
Atualmente, a taxa b�sica da economia (Selic) est� em 13,25% ao ano, e, pelas estimativas do mercado, dever� subir para 13,75%. Mesmo assim, o Banco Central n�o conseguir� entregar a infla��o dentro da meta neste ano e no pr�ximo. E todo mundo sabe que, quando os juros est�o elevados, especialmente no patamar de dois d�gitos, n�o h� como uma economia conseguir crescer de forma sustent�vel.
"O Brasil est� no in�cio de um longo ciclo de crescimento econ�mico, apesar dos juros altos”, disse Guedes, nesta quinta-feira (21/7), em apresenta��o virtual a jornalistas dos dados recordes da Receita Federal, que recolheu R$ 181,04 bilh�es em tributos no m�s passado, dado 17,96%, em termos reais (corrigido pela infla��o), acima dos valores no mesmo per�odo de 2021 e o melhor resultado desde o in�cio da s�rie hist�rica, iniciada em 1995, com os dados atualizados pelo �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA).
"O Brasil consegue sustentar o crescimento e, como eu disse em Davos (na Su��a), n�o apostem contra o Brasil e contra a democracia brasileira. O Brasil vai continuar surpreendendo", acrescentou Guedes. Ele lembrou que o dado acumulado do semestre, de R$ 1,089 trilh�o, tamb�m foi recorde hist�rico da s�rie do Fisco.
'Desacelera��o sincronizada'
Na avalia��o do ministro, o mundo est� em um processo de "desacelera��o sincronizada” e v�rios pa�ses devem entrar em recess�o, em grande parte, por conta do ciclo de aumento de juros em curso pelos bancos centrais, mas o Brasil caminhar� na contram�o, com emprego e renda subindo e a arrecada��o surpreendendo. “� exatamente o contr�rio do que vai acontecer nos pa�ses da OCDE (Organiza��o para a Coopera��o e Desenvolvimento Econ�mico). O emprego vai aumentar nos EUA e na OCDE, porque eles est�o no final do ciclo de crescimento e o Brasil est� no in�cio de um longo ciclo de crescimento. Pela primeira vez, 100 milh�es de brasileiros est�o empregados, sendo 40 milh�es no sistema formal e 60 milh�es na informalidade, mas est�o trabalhando”, afirmou.
Ao comentar sobre a melhora no mercado de trabalho, sem falar sobre a deteriora��o dos empregos formais devido � precariza��o por conta do enorme aumento de pessoas trabalhando por conta pr�pria e se transformando em Microempreendedor Individual (MEI) para garantir alguma renda.
O ministro voltou a criticar as previs�es mais pessimistas da economia brasileira no in�cio do ano e que acabaram sendo revisadas para cima e, atualmente, as proje��es do mercado estimam crescimento de 2% no Produto Interno Bruto (PIB) de 2022.
Ele ainda minimizou o aumento das preocupa��es com a deteriora��o das contas p�blicas, em grande parte, devido �s recentes medidas populistas aprovadas pelo governo e pelo Congresso que aumentaram as despesas fora do teto de gastos em mais R$ 41,2 bilh�es, com o objetivo de tentar reverter os resultados das pesquisas para o presidente Jair Bolsonaro (PL), que continua atr�s do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT).
"O fato � que o Brasil est� crescendo. As contas externas e as contas p�blicas est�o em ordem. O resto, � narrativa”, completou.