
A empresa, que opera com 26% de sua capacidade total, encerrou 2021 com R$ 9 bilh�es de faturamento e gerou mais R$ 1,1 bilh�o em tributos nos estados onde atua, incluindo o montante gasto por fornecedores em compras para a companhia.
Para 2022, a empresa prev� investimentos de aproximadamente R$ 1,2 bilh�o. Al�m da sustenta��o da retomada gradual das opera��es e da infraestrutura geot�cnica, o valor ser� destinado aos projetos de descaracteriza��o da barragem e cava de Germano, em andamento.
Retomada gradual
Ap�s o rompimento da barragem de Fund�o, em 2015, a Samarco teve as licen�as suspensas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad) e as opera��es embargadas. No final de 2017, conseguiu recuperar a licen�a para voltar a produzir. Segundo Rodrigo Vilela, presidente da empresa, a retomada est� sendo feita de forma gradual, respons�vel e cautelosa.
“Estamos retomando com muita responsabilidade, uma retomada desenhada com muita cautela. Conhecemos qual a nossa responsabilidade, seja ela empresarial, social ou do setor. Al�m da retomada, precisamos garantir que a gente avance na descaracteriza��o da cava e da barragem de Germano e � fundamental garantir a seguran�a de todas essas instala��es.”
A empresa opera, desde dezembro de 2020, com 26% da sua capacidade total, utilizando um concentrador no Complexo de Germano, uma usina de pelotiza��o em Ubu e a opera��o de um dos minerodutos. Al�m disso, vai investir, em 2022, R$ 80 milh�es na manuten��o das estruturas que est�o paradas.
A expectativa � que cerca de 8 milh�es de toneladas de pelotas e finos de min�rio sejam produzidas at� dezembro de 2022. Da retomada operacional at� o momento, foram embarcados 100 navios, tendo como principais destinos os mercados das Am�ricas, Europa, Oriente M�dio, Norte da �frica e �sia. Ela tamb�m atende ao mercado interno.
A empresa deve atingir 32% da capacidade produtiva no ano que vem, 60% em 2026 e 100% em 2029, quando poder� produzir 30 milh�es de toneladas de pelotas por ano. O ano de 2029 tamb�m � o prazo final para descaracteriza��o da barragem e cava de Germano.
Produ��o e exporta��o
A empresa possui duas categorias de produtos destinados � siderurgia: pelotas para alto forno e de redu��o direta. A extra��o e o beneficiamento do min�rio s�o feitos no Complexo de Germano, em Mariana. O mineroduto leva o produto para o Complexo de Ubu, em Anchieta, no Esp�rito Santo, onde ele passa pela usina de pelotiza��o e embarca no terminal portu�rio. Atualmente, a empresa conta com 1.500 empregados diretos, totalizando 9.000 empregos diretos e indiretos.
Monitoramento e seguran�a
O diretor de Planejamento e Opera��es da Samarco, S�rgio Mileipe, afirma que a empresa tem uma “obsess�o” em fazer minera��o segura. Por isso, optaram por mudar a maneira de descartar os rejeitos. Os rejeitos de min�rio s�o formados de lama (polpa) que representa 20% e areia que corresponde a 80%.
A lama agora � depositada em uma cava, com capacidade de 10 milh�es de metros c�bicos e n�o mais nas barragens de conten��o, como a que rompeu em Mariana, em 2015.
“A estrutura � a mais est�vel poss�vel do ponto de vista geot�cnico. N�o tem nenhum tipo de dique ou barreira de conten��o a n�o ser o terreno natural, que � basicamente formado por rocha. N�o tem para onde a lama escapar. Essa � a alternativa que estamos usando hoje: dispor toda lama produzida em uma cava totalmente confinada, em um terreno rochoso”, afirma Mileipe.
Ele explica que a cava ainda tem recurso mineral para ser explorado, mas que a empresa decidiu utilizar o espa�o mesmo assim, para garantir a seguran�a. “Foi a �nica alternativa vi�vel, do ponto de vista de seguran�a para poder voltar (a produzir) com uma minera��o sem barragem.”
A expectativa, no futuro, � que esse rejeito seja retirado e levado para outras estruturas que ainda dependem de licenciamento.
J� o rejeito s�lido (areia) vai para as pilhas de disposi��o de res�duos. Mas antes, ele passa por um processo de filtragem. “A pilha tem um limite de crescimento e alguns par�metros como tempo para que a �gua seja drenada e compacta��o da camada de areia. � preciso obedecer um limite t�cnico m�ximo e �reas muito grandes para espalhar o material.”
Segundo Mileipe, a expectativa � que, no futuro, a lama tamb�m possa passar pelo processo de empilhamento. “Desde que a gente consiga garantir seguran�a na estabilidade geot�cnica da estrutura.”
O novo sistema de filtragem, na unidade de Germano, faz parte dos projetos de retomada da mineradora, com investimento de US$ 380 milh�es. Ele filtra 20 mil toneladas de res�duos por dia.
A opera��o de 100% da capacidade total da empresa tamb�m esbarra nas solu��es e licenciamentos para que os rejeitos sejam depositados em locais seguros. “A nossa limita��o hoje, no plano de neg�cios, � a estrutura para disposi��o de res�duos. N�o � uma quest�o meramente t�cnica, tem a quest�o do licenciamento ambiental.”
Outro gargalo � a descaracteriza��o da barragem de Germano. “Depois que ela for descaracterizada � que poderemos avan�ar em uma nova �rea de exposi��o de rejeitos. Trabalhamos para achar solu��es para esses rejeitos.”
A empresa tamb�m tem um Centro de Monitoramento Integrado (CMI) que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana. O centro possui mais 1.500 instrumentos como c�meras, peneiras, drones, piez�metros, sirenes, radares, esta��es meteorol�gicas e aceler�metros para monitoramento, em tempo real, das estruturas na unidade de Germano.