

"O Brasil est� condenado a v�rios anos de baixo crescimento e, agora, sem uma �ncora fiscal, a taxa de juro real � mais alta, de 6%, o dobro da taxa de juros estrutural necess�ria, de 3%. E temos um governo que tributa as transa��es financeiras e aumenta o juro para o tomador final", lamenta N�brega.

Frederico Gomes, professor de economia do Ibmec-DF, refor�a que os juros dos financiamentos, inclusive o da casa pr�pria, devem ficar mais caros neste ano, contribuindo para limitar o crescimento econ�mico. "O aumento da taxa b�sica encarece tamb�m o custo de capta��o dos bancos e isso tende a ser repassado para a taxa cobrada do tomador final", explica. "J� estamos observando uma desacelera��o na concess�o de cr�dito e isso deve se acentuar, mesmo porque o Banco Central j� deu indica��es firmes de que o ciclo de alta de juros ainda n�o terminou", afirma.

Conforme as estimativas do mercado publicadas no boletim Focus, do Banco Central, a taxa Selic dever� encerrar este ano em 11,50%. Logo, os juros dos empr�stimos ficar�o bem acima desse patamar. A taxa m�dia passou de 23,1%, para 24,3% ao ano entre outubro e novembro. Contudo, o custo daqueles empr�stimos mais f�ceis — e mais caros — � bem maior. A taxa medida do cheque especial, por exemplo, passou de 128,2% para 129,6% ao ano. No acumulado de janeiro a novembro de 2021, o custo dessa modalidade subiu 14 pontos percentuais. A taxa m�dia anual do financiamento imobili�rio, por sua vez, subiu de 8,2% para 8,7% ao ano, entre outubro e novembro, registrando alta de 2,1 pontos em 2021.

O professor do Ibmec recomenda fugir de empr�stimos com taxas muito elevadas, como as do rotativo do cart�o de cr�dito, que passaram de 214,1% ao ano, em outubro, para 230,4% em novembro. "Isso vai deixar a presta��o mais alta e comprometer a renda do consumidor, e a pessoa pode chegar ao ponto de n�o conseguir arcar com os compromissos. Num momento de taxas elevadas, o ideal � postergar a compra a prazo, deixando para adquirir o que � de fato essencial", afirma Frederico Gomes.

 


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