
De acordo com o levantamento, o �ltimo ano apresentou recorde do total de endividados, registrando uma m�dia de 70,9% das fam�lias brasileiras, enquanto dezembro alcan�ou o patamar m�ximo hist�rico com 76,3% do total de fam�lias. Segundo a CNC, as fam�lias recorreram mais ao cr�dito para sustentar o consumo.
Na avalia��o por faixa de renda, o endividamento m�dio das fam�lias com at� 10 sal�rios m�nimos mensais aumentou 4,3 pontos percentuais (p.p), chegando 72,1% do total. Na faixa de renda superior, acima de 10 sal�rios m�nimos, o indicador aumentou ainda mais, 5,8 p.p., e fechou em 66%.
O presidente da CNC, Jos� Roberto Tadros, avalia que, entre as fam�lias com rendimentos acima de 10 sal�rios m�nimos, a demanda represada, em especial pelo consumo de servi�os, fez o endividamento aumentar ainda mais expressivamente, em especial no cart�o de cr�dito.
“O processo de imuniza��o da popula��o possibilitou a flexibiliza��o da pandemia, refletindo no aumento da circula��o de pessoas nas �reas comerciais ao longo do ano, o que respondeu � retomada do consumo, principalmente de servi�os”, disse Tadros, em nota.
Na compara��o com 2020, das cinco regi�es do pa�s, apenas o Centro-Oeste apresentou queda do �ndice, 0,3 ponto percentual. O Norte registrou estabilidade, e o Sudeste se destacou com aumento de 5,9 ponto percentual (p.p.), seguido pelo Sul (+5,5 p.p.) e o Nordeste ( 4,5 p.p.). Por�m, considerando o total de endividados, o Sul contou com o maior percentual, aproximando-se de 82%.
Inadimpl�ncia
Na dire��o oposta dos indicadores de endividamento, no �ltimo ano, os n�meros de inadimpl�ncia apresentaram queda. De acordo com a pesquisa, o percentual m�dio de fam�lias com contas e/ou d�vidas em atraso diminuiu 0,3 p.p. na compara��o com 2020, chegando a 25,2%.
Ap�s iniciar 2021 em patamar superior ao observado no fim do ano anterior, o percentual mensal de inadimpl�ncia teve redu��o at� maio, mas passou a apresentar tend�ncia de alta desde ent�o, alcan�ando 26,2% em dezembro e ficando acima da m�dia anual.
“O percentual de fam�lias que declararam n�o ter condi��es de pagar suas contas e/ou d�vidas em atraso e que, portanto, devem permanecer inadimplentes tamb�m contou com uma redu��o na compara��o com 2020, 0,6 p.p., totalizando 10,5% dos lares no pa�s. Os n�meros indicam que essa parcela de consumidores apresentou movimentos diferentes ao longo do ano. Enquanto, no primeiro semestre, o indicador de inadimpl�ncia recorrente oscilou entre baixa e alta, a partir de julho passou a registrar tend�ncia de queda, encerrando o ano em 10% do total de fam�lias, abaixo da m�dia anual”, afirmou a CNC.
Para a economista da CNC respons�vel pela pesquisa, Izis Ferreira, os n�meros indicam que, ainda que em condi��es financeiras mais acirradas, os consumidores conseguiram quitar os compromissos financeiros e evitaram incremento da inadimpl�ncia at� o fim do terceiro trimestre. Nos �ltimos tr�s meses do ano, no entanto, o indicador de contas em atraso aumentou, j� indicando tend�ncia de alta para o in�cio de 2022.
“Os consumidores seguir�o enfrentando os mesmos desafios financeiros da segunda metade de 2021, principalmente infla��o, juros elevados e mercado de trabalho formal ainda fr�gil. Soma-se a isso o vencimento de despesas t�picas do primeiro trimestre, que dever� apertar ainda mais os or�amentos dom�sticos neste per�odo”, disse Izis.