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Estado de Minas ECONOMIA

Perto das elei��es, Banco Central mant�m Selic em 13,75%

BC avisou de que poder� ajustar os passos futuros e que 'n�o hesitar� em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinfla��o n�o transcorra como esperado'


26/10/2022 23:18 - atualizado 26/10/2022 23:37

Banco Central
Banco Central refor�ou a mensagem de que se manter� vigilante, avaliando se a estrat�gia de manuten��o da taxa b�sica de juros por per�odo "suficientemente prolongado" ser� capaz de assegurar o controle da infla��o (foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

A quatro dias do segundo turno das elei��es, o Copom (Comit� de Pol�tica Monet�ria) do Banco Central manteve nesta quarta-feira (26) a taxa b�sica de juros (Selic) em 13,75% ao ano.

Esta � a segunda reuni�o seguida em que n�o h� altera��o no patamar da Selic. No encontro passado, em setembro, o colegiado do BC interrompeu o seu mais intenso choque de juros desde a ado��o do regime de metas para infla��o, em 1999.

A autoridade monet�ria refor�ou a mensagem de que se manter� vigilante, avaliando se a estrat�gia de manuten��o da taxa b�sica de juros por per�odo "suficientemente prolongado" ser� capaz de assegurar o controle da infla��o.

O BC tamb�m repetiu o aviso de que poder� ajustar os passos futuros e que "n�o hesitar� em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinfla��o n�o transcorra como esperado".

Ao longo do ciclo de alta de juros, a taxa b�sica saiu de seu piso hist�rico (2%) em mar�o de 2021 e subiu 11,75 pontos percentuais at� agosto deste ano. Foram 12 aumentos consecutivos no per�odo.

A decis�o do Copom veio em linha com a proje��o consensual do mercado financeiro de que a Selic ficaria inalterada em 13,75%. Levantamento feito pela Bloomberg mostrou que essa era a expectativa un�nime entre os economistas consultados.

Desde a �ltima reuni�o, as proje��es de infla��o seguiram a tend�ncia de queda para este ano e para o pr�ximo, enquanto a previs�o para 2024 se manteve est�vel em 3,5% –acima do centro da meta (3%).

Os riscos elevados de recess�o nas principais economias globais e o rumo da pol�tica fiscal, a depender do resultado da elei��o, pressionam as expectativas de longo prazo.

Quanto ao cen�rio externo, o BC ressaltou as revis�es negativas para o crescimento global e aumento da volatilidade nos ativos financeiros. "O comit� notou tamb�m a maior sensibilidade dos mercados a fundamentos fiscais, inclusive em pa�ses avan�ados", disse. Segundo o comunicado, esses fatores inspiram "maior aten��o para pa�ses emergentes".

Para Luis Ot�vio Leal, economista-chefe do banco Alfa, o BC fez em sua an�lise do ambiente global uma refer�ncia impl�cita ao imbr�glio no Reino Unido, com a ren�ncia de Liz Truss ao cargo de primeira-ministra, e sua pol�tica fiscal "heterodoxa".

O gatilho para a sa�da da sucessora de Boris Johnson foi um ousado programa econ�mico de corte de impostos e novos aux�lios, para combater a alta no custo de vida e a crise de energia desencadeadas pela Guerra da Ucr�nia.

"Ele [BC] d� um recado de que esse tipo de pol�tica expansionista, que acaba aumentando o d�ficit p�blico, tem consequ�ncias. Achei interessante que, no final, ele n�o fala no Brasil, mas fala em pa�ses emergentes. Ent�o, � mais um recado na parte fiscal que ele sempre d� ao longo do comunicado", afirmou.

Em rela��o � atividade econ�mica brasileira, o BC observou um ritmo de crescimento mais moderado.

O que chamou aten��o de Rafaela Vit�ria, economista-chefe do banco Inter, foi o fato de o BC n�o ter considerado a trajet�ria mais benigna da infla��o desde o �ltimo encontro do colegiado.

"O que notei foi a aus�ncia do reconhecimento de que a infla��o come�a a dar bons sinais de melhora", disse. "Vimos nas medidas de n�cleos das �ltimas leituras, assim como a infla��o de servi�os, um in�cio de uma desacelera��o que � muito importante, j� mostra algum efeito da pol�tica monet�ria."

De acordo com o �ltimo boletim Focus, divulgado na segunda-feira (24), a estimativa do mercado para o IPCA (�ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo) recuou para 5,6% em 2022 e caiu para 4,94% em 2023.

As revis�es para baixo foram calculadas depois de o pa�s registrar tr�s meses seguidos de defla��o (queda de pre�os), de julho a setembro, puxada sobretudo pelos cortes de impostos sobre combust�veis e energia el�trica.

No acumulado em 12 meses at� setembro, o IPCA ficou em 7,17%, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica). Para os pr�ximos resultados mensais, n�o s�o esperadas novas defla��es, como sinalizou a pr�via do �ndice de outubro.

No cen�rio de refer�ncia do Copom, as proje��es de infla��o se mantiveram em 5,8% para este ano e subiram de 4,6% para 4,8% para 2023. Para 2024, o colegiado elevou marginalmente a previs�o de 2,8% para 2,9% (ainda abaixo do centro da meta, de 3%).

As expectativas continuam acima das metas perseguidas pelo BC –fixadas pelo CMN (Conselho Monet�rio Nacional) em 3,5% e 3,25% para 2022 e 2023, respectivamente, com toler�ncia de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

No balan�o de riscos para a infla��o, entre as condi��es que puxariam os pre�os para cima, o BC destacou mais uma vez a persist�ncia das press�es inflacion�rias globais, a incerteza sobre a situa��o fiscal do pa�s e a press�o vinda do mercado de trabalho.

Na dire��o oposta, indicou a queda adicional dos pre�os das commodities internacionais em moeda local, uma desacelera��o da atividade econ�mica global mais acentuada do que a prevista e a manuten��o dos cortes de impostos projetados para serem revertidos em 2023.

Leal, do banco Alfa, considera que a autoridade monet�ria foi "bastante conservadora" em suas expectativas de infla��o. Para o economista, h� espa�o para o �ndice ser mais baixo do que o projetado para 2023, visto que ambos os candidatos � Presid�ncia –Luiz In�cio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL)– j� sinalizaram a inten��o de manter desonera��es tribut�rias.

Para Vit�ria, do Inter, a quest�o fiscal � a que traz mais incerteza devido � potencial mudan�a do arcabou�o fiscal para 2023. "No balan�o de riscos, o Copom faz avalia��o correta de que essa mudan�a de arcabou�o fiscal pode trazer infla��o, sim, de volta via est�mulo da demanda e pode trazer inclusive via aumento de pr�mio de risco, com potencial desvaloriza��o cambial", disse.

"Independentemente do resultado da elei��o, existem potenciais gastos para 2023 que n�o est�o esclarecidos como ser�o acomodados no Or�amento", acrescentou.

Dada a defasagem dos efeitos da pol�tica monet�ria sobre a economia, o ano de 2024 vai ganhando mais peso sobre a decis�o do colegiado quanto aos juros � medida que o calend�rio avan�a. O Copom volta a se reunir nos dias 6 e 7 de dezembro para calibrar o patamar da Selic no �ltimo encontro do ano.


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