A decis�o do governo de antecipar para 15 de abril o fim � bandeira de escassez h�drica, tarifa extra sobre a conta de luz, pode ser um al�vio aos brasileiros na hora de fechar as contas. A servidora p�blica Alice Dias, 24 anos, que divide a casa com a m�e, acredita que a isen��o da tarifa pode aliviar as contas da fam�lia, mas refor�a que isso n�o pode ser desculpa para a imprud�ncia. "A economia, tanto de �gua quanto de luz, n�o beneficia apenas nosso bolso, mas o meio ambiente e afins", comentou.
Em evento do Banco do Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes comentou sobre a mudan�a na bandeira de energia el�trica, a qual destacou ocorrer "sem canetada". "Deve cair 18% a conta de luz para a popula��o no m�s que vem, sem canetada, sem botar em risco as empresas, ao contr�rio", afirmou, em refer�ncia a mudan�as por meio de medida provis�ria no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
Especialistas afirmam, no entanto, que, ao longo do ano, a queda nas tarifas poder� ficar menor. A redu��o proporcionada pelo fim da sobretaxa dever� ser dilu�da com os reajustes tarif�rios contratuais das distribuidoras que ser�o estabelecidos ao longo de 2022. A PSR, maior consultoria de energia do Pa�s, estima que, em m�dia, esses reajustes ser�o de 15%. Ent�o, computados os aumentos tarif�rios, a redu��o m�dia na conta de luz do consumidor residencial, no ano, dever� ser de 6,5%.
Outro problema � que, ao longo da crise h�drica do ano passado, o governo federal fez contrata��es emergenciais bilion�rias para o uso de termel�tricas, que entrar�o em opera��o a partir de maio deste ano at� dezembro de 2025. Essa conta ainda ser� repassada para os consumidores durante todo esse per�odo, mesmo que as usinas n�o sejam usadas. As contrata��es emergenciais somam cerca de R$ 11,7 bilh�es.
Ao anunciar o fim da bandeira de escassez h�drica, na quarta-feira, o Minist�rio de Minas e Energia (MME) estimou uma economia de at� 20% na conta de luz residencial. De acordo com o governo, a decis�o foi tomada porque os reservat�rios das hidrel�tricas est�o "muito mais cheios" do que no ano passado, o que reduziu a necessidade de uso das termel�tricas, que geram energia mais cara.
O minist�rio afirmou, ainda, que a previs�o � de bandeira verde at� o fim do ano, com a "manuten��o das atuais condi��es de chuva". Caso seja essa a redu��o nas contas de luz, especialistas calculam que haver� impacto imediato de um ponto percentual na infla��o, sendo metade absorvida em abril e metade em maio.
O diretor executivo da Ativa Energia avaliou que, se a redu��o na tarifa de energia for da ordem de 18%, o impacto na infla��o poder� ser de cerca de 1%, considerando a estrutura do principal indicador (IPCA). "O al�vio nas contas de energia tem o potencial de liberar recursos no curto prazo para as empresas recomporem caixa e, no caso das resid�ncias, para as fam�lias irem �s compras ou pouparem", assinalou. (Com Ag�ncias)
*Estagi�rios sob a supervis�o de Odail Figueiredo