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Estado de Minas IMPACTO NO BOLSO

Disparada dos pre�os dos combust�veis: quem pode menos paga mais

Alta nos postos representa maior impacto para moradores de cidades mais pobres de Minas do que para os que vivem em munic�pios com IDH maior, como Nova Lima


27/06/2022 04:00 - atualizado 27/06/2022 07:19

Maria Alaíde Veríssimo, dona de comércio em Botumirim
''Sempre que a gente vende uma mercadoria, n�o consegue mais comprar a reposi��o pelo mesmo pre�o. Estou desanimada de continuar trabalhando'' - Maria Ala�de Ver�ssimo, dona de com�rcio em Botumirim (foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A. Press)

Moradores de cidades mineiras mais pobres e isoladas, como no Norte e no Vale do Jequitinhonha, est�o sofrendo impacto maior da disparada dos pre�os dos combust�veis do que os que vivem em munic�pios mais ricos, como Nova Lima, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, que tem o maior �ndice de Desenvolvimento Humano (IDH), de 0,813. N�o s�o apenas os consumidores os afetados, mas o com�rcio tamb�m sofre, prejudicando a economia local.

Nessas localidades, at� o servi�o de entrega de mercadorias na zona rural, que chegam a at� 45 quil�metros de dist�ncia, est� sendo restringido por alguns comerciantes para evitar mais preju�zos. Os custos elevados dos derivados de petr�leo somam-se �s dificuldades de circular por estradas malconservadas.

Com o �ltimo reajuste dos combust�veis autorizado pela Petrobras, em algumas cidades o �leo diesel custa mais que a gasolina. Em S�o Jo�o das Miss�es, munic�pio com o mais baixo IDH do estado (0,529), o diesel est� sendo comercializado a R$ 8,19 o litro. A gasolina, R$ 8,09. Por l�, os pre�os s�o mais elevados que os praticados em Nova Lima, onde, na �ltima semana, o litro da gasolina variou entre R$ 7,65 e R$ 7,79. J� o diesel � vendido a R$ 7,65, segundo pesquisa da Ag�ncia Nacional de Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis (ANP).

Hérviro Moreira dos Santos, dono de loja de roupas
''O reajuste dos combust�veis eleva o custo de vida. As pessoas passam a comprar somente os produtos de primeira necessidade, deixando de comprar outras coisas, como roupas'' - H�rviro Moreira dos Santos, dono de loja de roupas (foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A. Press)

Propriet�rio de uma loja de produtos veterin�rios e ra��es em S�o Jo�o das Miss�es, Dario Mard�nio Soares de Brito disse que a situa��o ficou complicada. “Nossa margem de lucro diminuiu. O valor do frete aumentou muito e n�o temos como repassar esse custo para os consumidores, pois a regi�o � carente e as pessoas n�o podem pagar. Se aumentarmos os pre�os das mercadorias, a gente n�o consegue vender”, afirmou.

“O aumento de pre�os dos combust�veis acarreta o reajuste todas as mercadorias. As pessoas de baixo poder aquisitivo passam a comprar somente aquilo que consideram indispens�vel”, complementa Patr�cia Souza Santos Neves, dona de um supermercado na cidade.

Aumento das despesas 


Diesel tamb�m mais caro que a gasolina em Bonito de Minas, que tem o terceiro pior IDH de Minas: 0,537. Por conta da eleva��o do pre�o do combust�vel, o comerciante Geraldo Justino da Silva, dono de um supermercado, viu crescer as despesas com o frete na entrega de compras para comunidades a 42 quil�metros de dist�ncia. Nos �ltimos seis meses, tamb�m teve aumento de 30% nos custos com o �nibus que transporta gratuitamente parte da clientela que mora na zona rural para fazer compras no munic�pio.

