
A tecnologia dos drones ocupa cada vez mais espa�o pelos campos na agricultura mundial. Segundo pesquisa da empresa Drone Deploy, realizada em 40 pa�ses, 54% dos produtores rurais pretendem investir no equipamento neste ano. Em Minas Gerais, somente em 2021, o Sistema da Federa��o da Agricultura de Minas Gerais (FAEMG/SENAR/INAES/Sindicatos de produtores) promoveu 203 cursos sobre o tema, capacitando 1.471 pessoas.
A uni�o da tecnologia embarcada para a gera��o de resultados r�pidos, com a possibilidade de automa��o de processos da produ��o, tornou-se a receita perfeita para o crescimento do uso no meio rural. Para a gerente de forma��o profissional rural e promo��o social do sistema FAEMG, Liziana Rodrigues, a tecnologia pode ser aplicada em qualquer perfil de propriedade rural e ser� cada vez mais acess�vel: "Estamos sempre com o olhar focado nas tend�ncias de mercado e antecipando demandas para capacitar profissionais. Esse crescimento constante do uso de drones vai aumentar a efici�ncia da gest�o no campo".
Segundo o instrutor dos cursos de drones do Sistema FAEMG, Marco Alziro, o uso do aparelho vai ao encontro de uma realidade de mecaniza��o agr�cola automatizada, gerando economia financeira: "Essa tecnologia pode ser utilizada por todos os produtores rurais e, por meio da versatilidade do equipamento, ele pode ser ajustado para desempenhar atividades espec�ficas em cada etapa do ciclo produtivo".
De acordo com o sistema FAEMG, al�m da a��o direta na produ��o agr�cola, os drones podem atuar tamb�m na preven��o de inc�ndios e na preserva��o ambiental. Para capacitar militares na presta��o de servi�o � sociedade, o Sistema FAEMG fez parcerias com a 6ª Companhia Independente de Meio Ambiente e Tr�nsito de Lavras e com militares no Campo de Instru��o de Juiz de Fora / Centro de Educa��o Ambiental e Cultura do Ex�rcito Brasileiro.
Novas tecnologias que favore�am a produtividade, os rendimentos e que insiram os trabalhadores na cadeia produtiva s�o bem-vindas, na opini�o de Vilson Luiz da Silva, presidente da Federa��o dos Trabalhadores na Agricultura de Minas Gerais - FETAEMG. Entretanto, ele pondera que esses avan�os necessitam de agregar a m�o de obra humana. "Vivemos um momento de um dos maiores �ndices de desemprego no pa�s, e o trabalhador no campo n�o pode ser ignorado, ou simplesmente substitu�do, sem que lhe ofere�am alternativas."
"Na agricultura familiar, trabalhamos para sair do patamar da subsist�ncia, para que o pequeno produtor, em sua propriedade seja gerador de renda e emprego. N�o sou contra o drone na agricultura familiar, � uma tecnologia inevit�vel, mas tem o outro lado da moeda que � o desemprego. Hoje, por exemplo, um trator operado � dist�ncia est� tirando m�o de obra."
O custo de aquisi��o e manuten��o de drones para os pequenos e m�dios ainda � inacess�vel, segundo o presidente da entidade, que defende abertura de linhas de cr�dito acess�veis, atrav�s do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), que auxiliem esses produtores em tecnologias que usem a terra, a �gua, o espa�o da natureza com responsabilidade. "Os drones usados na lavoura para pulverizar veneno � um problema que deve ser bem discutido. Temos empresas de pesquisas em excel�ncia na agricultura, como Embrapa, Epamig, Emater, Fapemig, refer�ncias em estudos de controles biol�gicos, aumento da qualidade e produtividade, garantindo o abastecimento, por�m, sem aumentar a taxa de veneno."
Vilson v� com preocupa��o a "escalada" do governo brasileiro em "liberar agrot�xicos'', sendo que alguns produtos agora permitidos, j� foram banidos de diversos pa�ses devido aos danos � sa�de das pessoas e a contamina��o do solo.
