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Estado de Minas COMBUST�VEIS

Brasil tem 3� gasolina mais cara do mundo, calcula consultoria

Quando se leva em considera��o a fatia que combust�vel representa da renda, pa�s fica atr�s apenas das Filipinas e da Indon�sia


22/04/2022 18:46 - atualizado 22/04/2022 23:47

Frentista enche frasco com gasolina
Mesmo com sucessivos aumentos, pre�o da gasolina ainda est� mais baixo que paridade internacional (foto: Marcello Casal jr/Ag�ncia Brasil)

O aumento nos pre�os de combust�veis � um fen�meno global, mas a forma como os consumidores sentem seus efeitos tem variado entre os pa�ses.

 

 

 

A consultoria Oxford Economics tentou medir essa diferen�a confrontando o valor do litro da gasolina com o poder de compra em 30 pa�ses, calculando qual fatia ele representa da renda da popula��o local.

O Brasil aparece entre os tr�s primeiros da lista. Um litro de gasolina corresponde a 9% do sal�rio m�dio di�rio do pa�s, percentual menor apenas do que o registrado nas Filipinas (19%) e na Indon�sia (13%).


'Gasolina do Brasil é terceira mais cara do mundo depois de ajustada pelo poder de compra', diz título do gráfico que ilustra relatório
'Gasolina do Brasil � terceira mais cara do mundo depois de ajustada pelo poder de compra', diz t�tulo do gr�fico que ilustra relat�rio (foto: Reprodu��o/Oxford Economics)

Em relat�rio divulgado para clientes, os economistas Marcos Casarin e Felipe Camargo chamam aten��o para o fato de que, mesmo com os sucessivos aumentos, o pre�o do combust�vel no Brasil ainda est� defasado em cerca de 18% em rela��o aos pre�os internacionais.

Assim, caso a Petrobras siga � risca a pol�tica de paridade - que prev� que os pre�os internos sejam reajustados a depender do pre�o do barril de petr�leo e do c�mbio -, a gasolina pode ficar ainda mais cara at� o fim deste ano.

A pol�tica de pre�o de paridade internacional (PPI) foi institu�da na Petrobras em 2016, quando o empres�rio Pedro Parente assumiu a dire��o da companhia, ap�s as den�ncias de corrup��o na estatal.

Em anos anteriores, a Petrobras havia subsidiado o pre�o dos combust�veis que vendia no mercado dom�stico. Entre 2012 e 2014, per�odo em que o descasamento entre os pre�os internos e no mercado internacional atingiu o pico, a empresa renunciou ao equivalente a 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em lucros por conta da pol�tica, calcula a Oxford Economics.

Desde outubro de 2016, quando o PPI passou a valer, o pre�o da gasolina cresceu 57% no Brasil, j� descontada a infla��o, e o valor das a��es da companhia mais que dobrou, ainda de acordo com a consultoria.


Bomba de gasolina
Apesar do n�vel elevado dos pre�os, evitar novos aumentos pode ser dif�cil, avaliam economistas (foto: Getty Images)

D� pra manter os pre�os est�veis?

O pre�o m�dio da gasolina atingiu proibitivos R$ 7,219 na semana entre 10 e 16 de abril, conforme os dados da Ag�ncia Nacional do Petr�leo (ANP).

Ainda assim, manter o valor pelo menos nos n�veis atuais at� o fim de 2022 pode n�o ser t�o f�cil.

Entre as alternativas para estabilizar os pre�os, os economistas destacam dois poss�veis cen�rios: 1) os "custos" s�o absorvidos pela pr�pria estatal - ou seja, ela abre m�o do lucro e mant�m os pre�os menores do que a paridade -; 2) o governo entra com subs�dios, seja com a cria��o de um fundo de estabiliza��o de combust�veis ou com recursos do pr�prio or�amento.

Ao renunciar a novos reajustes, a Petrobras abriria m�o do equivalente a 4,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em lucros, R$ 68 bilh�es, calcula a Oxford Economics, levando em considera��o as proje��es para o pre�o do barril de petr�leo WTI e do d�lar at� o fim do ano. O impacto, nesse caso, se daria majoritariamente sobre os acionistas da estatal.

O fundo de estabiliza��o, por sua vez, � um mecanismo com o qual j� contam pa�ses como Rep�blica Dominicana, M�xico e Chile. Foi defendido pelo economista Adriano Pires, que chegou a ser cotado para a presid�ncia da Petrobras quando o presidente Jair Bolsonaro decidiu retirar do cargo o general Joaquim Luna e Silva, no �ltimo m�s de mar�o.

Nesse caso, os economistas argumentam que um fundo como esse n�o seria criado em tempo h�bil at� o fim deste ano, entre outras raz�es porque o presidente n�o tem apoio suficiente do Congresso, que precisaria aprovar uma emenda constitucional para tir�-lo do papel.

Finalmente, para usar recursos do pr�prio or�amento para financiar a estabiliza��o dos pre�os, o governo poderia furar o teto de gastos (e correr o risco de ser processado judicialmente por poss�vel crime de responsabilidade) ou convencer os parlamentares a aprovar uma emenda constitucional para abrir recursos extraordin�rios no or�amento.

Dessa �ltima forma, diz a an�lise, os custos da medida seriam mais transparentes, mas uma nova flexibiliza��o do teto de gastos poderia ser mal vista pelo mercado e erodir ainda mais a credibilidade em rela��o � sustentabilidade das contas p�blicas.

Por outro lado, acrescenta o texto, "deixar os pre�os subirem pode proteger os acionistas da Petrobras e a reputa��o fiscal do Brasil, mas vai restringir ainda mais o poder de compra dos consumidores, elevando a probabilidade da ocorr�ncia de greves e manifesta��es contra o governo a poucos meses das elei��es de outubro".

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