“O que fazemos � uma presta��o de servi�os � regi�o. Se a gente cobrar as viagens das pessoas da zona rural, elas n�o t�m como pagar, s�o aposentados, recebedores do Programa Bolsa-Fam�lia (Aux�lio Brasil) e trabalhadores rurais, que ganham pouco”, conta Geraldo Justino.

Em São João das Missões, o óleo diesel bateu a marca de R$ 8,19, mais caro que a gasolina. Comerciantes sentem efeitos, que chegam também ao consumidor
Em S�o Jo�o das Miss�es, o �leo diesel bateu a marca de R$ 8,19, mais caro que a gasolina. Comerciantes sentem efeitos, que chegam tamb�m ao consumidor (foto: Redes Sociais/Divulga��o)

Na cidade, Salvador Pereira Neto, gerente de outro supermercado, reclama das altas dos combust�veis. A unidade tamb�m oferece o transporte de clientes, buscando pessoas em localidades a 45 quil�metros de dist�ncia. Mas apesar do aumento dos custos nesse tipo de benef�cio, ele lamenta ainda mais � a recusa de transportadores para levar mercadorias que ele compra em Belo Horizonte para vender em seu estabelecimento. “Est� dif�cil encontrar caminhoneiros. Eles est�o recusando as cargas por causa do pre�o alto do diesel, que quase dobrou nos �ltimos seis meses”, revelou.

Entregas limitadas

 J� em Crist�lia, que tem IDH de 0,583, comerciantes n�o tiveram alternativas. Para evitar preju�zos com a eleva��o do �leo diesel (R$ 7,99 o litro), que tamb�m est� mais caro que a gasolina (R$ 7,89), o jeito foi restringir entregas para os clientes nas comunidades rurais. Dono de um supermercado, Jos� Cleiton Rodrigues Rocha s� leva at� a casa do morador se a compra atinge o valor m�nimo de R$ 600. “Reduzimos pela metade para evitar preju�zos, pois o custo do transporte praticamente dobrou nos �ltimos seis meses”, justifica. “Toda vez que vem visitar a gente, os vendedores informam que os produtos est�o mais caros”, complementa.

Vendas em queda 


O comerciante Altino de Souza, propriet�rio de um com�rcio em Botumirim, reclama da queda no faturamento. “Toda vez que sobe o pre�o da gasolina, aumenta o pre�o das outras mercadorias e as vendas diminuem de forma proporcional”, conta.

Para Maria Ala�de Ver�ssimo, dona de um pequeno supermercado no munic�pio, os sucessivos reajustes dos combust�veis, em efeito cascata, aumentam pre�os de outros produtos. “Sempre que a gente vende uma mercadoria, n�o consegue mais comprar a reposi��o pelo mesmo pre�o. Estou desanimada de continuar trabalhando”, lamentou a comerciante.

Quem comercializa roupas sente ainda mais na pele os efeitos econ�micos. Que o diga H�rviro Moreira dos Santos. Ele afirma que todo reajuste dos combust�veis j� � esperada a diminui��o no faturamento da loja. “Quase tudo que vendemos aqui vem de fora. O reajuste dos combust�veis eleva o custo de vida. As pessoas passam a comprar somente os produtos  de primeira necessidade, deixando de comprar outras coisas como roupas”, diz.

O comerciante relembra ainda que o cen�rio � registrado bem ap�s os dois anos de pandemia da COVID-19, situa��o que j� pesou demais para os neg�cios, principalmente os pequenos.

Donos de postos j� perdem clientes

Donos de postos de combust�veis tamb�m sentem as consequ�ncias dos reajustes dos derivados do petr�leo, com queda da clientela. “Acredito que, nos �ltimos seis meses, tivemos uma redu��o de 30% nas vendas”, estima o empres�rio Gilvan Domingos Almeida, propriet�rio de um estabelecimento em Botumirim, no Norte de Minas, cidade com IDH de 0,602. Atualmente, por l� o �leo diesel est� sendo comercializado a R$ 8,05. A gasolina, R$ 7,99.








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