
"Na nossa vis�o, a Petrobras deveria anunciar reajustes na gasolina e no diesel para que seja coerente com a pol�tica de precifica��o implantada", afirma.
"Se voc� observar, h� poucas semanas, quando teve queda no mercado, a Petrobras ajustou os pre�os para baixo quase semanalmente", acrescenta.
As cota��es do petr�leo e a taxa de c�mbio s�o pilares da pol�tica da estatal. Neste m�s, a commodity engatou alta com o an�ncio do corte de produ��o pela Opep+, que re�ne os maiores exportadores do mundo. O cen�rio de oferta reduzida levou as cota��es para cima.A Petrobras, contudo, tem evitado reajustes nas refinarias �s v�speras do segundo turno das elei��es presidenciais. Como mostrou a Folha de S.Paulo, fontes da empresa relatam press�o do governo para evitar not�cias negativas at� o fim da disputa. O temor � de preju�zos � campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nesta quarta-feira (19), o valor m�dio da gasolina nas refinarias brasileiras estava 5% abaixo da paridade de importa��o, segundo a Abicom. A defasagem em rela��o aos pre�os internacionais correspondia a R$ 0,18 por litro.
Essa diferen�a era ainda maior na semana passada. Chegou a tocar em R$ 0,43 na sexta (14). O conceito simula quanto custaria para importar o produto dos fornecedores mais pr�ximos.
De acordo com a Abicom, o pre�o da gasolina no Brasil est� abaixo do praticado no exterior desde 4 de outubro. Ou seja, j� s�o mais de duas semanas nessa condi��o.
A defasagem � ainda maior no caso do diesel. Ficou em 12% nesta quarta, ou R$ 0,70 abaixo da paridade, segundo a entidade.
A diferen�a chegou a bater em R$ 0,97 na sexta. O diesel tamb�m mostra defasagem desde a primeira semana de outubro.
Consultada sobre o assunto, a Petrobras disse que, por quest�es concorrenciais, n�o pode antecipar decis�es sobre manuten��o ou reajuste de pre�os.
"O monitoramento das cota��es � feito diariamente e a decis�o de atualizar os pre�os � integralmente t�cnica", afirmou a companhia em nota.
A Petrobras teve papel de destaque �s v�speras do primeiro turno das elei��es. Na ocasi�o, a estatal confirmou cortes de pre�os quase semanalmente em meio � tr�gua das cota��es do petr�leo. As not�cias foram comemoradas pela campanha de Bolsonaro.
Agora, com a valoriza��o do petr�leo, as quedas foram interrompidas. Enquanto isso, a maior refinaria privada brasileira, a Refinaria de Mataripe, na Bahia, aumentou no s�bado (15) seus pre�os de venda da gasolina e do diesel.
Foi o segundo aumento ap�s o corte de produ��o da Opep. A refinaria � controlada pelo fundo �rabe Mubadala.
Ap�s 15 baixas, a gasolina voltou a subir nos postos brasileiros na semana passada, conforme pesquisa da ANP (Ag�ncia Nacional do Petr�leo, G�s e Biocombust�veis). O combust�vel foi vendido a R$ 4,86 por litro.
Para Sergio Ara�jo, da Abicom, o vi�s � de alta para os pre�os do petr�leo, o que tende a seguir pressionando a Petrobras. "O principal impacto � o an�ncio da Opep, j� que diminui a oferta e a demanda permanece."