
As 500 pessoas mais ricas do planeta tiveram um 2021 espetacular. A fortuna combinada dos maiores bilion�rios do mundo atingiu o recorde hist�rico de US$ 8,4 trilh�es (R$ 47 trilh�es), uma quantia muito maior que o tamanho das economias de grandes pot�ncias como Jap�o, Alemanha ou o Reino Unido. O valor tamb�m supera %u200B%u200Bo Produto Interno Bruto (PIB) combinado de toda a Am�rica Latina.
As a��es na bolsa de valores de Wall Street tiveram um aumento gigantesco em 2021, que empurrou a riqueza dos magnatas para n�veis nunca vistos antes.
Al�m da alta nas bolsas, tamb�m aumentaram pre�os das propriedades, criptomoedas, commodities e muitos outros produtos, apesar do segundo ano de pandemia, cuja crise ainda mant�m muitos pa�ses em desenvolvimento incapazes de se recuperar.
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A riqueza combinada desses 500 magnatas subiu mais de US$ 1 trilh�o (R$ 5,6 trilh�o), de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.
Recorde de Elon Musk
Entre os dez magnatas mais ricos do planeta, quem teve o maior aumento em suas fortunas foi o fundador da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, com um crescimento impressionante de 75% em apenas um ano, deixando para tr�s bilion�rios como Jeff Bezos ou Bill Gates.Como se n�o bastasse um patrim�nio l�quido de US$ 273,5 bilh�es (R$ 1,5 trilh�o), nos primeiros dias deste ano Musk bateu seu pr�prio recorde, quando nesta ter�a-feira acrescentou mais US$ 32 bilh�es (R$ 181 bilh�es) � sua fortuna.
O salto veio depois que o pre�o das a��es da Tesla disparou, ap�s o an�ncio de que a fabricante de carros el�tricos lan�ou 936 mil ve�culos no ano passado, uma marca que excedeu em muito as proje��es dos analistas.
Musk � seguido por outros super-ricos, como os co-fundadores do Google, Larry Page e Sergey Brin — com suas fortunas crescendo 57% e 56% no ano passado, respectivamente.

Tamb�m est�o na lista o fundador do imp�rio empresarial de marcas de luxo LVMH (Louis Vuitton Mo�t Hennessy), Bernard Arnault (55%), e o ex-CEO da Microsoft Steve Ballmer (50%).
Em que contexto acontece esse aumento de riqueza?
Os mais ricos se beneficiaram de grandes ganhos no mercado de a��es — em um ano em que as taxas de juros ficaram historicamente baixas e os bancos centrais e os governos injetaram muito dinheiro nas economias. J� as pessoas de baixa renda e os pa�ses mais vulner�veis %u200B%u200Bn�o fizeram parte da festa do mercado de a��es.

A recupera��o do impacto econ�mico da pandemia de covid-19 tem sido desigual. Muito do crescimento do PIB que os pa�ses apresentaram no �ltimo ano se deve a um "efeito rebote", porque a base de compara��o com 2020 � muito baixa.
E, por outro lado, grande parte do crescimento nos �ltimos meses tem sido impulsionado por fatores como o consumo ou o aumento do pre�o das mat�rias-primas, mas n�o � um crescimento produtivo que mostra uma recupera��o mais fundamental.
A Am�rica Latina est� longe de retornar aos n�veis de expans�o pr�-pand�mica, que j� eram baixos em 2019.
Globalmente, 40% da popula��o mais pobre ainda n�o come�ou a recuperar sua renda perdida devido � pandemia. Mais de 100 milh�es de pessoas ca�ram na pobreza extrema devido ao covid-19, de acordo com o Banco Mundial.
Mas nem todos os bilion�rios se deram bem
A elite financeira da China teve seu pior ano desde que a Bloomberg come�ou a monitorar a riqueza em 2012, acumulando perdas de quase US$ 61 bilh�es (R$ 346 bilh�es) quando o governo lan�ou uma ofensiva para conter o poder das grandes tecnologias, em meio a d�vidas elevadas do setor privado.
Hui Ka Yan, que j� foi a segunda pessoa mais rica da China, perdeu US$ 17 bilh�es (R$ 96 bilh�es) em riqueza depois que seu imp�rio, Evergrande, entrou em colapso e se tornou a empresa imobili�ria mais endividada do mundo.

As proje��es dos analistas de mercado para 2022 sugerem que este ano continuar� apresentando boas condi��es para os investidores, mas os enormes ganhos de 2021 n�o s�o esperados, segundo cerca de 50 institui��es financeiras consultadas pela Bloomberg.
Uma das quest�es que deixa em alerta quem administra grandes fortunas � o aumento das press�es inflacion�rias, preocupa��o que tamb�m faz com que governos e bancos centrais estejam atentos para tomar decis�es.
Olhando para 2022, economistas t�m argumentado que o futuro da recupera��o econ�mica estar� sujeito a uma multiplicidade de fatore, como as novas variantes de covid-19, o processo de vacina��o, press�es inflacion�rias, al�m dos rumos do com�rcio internacional e a evolu��o de conflitos pol�ticos, como a rela��o entre os EUA e a China, ou as amea�as da R�ssia � Ucr�nia.
At� agora, uma �rea em que parece haver consenso � que em 2023 as coisas deveriam ser muito melhores do que hoje.
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