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Estado de Minas ECONOMIA EM CRISE

Taxa de juros para garantir infla��o na meta pode custar uma recess�o

Para levar o IPCA ao objetivo planejado, governo deve provocar queda da atividade econ�mica em 2022


13/01/2022 07:53

Ilustração mostra cidadão carregando com dificuldade um cifrão gigante
(foto: Thiago Fagundes/CB/DA Press)


O Banco Central tem como miss�o principal preservar o poder de compra do real. Mas, com a infla��o elevada e persistente, em um cen�rio de metas cadentes, elei��es polarizadas, quadro fiscal deteriorado e juros em alta aqui e l� fora, esse trabalho � mais desafiador — e o custo dessa tarefa para a popula��o poder� ser bem caro: uma recess�o.

A autoridade monet�ria falhou nessa miss�o em 2021 e pode descumprir a meta estipulada pelo Conselho Monet�rio Nacional (CMN) pelo segundo ano consecutivo, conforme as proje��es do mercado.

O �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 10,06%, no ano passado, a maior desde 2015 e quase o dobro do teto da meta de infla��o, de 5,25%. Em 2022, o teto da meta � menor, de 5%, e a mediana das proje��es do boletim Focus, do BC, est�o acima desse percentual, mesmo com a taxa b�sica da economia (Selic) em 11,75%.

Apesar de a autonomia do Banco Central ter sido aprovada pelo Congresso com a condicionante do segundo mandato focado na atividade, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou v�rias vezes que “a prioridade � o controle da infla��o” e chegou a admitir a possibilidade de uma recess�o para cumprir o objetivo prim�rio. Analistas lembram que o BC est� sozinho no trabalho de domar o drag�o inflacion�rio, pois o governo abandonou as �ncoras fiscais com a aprova��o da PEC dos Precat�rios, e, por conta disso, o rem�dio ser� bem amargo.

Na carta enviada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para justificar o descumprimento da meta em 2021, Campos Neto refor�ou que o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) “ir� perseverar em sua estrat�gia at� que se consolide n�o apenas o processo de desinfla��o como tamb�m a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”. Ele confirmou que, na pr�xima reuni�o do Copom, nos dias 1º e 2 de fevereiro, dever� elevar a Selic, atualmente em 9,25% ao ano, para 10,75%.

As apostas de que os juros devem encerrar o ano acima de 12% est�o aumentando, o que pode levar os juros reais para 6%, um freio e tanto para a atividade. “Para fazer a infla��o convergir para a meta neste ano, ser� preciso uma recess�o forte”, alertou o economista-chefe da JF Trust Gestora de Recursos, Eduardo Velho, que prev� o IPCA entre 5,94% e 6,20% em dezembro.

De acordo com Jos� Francisco de Lima Gon�alves, economista-chefe do Banco Fator, a desacelera��o da infla��o ser� lenta, mas ela n�o vai convergir para dentro da meta e o PIB dever� encolher 0,5%. “Nosso cen�rio tem mais alta do d�lar e rigidez em eletricidade. A infla��o deve fechar 2022 em 5,5% e a Selic, em 12,25%”, afirmou. “O custo, como sempre que a infla��o fica acima da meta, � menos atividade econ�mica. Portanto, menos emprego, menos renda, menos arrecada��o e menos investimentos”, resumiu.


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