
Em meio � disparada do barril de petr�leo no mercado internacional, os brasileiros literalmente tomaram uma ducha de �gua fria depois que a Petrobras anunciou o reajuste nos pre�os da gasolina, do diesel e do g�s de cozinha. Algo esperado pelos economistas, o aumento ocorreu dois meses ap�s valores congelados nas refinarias e deixa mais uma preocupa��o no ar. Mesmo quem n�o tenha carro, o efeito dos combust�veis chegar� ao bolso dos consumidores de forma imediata nas demais cadeias da economia.
A mudan�a nos valores foi justificada pela disparada nos pre�os dos barris de petr�leo em virtude da guerra na Ucr�nia. A gasolina sofrer� uma alta de 18,8% e o pre�o m�dio de venda para as distribuidoras passar� de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. Para o diesel, o pre�o m�dio passar� de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, um reajuste ainda maior, de 24,9%. O g�s de cozinha tamb�m ter� aumento. O pre�o m�dio de venda do combust�vel para as distribuidoras foi reajustado em 16,1%, e passar� de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg – equivalente a R$ 58,21 por 13kg. Diferentemente da gasolina e do diesel, o produto n�o era reajustado h� 152 dias.
Embora os pre�os dos combust�veis s� tenham validade a partir do dia 10/3, v�rios postos de Belo Horizonte j� reajustaram os valores dos combust�veis. O site Mercado Mineiro j� registrava desde ontem um aumento generalizado do pre�o da gasolina em estabelecimentos da Grande BH, com valores que chegavam a R$ 7,92. Por sua vez, a estimativa � de que o pre�o do diesel ultrapasse os R$ 6,50 na regi�o metropolitana.
O gestor de compras Juscelino Carlos Romualdo, de 58 anos, levou um susto quando foi abastecer o carro na regi�o Centro-Sul da capital – o litro custava R$ 7,59. “Vou ter de fazer restri��o de consumo. � deixar o carro em casa, abrindo m�o da seguran�a, do conforto e do hor�rio. Podemos esperar ainda mais aumento de outras coisas, como alimentos, mat�rias-primas e produtos da siderurgia. As consequ�ncias sobram para n�s.”

Por sua vez, o taxista Valter Ribeiro, de 75, conseguiu encher o tanque antes mesmo do reajuste anunciado pela Petrobras. Pelos c�lculos, fez uma economia de R$ 50, mas, mesmo assim, j� espera viver dias de tortura nos pre�os. “Todos os aumentos de pre�o nos causam grandes preju�zos. H� seis anos, a bandeira do t�xi tem o mesmo valor e a conta acaba sobrando pra gente. Cada vez sobra menos. Se n�o tivesse minha aposentadoria, seria algo muito mais complicado.”
Com a disparada anunciada pela estatal, os demais consumidores v�o sofrer as consequ�ncias. O reajuste dos hortigranjeiros, da carne e de todos os produtos derivados do trigo, como p�o franc�s, macarr�o e biscoitos, j� � esperado nos pr�ximos dias. “A gasolina tem um peso muito grande no consumo das fam�lias. Qualquer aumento expressivo que tenha vai afetar todo o �ndice de infla��o dos pre�os com for�a, atingindo os demais itens. J� o diesel, que � usado nos caminh�es para transporte dos alimentos, tamb�m pode influenciar nos produtos, sobretudo pelo encarecimento do pre�o do frete. Por isso, indiretamente, o aumento do diesel tamb�m pode interferir no consumo”, afirma o coordenador da pesquisa do IPCA em Minas Gerais, Ven�ncio Ot�vio Ara�jo da Mata.
Com mais infla��o, j� � esperado tamb�m um aumento da taxa b�sica de juros (Selic) pelo Banco Central – atualmente em 10,75% –, o que deve se transformar em mais um rev�s para a j� combalida economia brasileira. Sendo assim, ampliam-se tamb�m os juros do cart�o de cr�dito rotativo.
Para o professor de economia da Unimontes Paulo Vieira, os consumidores do pa�s ter�o cada vez mais um menor padr�o de vida: “Temos de lembrar que 70% dos transportes no Brasil s�o feitos por via rodovi�ria. Tudo est� atrelado ao combust�vel e impacta no nosso dia a dia, desde o p�o que comemos, o rem�dio que tomamos at� a camisa que vestimos. Quem tem carro vai sentir mais, mas quem n�o tem carro tamb�m vai sofrer desdobramentos, por meio da infla��o e do aumento dos juros. O cr�dito fica cada vez mais dif�cil e mais caro. Com isso, o brasileiro vai consumir cada vez menos e isso gera desemprego.”
Segundo ele, tudo piora porque o sal�rio do brasileiro tem menor poder de compra a cada ano: “O mundo econ�mico vive uma s�rie de interroga��es. Por mais que a gente analise, s� o tempo vai responder. N�o sabemos por quanto tempo durar� o conflito entre R�ssia e Ucr�nia. Os consumidores precisam se proteger nesse cen�rio ruim. A melhor forma � mudar o padr�o de consumo em quantidade e qualidade, at� porque n�o ter�o a mesma renda do passado”.

ENQUANTO ISSO...
...Donos de postos decidem data
Al�m de Belo Horizonte, a alta do pre�o dos combust�veis anunciadas pela Petrobras provocou filas nos postos de gasolina Brasil afora. � o caso do Distrito Federal, onde o pre�o m�dio da gasolina, de acordo com a Ag�ncia Nacional do Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis (ANP), est� em torno de R$ 6,791.
O aumento do pre�o do barril do petr�leo est� mesmo relacionado ao intenso conflito na Ucr�nia e as san��es � R�ssia, segundo o presidente do Sindicombust�veis, Paulo Tavares: "Os efeitos imediatos s�o as distribuidoras receberem combust�vel das refinarias da Petrobras com R$ 0,60 de aumento na gasolina e R$ 0,90 no diesel.
” Com isso, agora, o pre�o m�dio da gasolina nas refinarias passar� de R$ 3,25 para R$ 3,86 o litro, um aumento de 18,77%. “Cada dono de posto tem o direito de decidir quando fazer o reajuste, at� porque alguns podem ter estoque suficiente e manter seus pre�os por algum dia. Mas � improv�vel que se absorva um aumento dessa magnitude, de R$ 0,60 na gasolina e R$ 1 do diesel. Isso com certeza vai chegar ao bolso do consumidor”, conclui Tavares.
O aumento do pre�o do barril do petr�leo est� mesmo relacionado ao intenso conflito na Ucr�nia e as san��es � R�ssia, segundo o presidente do Sindicombust�veis, Paulo Tavares: "Os efeitos imediatos s�o as distribuidoras receberem combust�vel das refinarias da Petrobras com R$ 0,60 de aumento na gasolina e R$ 0,90 no diesel.
” Com isso, agora, o pre�o m�dio da gasolina nas refinarias passar� de R$ 3,25 para R$ 3,86 o litro, um aumento de 18,77%. “Cada dono de posto tem o direito de decidir quando fazer o reajuste, at� porque alguns podem ter estoque suficiente e manter seus pre�os por algum dia. Mas � improv�vel que se absorva um aumento dessa magnitude, de R$ 0,60 na gasolina e R$ 1 do diesel. Isso com certeza vai chegar ao bolso do consumidor”, conclui Tavares.