No 'pacote do veneno' aprovado pela C�mara, foram liberados mais de 600 agroqu�micos. Como agricultor familiar, sou defensor da natureza. N�o sou contra o drone, temos que saber como � poss�vel utiliz�-lo na agricultura familiar, j� que nos grandes neg�cios usam drones com grande capacidade de transporte de produtos para pulveriza��o."
No dia 9 de fevereiro, ap�s articula��o encabe�ada por lideran�as da bancada ruralista, o plen�rio da C�mara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei (PL) 6.299/2002, apelidado de "Pacote do Veneno" por parlamentares de oposi��o, ambientalistas e segmentos populares. Foram 301 votos favor�veis e 150 contr�rios ao texto-base.
A medida flexibiliza as normas que tratam da ado��o de agrot�xicos no pa�s, facilitando a abertura do mercado para novos agrot�xicos, e concentra no Minist�rio da Agricultura as opera��es de fiscaliza��o e an�lise desses produtos para uso agropecu�rio.
Regulamenta��o do uso de drones na agricultura
Em 24 de setembro de 2021, o Di�rio Oficial da Uni�o (DOU) publicou portaria 298, do Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa) estabelecendo regras para opera��o de aeronaves remotamente pilotadas (ARP), conhecidas como drones, destinadas � aplica��o de agrot�xicos e afins, adjuvantes, fertilizantes, inoculantes, corretivos e sementes.
A normativa exige registro no Mapa, feito de forma automatizada via Sipeagro, sistema utilizado pelo Minist�rio para registro e cadastro de estabelecimentos e produtos agropecu�rios, e ferramenta para realiza��o e acompanhamento dos processos administrativos de fiscaliza��o. Os operadores necessitam de profissional qualificado com curso espec�fico, designado como aplicador aeroagr�cola remoto, e, "em determinados casos, necessitar�o tamb�m de respons�vel t�cnico, engenheiro agr�nomo ou engenheiro florestal, para coordenar as atividades''. J� com rela��o �s aeronaves, estas dever�o estar devidamente regularizadas junto � Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (ANAC)."
"Esperamos que a normativa traga a seguran�a jur�dica necess�ria para os operadores, ao mesmo tempo que garanta a harmoniza��o e a seguran�a das opera��es e uso respons�vel da tecnologia. A norma tamb�m servir� como um 'norte' para a coordena��o e a fiscaliza��o das atividades, tanto por parte do Mapa, como por parte dos �rg�os estaduais, respons�veis pela fiscaliza��o do uso de agrot�xicos", destaca a chefe da Divis�o de Avia��o Agr�cola, U�llen Lisoski.
A seguran�a operacional deve envolver todo o processo de aplica��o, desde o preparo da calda, o monitoramento das condi��es ambientais durante a aplica��o e o registro e arquivamento dos dados de cada opera��o, de forma que possam ser auditados, sempre que necess�rio.
As regras, segundo o MAPA, visam a seguran�a da equipe de trabalho e de terceiros, e englobam ainda dist�ncias m�nimas de zonas sens�veis, a serem respeitadas durante as aplica��es, de modo a se evitar problemas ambientais e visando a sa�de da popula��o.
Para fazer o curso de Drone com o Sistema FAEM, procure o Sindicato de Produtores Rurais do seu munic�pio ou a entidade cooperada ao SENAR MINAS - https://www.sistemafaemg.org.br/senar/encontre-o-senar-minas
Como os drones podem ajudar a agricultura?
Sensoriamento remoto
Detec��o de falhas de plantio
Contagem de plantas
Identifica��o de pragas
Pulveriza��o
Monitoramento do sistema de irriga��o
Acompanhamento da sa�de da cultura
Demarca��o da �rea de plantio
Detec��o de focos de inc�ndio
Fonte: Blog da Pix Force