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Estado de Minas RESPONSABILIDADE FISCAL

Press�o do mercado reflete desconfian�a com nova pol�tica econ�mica de Lula

Agentes financeiros est�o descontentes com a falta de defini��o de Lula sobre quem comandar� a equipe econ�mica


12/11/2022 08:17 - atualizado 12/11/2022 08:34

Rosana Hessel- Correio Braziliense

Henrique Meirelles
(foto: Miguel Schincariol/AFP)
O presidente eleito Luiz In�cio Lula da Silva (PT) jogou gasolina na fogueira do mercado financeiro ao fazer declara��es minimizando "a tal responsabilidade fiscal", na sua primeira visita ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Bras�lia, sede do governo de transi��o. A rea��o negativa foi imediata, em um claro sinal de descontentamento dos agentes financeiros pela falta de defini��o de Lula sobre quem comandar� a equipe econ�mica.

Lula j� avisou que s� tratar� de nomes para o futuro minist�rio depois que retornar da Confer�ncia do Clima — COP27 —, no Egito, mas os agentes do mercado sentem calafrios com a possibilidade de o presidente indicar nomes como os ex-ministros petistas Guido Mantega, Aloizio Mercadante e Fernando Haddad. Ontem, em entrevista � Globonews, Mantega disse que n�o ser� ministro novamente.

Apenas o economista P�rsio Arida, um dos pais do Plano Real, � considerado pelos analistas como defensor efetivo da responsabilidade fiscal na equipe de transi��o.

A preocupa��o do novo governo com a quest�o fiscal � uma das exig�ncias dos agentes financeiros — os bancos s�o os principais credores da d�vida p�blica — a fim de evitar uma forte oscila��o nos indicadores de confian�a do pa�s, como Bolsa, c�mbio e pr�mios de risco dos t�tulos p�blicos. N�o � toa, ap�s a fala de Lula, o Tesouro Nacional precisou interromper as negocia��es devido � alta volatilidade dos t�tulos p�blicos, a Bolsa de Valores de S�o Paulo (B3) escorregou mais de 3% e o d�lar disparou mais de 4%.

No dia seguinte, v�rios bombeiros entraram em a��o para minimizar o estrago e alguns petistas at� se surpreenderam com a rea��o.

At� mesmo Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda do governo Michel Temer (MDB) e ex-presidente do Banco Central no governo Lula - uma das apostas do mercado para chefiar a Fazenda a partir de 2023 - demonstrou preocupa��o com as declara��es do presidente eleito e com as sinaliza��es em torno da proposta de emenda � Constitui��o (PEC) que vai abrir espa�o fiscal para o novo governo.

Em evento fechado do banco BTG Pactual, que teve algumas frases vazadas entre operadores, Meirelles admitiu estar "mais pessimista" ap�s as declara��es do presidente eleito que, segundo ele, indicam um direcionamento parecido com o que foi o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

"O Lula estava fechado, n�o dizia nada, n�o queria desagradar ningu�m. Hoje, come�ou a falar. A�, ele come�ou a sinalizar uma dire��o � Dilma. Ele est� fazendo uma op��o que � a mais f�cil, de agradar l� dentro", disse Meirelles, em declara��o registrada em relat�rio que circulou entre os agentes de mercado, apontando que o presidente eleito "ainda pode corrigir o rumo e abrir um espa�o um pouco maior para as pessoas que t�m mais bom senso". O maior problema apontado por Meirelles "n�o ser� o ajuste de 2023, mas o de 2024 em diante". E apontou o caminho: "eu acho que tem solu��o, que � a reforma administrativa".

Ele ainda refor�ou um ajuste fiscal que passe pelo corte "de benef�cios para as empresas que n�o se justificam mais". Procurado pelo Correio Braziliense, Meirelles minimizou a repercuss�o da compara��o de Lula com Dilma e assegurou que a informa��o "n�o procede". "Saindo de uma reuni�o destas, cada um dos 30 participantes fala o que quer", contemporizou.

Ao comentar sobre a rea��o do mercado �s declara��es de Lula, Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, defendeu a necessidade de o presidente eleito indicar logo quem ser� o futuro ministro da Fazenda, pasta que ser� recriada juntamente com o Minist�rio do Planejamento no futuro governo. "Lula est� no palanque ainda. Precisamos saber quem vai ser o ministro da Fazenda para apagar os inc�ndios que Lula causa", disse Vale. Na avalia��o dele, dos 16 nomes para a �rea econ�mica, apenas P�rsio Arida parece demonstrar real preocupa��o com a quest�o fiscal. "Isso traz riscos grandes no gerenciamento � frente", alertou o economista da MB.


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