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Estado de Minas MERCADO GLOBAL

Infla��o nos EUA atinge maior patamar desde o in�cio da d�cada de 1980

Disparada de pre�os na economia norte-americana, a maior desde 1981, deve provocar alta de juros e queda na atividade global


14/07/2022 14:16

Dólar americano
�ndice de Pre�os ao Consumidor (CPI, na sigla em ingl�s) surpreendeu o mercado e avan�ou 1,3%, em junho, acima da alta de 1% de maio (foto: Reprodu��o)

O drag�o da infla��o mostra as suas garras n�o apenas no Brasil. Nos Estados Unidos, maior economia do mundo, a carestia est� em acelera��o e cada vez mais disseminada, atingindo os maiores patamares desde 1981 e, de quebra, acendendo o alerta de recess�o no radar global.
 
Conforme dados do Bureau of Labor Statistics (BLS) dos EUA, divulgados ontem, o �ndice de Pre�os ao Consumidor (CPI, na sigla em ingl�s) surpreendeu o mercado e avan�ou 1,3%, em junho, acima da alta de 1% de maio. No acumulado em 12 meses, o indicador aumentou 9,1%, a maior eleva��o nessa base de compara��o desde novembro de 1981.

As previs�es do mercado apontavam para uma varia��o mensal de 1,1%. Mas a disparada dos pre�os foi generalizada, com os grupos de alimentos e energia impulsionando a escalada. As varia��es mensais foram de 1% e de 7,5%, respectivamente. E, no acumulado em 12 meses, de 10,4% e de 41,6%. De acordo com analistas, o fato de a infla��o n�o ter desacelerado aumenta as chances de o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), elevar ainda mais os juros — medida com forte impacto em na��es emergentes e com risco-pa�s alto, como � o caso do Brasil.

"A infla��o dos Estados Unidos veio acima das expectativas e s� refor�a a tese de que o Fed vai continuar subindo os juros para conter esse processo inflacion�rio. Quanto mais o Fed subir os juros, mais o Brasil tende a sofrer, porque o real vai se desvalorizar ainda mais", alertou o economista Andr� Braz, coordenador do �ndice de Pre�os ao Consumidor da Funda��o Getulio Vargas (FGV).

"� medida que um pa�s seguro sobe os juros, ele atrai investimentos que poderiam vir para o Brasil. Mesmo com a Selic muito alta, o pa�s n�o consegue segurar bons investimentos, e isso mexe com nosso c�mbio. O real desvalorizado � bom para o pa�s exportar, mas � ruim quando ele importa, como � o caso dos combust�veis. Logo, quando o d�lar sobe, ele afeta ainda mais a infla��o", explicou Braz.

Julio Hegedus, economista-chefe da Mirae Asset, ressaltou que, diante da surpresa inflacion�ria, o Fed dever� acelerar o ritmo de aperto monet�rio, elevando os juros em um ponto percentual em vez de 0,75 ponto como na reuni�o anterior do banco central norte-americano. "O mercado deve estressar. A perspectiva de ajuste de um ponto percentual na taxa b�sica de juros do Fed, nos dias 27 e 28, entra no radar", disse ele, em refer�ncia � reuni�o deste m�s do Fomc.

Com isso, o d�lar deve se manter forte na compara��o com as demais moedas. "O d�lar tende a se valorizar mais com a perspectiva de aperto dos juros nos EUA, porque a dica � fazer o mal logo de uma vez, e n�o em doses homeop�ticas. Claro, no entanto, que o Fed deve continuar a operar a partir da divulga��o dos indicadores", afirmou Hegedus.

Euro mais fraco

Luis Otavio Souza Leal, economista-chefe do Banco Alfa, ressaltou que os n�meros do CPI mostram que o Fed precisar� ser mais duro na pol�tica monet�ria se quiser derrubar a infla��o dos n�veis atuais, e isso ter� reflexos n�o apenas no Brasil.

"Esse movimento deve manter o d�lar forte no mercado internacional e o real sob press�o", disse Leal, lembrando que os pa�ses europeus tamb�m come�am a sentir o baque da perspectiva de uma puxada mais forte dos juros nos EUA, tanto que o euro entrou em trajet�ria de queda, j� perdeu mais de 10% do valor neste ano e chegou � paridade com o d�lar, o que n�o ocorria desde 2002. Ontem, a moeda europeia chegou a ser negociada a US$ 0,998. "A infla��o est� t�o alta na Europa quanto nos EUA, mas essa crise energ�tica pode colocar alguns pa�ses do continente em recess�o severa, notadamente a Alemanha, al�m do risco de fragmenta��o do mercado de t�tulos europeus", alertou.


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