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Estado de Minas ECONOMIA

Pre�o do diesel quase dobrou durante o governo Bolsonaro, aponta Dieese

Diferentemente da gasolina, a popula��o n�o sente o efeito imediato logo ap�s os an�ncios de alta, j� que a maioria das pessoas n�o usa utiliza o diesel


10/05/2022 21:58 - atualizado 10/05/2022 21:58

Fila de caminhões em rodovia
(foto: Lucas Ninno/Getty Images)
Nos postos de combust�veis brasileiros, o pre�o do diesel aumentou em 96% durante o governo Bolsonaro, segundo levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos), entidade criada e mantida pelo movimento sindical brasileiro.

 

Na �ltima quinta-feira (5/5), o presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais para criticar a Petrobras e os pre�os dos combust�veis. Bolsonaro chamou o lucro obtido pela empresa (R$ 44,5 bilh�es no primeiro trimestre) de "estupro" e afirmou que a empresa n�o poderia mais aumentar o pre�o, ou "quebraria o Brasil".

 

Uma mudan�a foi aprovada poucos dias depois, e entra em vigor nesta ter�a-feira (10/5), ap�s a Petrobras anunciar o aumento do pre�o do diesel em 8,87%, o que significa uma mudan�a de 40 centavos no litro do combust�vel — de R$ 4,51 para R$ 4,91.

 

Diferentemente da gasolina — que teve alta de 67% nos anos do governo — a popula��o n�o sente o efeito imediato logo ap�s os an�ncios de alta, j� que a maioria das pessoas n�o usa utiliza o diesel para abastecer seus ve�culos.


caminhão em fazenda
Tend�ncia � que aumento do diesel encare�a fretes e acabe chegando at� o consumidor final dos produtos transportados (foto: Lucas Ninno/Getty Images)

 

Mas, em longo prazo, a tend�ncia � que esse aumento seja repassado para os consumidores, fazendo com que as mudan�as constantes nos pre�os nos �ltimos anos contribu�ssem para que bens e servi�os sofressem com infla��o.

 

"Quando se trata do IPA, �ndice que mede a infla��o ao produtor ind�stria e agricultura, o diesel tem um peso at� maior do que a gasolina. Isso porque todo o processo produtivo, desde o funcionamento das m�quinas agr�colas at� sistema de log�stica. Tudo que consumimos tem o diesel como insumo em alguma magnitude", explica Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital Markets.

 

Argenta usa o exemplo do consumo de carne vermelha para ilustrar a situa��o. "O diesel n�o � usado na vaca, mas sim nas m�quinas agr�colas que trabalham no pasto e no transporte dessa carne at� voc�."

 

Dessa forma, ainda que n�o seja de um dia para o outro, os custos devem chegar � popula��o. "O repasse n�o � necessariamente um para um, h� um espa�o de margem dos produtores ou respons�veis pelo frete e parte da infla��o pode ser dilu�da, mas o aumento � esperado porque as margens de lucro j� est�o comprimidas", diz Felipe Sichel, economista-chefe do Banco Modal.

 

Em nota, a Petrobras afirmou que a altera��o ocorreu por uma redu��o da oferta frente � demanda. "Os estoques globais est�o reduzidos e abaixo das m�nimas sazonais dos �ltimos cinco anos nas principais regi�es supridoras."

Subs�dio do governo?

O economista Felipe Sichel aponta que, agora, os olhares dos especialistas est�o voltados �s pr�ximas poss�veis movimenta��es do governo. "Agora � ver se de alguma forma o governo tentar� suavizar esse impacto por meio de aumento de subs�dio."

 

Na opini�o dele, caso ocorra, o efeito pode ser negativo. "Com a situa��o fiscal extremamente delicada na economia global e local, h� pouca capacidade de absorver choques. Tentar amenizar agora pode gerar infla��o pior no futuro, e via de regra, quanto mais r�pido os pre�os se ajustam, melhor a economia absorve o choque e se adapta. Dificultar a absor��o faz com que essa conta tenha que ser paga em algum lugar."

 

De acordo com Carla Argenta, uma das op��es seria tirar os "royalties" da Petrobras, dividendos da empresa destinados � Uni�o, para o subs�dio.

 

"N�o teria impacto nenhum na precifica��o da Petrobras, e poderia ser at� bom para o investidor que comprou a��es. Mas essa n�o deve ser uma alternativa usada pelo governo federal porque esses recursos j� v�o para d�vidas, o que resultaria em endividamento p�blico."

 

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