
Em nota, a Petrobras informou que, considerando a mistura vendida ao consumidor - 73% de gasolina e 23% de etanol - a participa��o da estatal no pre�o final nas bombas cair� de R$ 2,96, em m�dia, para R$ 2,81 a cada litro vendido nos postos, ou seja, R$ 0,15 a menos.
O �ltimo reajuste da gasolina feito pela companhia foi em 17 de junho, quando o pre�o m�dio do litro subiu 5,18%. Esta � a primeira baixa desde dezembro de 2021. Desde ent�o, o mercado internacional elevou as cota��es dos combust�veis a n�veis muito altos. Tamb�m � a primeira mudan�a no pre�o da gasolina realizada na gest�o de Caio Paes de Andrade, que assumiu a presid�ncia da empresa, no fim de junho, por indica��o do presidente Jair Bolsonaro (PL), com o objetivo de frear novos aumentos.
Mercado global
Na nota em que explica a altera��o, a estatal informou que a redu��o acompanha a evolu��o dos pre�os internacionais de refer�ncia, que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina. "� coerente com a pr�tica de pre�os da Petrobras, que busca o equil�brio dos seus pre�os com o mercado global, mas sem o repasse para os pre�os internos da volatilidade conjuntural das cota��es internacionais e da taxa de c�mbio", informou a petroleira. O pre�o do diesel n�o foi citado pela companhia.
Especialistas apontaram que a decis�o segue a redu��o das cota��es globais do petr�leo. Na sexta-feira, o barril de Brent atingiu o menor valor desde o in�cio do conflito na Ucr�nia, US$ 95 (R$ 518), e fechou com leve queda de 0,47%.
O presidente executivo da Associa��o Brasileira dos Importadores de Combust�veis (Abicom), S�rgio Ara�jo, afirmou que a Petrobras n�o errou ao diminuir os pre�os da gasolina. "De fato, os pre�os praticados pela estatal est�o corretos. Foi bastante coerente essa redu��o", disse.
A redu��o dos combust�veis � um dos temas mais debatidos pelo Congresso e pelo governo federal neste ano. Para o economista da FGV Maur�cio Can�do, a queda n�o � resultado da press�o do governo sobre a Petrobras. "� um movimento de adequa��o ao mercado internacional. O petr�leo e os derivados ca�ram, se estabilizando num patamar mais baixo", explicou.
Paulo Tavares, presidente do Sindicato de Com�rcio Varejista de Combust�veis do Distrito Federal (Sindicombust�veis-DF), concordou que a redu��o segue a situa��o internacional. Por�m, destacou que o reajuste de pre�os deveria ter acontecido antes se fosse orientado apenas por for�as do mercado.
"O mercado pedia por um reajuste positivo maior e a Petrobras n�o subia. Agora que o petr�leo caiu, eles reduziram, de forma correta. Mas por que n�o subiram antes? Isso vai contra a pol�tica de seguir o mercado internacional. O governo deixou claro que n�o deixaria os pre�os subirem, principalmente em ano eleitoral. Tanto que trocou duas vezes de presidente e trocaria quantas vezes fosse necess�rio para evitar novas altas", ressaltou Paulo Tavares.
Corte de impostos
O consumidor convive h� tr�s semanas com a baixa dos combust�veis nas bombas, desde a lei sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), em junho, que limitou a 18% o Imposto sobre Circula��o de Mercadorias e Servi�os (ICMS) sobre esses produtos. Ap�s a medida, o pre�o m�dio da gasolina no pa�s caiu de R$ 7,39 para R$ 6,07, segundo a Ag�ncia Nacional de Petr�leo (ANP). A redu��o nas refinarias deve empurrar o valor ainda mais para baixo.
O pre�o do diesel tamb�m foi afetado pela nova lei, mas em propor��o bem menor que o da gasolina, pois o produto j� tinha sido isento de impostos federais e a tributa��o estadual era menor. Com os cortes tribut�rios, o derivado caiu apenas 1,2%.
S�rgio Ara�jo acredita que os pre�os do diesel s� n�o tiveram redu��o devido � volatilidade das cota��es do produto. "A volatilidade do diesel � bem maior do que a da gasolina, ent�o, acredito que, por isso, o pre�o possa n�o ter ca�do", afirmou o presidente executivo da Abicom.