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Estado de Minas ECONOMIA

Ind�stria brasileira ter� o maior d�ficit da hist�ria em 2022

Devido � desindustrializa��o em curso e � baixa competitividade, balan�a comercial da manufatura ter� saldo negativo de US$ 125 bilh�es, pelas proje��es da AEB


13/11/2022 08:08

Indústria de calçados
Ind�stria de cal�ados (foto: CNI/ Miguel �ngelo)


Por Rosana Hessel - Correio Braziliense

A desindustrializa��o do pa�s pode ser percebida na balan�a comercial nacional, apesar dos n�meros positivos das exporta��es do agroneg�cio. Conforme dados da Associa��o de Com�rcio Exterior do Brasil (AEB), devido � perda de competitividade da ind�stria nacional, a diferen�a entre as importa��es e as exporta��es do setor produtivo, cujos produtos possuem maior valor agregado, deve atingir um saldo negativo recorde neste ano, chegando a US$ 125 bilh�es.

"E o detalhe � que, no ano passado, a conta da balan�a comercial de manufaturados teve um d�ficit grande, de US$ 111 bilh�es, e a proje��o para este ano � de US$ 125 bilh�es. � o maior saldo negativo da hist�ria, disparado", adianta o presidente da AEB, Jos� Augusto de Castro, em entrevista ao Correio. Ele destaca que, apesar de os dados de emprego terem melhorado nos �ltimos meses, com queda da taxa de desocupa��o para 8,7% no terceiro trimestre do ano, a perda de competitividade da ind�stria nacional com o resto do mundo tem ajudado a exportar empregos em vez de criar localmente.
"Quando o pa�s tem deficit desse tamanho na balan�a comercial da ind�stria, significa que estamos gerando emprego de qualidade e de melhor remunera��o no exterior e n�o internamente", pontua.

Na avalia��o do presidente da AEB, apesar de o presidente eleito Luiz In�cio Lula da Silva (PT) ter sinalizado em seus discursos que pretende recuperar a ind�stria nacional e fazer o Brasil ser um "protagonista internacional", o desafio do novo governo ser� enorme. Segundo ele, para o pa�s conseguir voltar a exportar mais produtos manufaturados do que commodities, que t�m menor valor agregado, ser� preciso mudar a pol�tica de com�rcio internacional, atualmente mais focada no agroneg�cio, mais beneficiado pela infla��o do que pelo aumento da demanda. "Devido � alta dos pre�os das commodities, ap�s a pandemia, o pa�s tem exportado pre�o, porque a quantidade de produtos praticamente n�o aumentou."

Os dados mais recentes divulgados pela Secretaria de Com�rcio Exterior (Secex), do Minist�rio da Economia, comprovam essa contradi��o. Enquanto as exporta��es nacionais cresceram 19,1% em valores, no acumulado de janeiro a outubro deste ano na compara��o com o mesmo per�odo de 2021, somando US$ 281 bilh�es, a quantidade de produtos embarcados cresceu apenas 4,4%. "Os pre�os das commodities come�aram a cair em outubro e isso j� est� sendo refletido nos dados da balan�a, com a redu��o do saldo comercial", destaca Castro.

Conforme os dados da Secex, de janeiro a outubro deste ano, as importa��es cresceram 29,3%, na compara��o com o mesmo per�odo de 2021, somando US$ 229,3 bilh�es. J� a quantidade de produtos desembarcados avan�ou 4,4%. Enquanto isso, o saldo da balan�a comercial encolheu 11,7% na mesma base de compara��o, para US$ 51,6 bilh�es. Logo, esses dados confirmam as proje��es da AEB para este ano. A entidade prev� queda de 11,9% no saldo comercial em compara��o a 2021, para US$ 54,1 bilh�es.

De acordo com Castro, em 2000, os produtos manufaturados chegaram a representar 59% das exporta��es nacionais e, no ano passado, esse percentual respondeu por pouco menos da metade: 28%. "E tudo isso � desemprego, ou seja, pensando em com�rcio exterior, o pa�s atravessa uma clara desindustrializa��o e, para reindustrializar o pa�s, � preciso mudar a estrutra de custos interna, a fim de atrair novamente investimentos de empresas de produtos manufaturados no pa�s", explica o especialista. Ele lembra que a inviabilidade desse tipo de neg�cio fez muitas montadoras fecharem suas f�bricas no pa�s, a exemplo da Ford, que encerrou a produ��o nacional em 2019.

"Para o pa�s mudar o com�rcio internacional, ser� preciso recuperar a competitividade da ind�stria para ela poder conseguir voltar a exportar para mercados desenvolvidos, como Europa e Estados Unidos. E, para isso, � preciso reduzir o custo Brasil", sintetiza Castro. "N�o tenho nada contra o pa�s exportar commodities, que t�m a China como principal destino. Mas a ind�stria nacional precisa recuperar a competitividade", acrescenta o presidente da AEB. A entidade realiza, nos pr�ximos dias 17 e 18, o 41º Encontro Nacional de Com�rcio Exterior (Enaex), em que principais temas ser�o os desafios e as perspectivas para o com�rcio exterior brasileiro.


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