
O sentimento de que a autoridade monet�ria brasileira acertou o momento de subir sua taxa de juros contrasta com a preocupa��o sobre os pr�ximos passos dos principais bancos centrais, principalmente o americano, que dever� anunciar uma forte eleva��o no custo do cr�dito na quarta (21/9).
Parte do mercado tamb�m apontava que esse otimismo quanto ao Brasil foi refor�ado nesta tarde pela not�cia do apoio do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles � candidatura do ex-presidente Lula (PT).
O d�lar comercial � vista caiu 1,82%, a R$ 5,1640 na venda. Na Bolsa de Valores brasileira, o �ndice Ibovespa saltou 2,33%, aos 111.823 pontos.
Davi Lelis, economista e s�cio da Valor Investimentos, afirma que h� um sentimento positivo em rela��o ao Brasil diante da expectativa de uma alta moderada dos juros pelo Banco Central nesta quarta.
Predomina a avalia��o entre investidores de que o pa�s est� conseguindo controlar a infla��o sem sufocar a economia. "O BC agiu r�pido, agiu forte e agiu bem", disse Lelis.
"Taxa de juros � como um antibi�tico. Voc� precisa acertar na dose", compara. "E a gente n�o matou o paciente" afirma.
Meirelles
Quanto ao apoio de Meirelles a Lula, a mensagem captada pelo mercado � a da previsibilidade na condu��o econ�mica em um eventual mandato petista. "Meirelles � um velho conhecido do mercado e acaba trazendo mais seguran�a sobre o plano de governo que ser� apresentado", comentou o economista da Valor.
Isso n�o significa que o mercado torce a favor ou contra Lula, segundo Nicolas Borsoi, economista da Nova Futura. "N�o � a precifica��o da vit�ria de Lula, mas um novo pre�o para um cen�rio com Lula vitorioso", explica.
Borsoi diz que "o apoio de Meirelles sinaliza que a pol�tica econ�mica do Lula ter� alguma racionalidade e modera��o em rela��o a um cen�rio de pol�tica econ�mica populista", analisa.
Discordando da avalia��o de que movimentos internos tenham sido a causa dos impactos no d�lar e na Bolsa, a economista especialista em c�mbio Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest, aponta a China como motor dos indicadores dom�sticos nesta sess�o.
"A queda [do d�lar] est� apoiada nas medidas de est�mulo dadas � economia chinesa", analisa Quartaroli. "E tamb�m vale lembrar que estamos com um n�vel elevado [da taxa de c�mbio], ainda acima dos R$ 5,10."
Setores ligados a exporta��o, potencialmente beneficiados por medidas de est�mulo na China, avan�aram no mercado de a��es local. As a��es mais negociadas de Vale e Petrobras subiram 3,24% e 1,59%, respectivamente.
A Petrobras tamb�m foi beneficiada pela ligeira alta de 0,53% no pre�o do petr�leo Brent, cujo valor do barril estava em US$ 91,83 (R$ 480,83) no final da tarde.
O dia foi de alta generalizada na Bolsa. Pap�is com potencial de crescimento dispararam, com destaque para as altas dos grupos educacionais Yduqs e Cogna, que saltaram 14,10% e 9,77%, nessa ordem.
No cen�rio externo, investidores esperam uma forte alta dos juros de refer�ncia nos Estados Unidos. H� duas semanas, o mercado considerava uma alta entre 0,50 e 0,75 ponto percentual, mas agora h� a expectativa para uma eleva��o entre 0,75 e 1 ponto percentual.
Provocada pela quebra das cadeias de abastecimento durante a pandemia e agravada pela Guerra da Ucr�nia, a infla��o � um problema para as principais economias.
Diante da persist�ncia da infla��o, ganha for�a o temor de que os Estados Unidos ser�o obrigados a elevar juros ao ponto de provocar um tombo da economia mundial nos pr�ximos meses.
Depois do susto do in�cio da semana passada com um �ndice de pre�os ao consumidor americano surpreendentemente alto, um novo s�mbolo do medo da recess�o foi o tombo de mais de 21% das a��es da FedEx na �ltima sexta-feira (16) na Bolsa de Nova York. Nesta segunda os pap�is da empresa recuperaram apenas 1,17%.
Em Wall Street, os principais indicadores do mercado americano fecharam a sess�o desta segunda com uma recupera��o moderada em rela��o � forte baixa da semana passada.
O Dow Jones, que acompanha o desempenho de 30 das maiores empresas dos EUA, subiu 0,64%. J� o S&P 500, par�metro para as a��es negociadas em Nova York, avan�ou 0,69%.