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Estado de Minas MERCADO DE FOGOS

Ind�stria teme perda na produ��o com proibi��o de fogos de artif�cio

Depois de amargar queda de 90% durante a pandemia de COVID-19, setor tenta se recuperar em meio � press�o pela proibi��o de artefatos


27/12/2021 04:00 - atualizado 27/12/2021 07:09

Fábrica de fogos em Santo Antônio do Monte
Em Santo Ant�nio do Monte, cidade do Centro-Oeste de Minas, est� concentrada a maior parte fabrica��o dos fogos do Brasil. Empres�rios falam em diminuir decib�is, mas proposta n�o agradou (foto: Nando Oliveira/Esp. EM/D.A Press - 14/6/10)

Ainda em recupera��o devido ao reflexo das restri��es impostas pela pandemia de COVID-19, a ind�stria de fogos de artif�cio teme ainda mais perdas com a amea�a de proibi��o de artefatos ruidosos. Recentemente, a C�mara de Belo Horizonte aprovou, em primeiro turno, projeto que veda o manuseio, utiliza��o e queima dos artefatos pirot�cnicos com alto impacto sonoro. Outras cidades pelo pa�s t�m iniciativas semelhantes.

Ap�s amargar queda de 90% no consumo no �ltimo ano com as suspens�es das festas de r�veillon e demais eventos, o setor prev� que as perdas na produ��o possam ultrapassar 40%. Isso se a proposta dos vereadores Irlan Melo (PSD), Miltinho CGE (PDT) e Wesley (Pros) for aprovada em segundo turno e sancionada pelo prefeito Alexandre Kalil.

O �ndice ainda n�o � o oficial. O presidente do Sindicato das Ind�strias de Explosivos (Sindiemg), Magnaldo Geraldo Filho, diz que, por enquanto, n�o � poss�vel colocar todo o impacto na ponta do l�pis por envolver uma cadeia produtiva extensa. “S�o muitos segmentos envolvidos”, destaca.

A ind�stria fala em di�logo. “Temos condi��es de diminuir os n�veis de ru�dos, de decib�is. Os laborat�rios est�o fazendo pesquisa, a gente precisa de um prazo para regulamentar, temos embalagens antigas, � um processo muito grande”, destaca. O setor defende, pelo menos, o limite de 120 decib�is, o mesmo praticado na Uni�o Europeia. Hoje, pode chegar a 175 decib�is. “Estamos dispostos a mudar, desde que saia uma regulamenta��o que nos permita trabalhar em vez de ser apenas proibitivo”, completa Filho.

Santo Ant�nio do Monte

Fica em Santo Ant�nio do Monte, no Centro-Oeste de Minas, o �nico laborat�rio da Am�rica Latina para a an�lise das condi��es dos fogos de artif�cio, desde a embalagem ao funcionamento. “Analisamos se os produtos atendem � legisla��o do Ex�rcito brasileiro, chegando com mais seguran�a ao consumidor”, afirma o gerente do Centro Tecnol�gico de Pirotecnia, Rodrigo de Sousa Tomaz.

O Arranjo Produtivo Local (APL) do munic�pio mineiro � o segundo maior do mundo, atr�s apenas da China. Ele � respons�vel por 90% da fabrica��o do pa�s e em gerar 12,4 mil empregos diretos e indiretos, divididos em 64 empresas tamb�m localizadas em Japara�ba, Lagoa da Prata, Itapecerica, Moema e Pedra do Indai�.

“Vai gerar um grande desemprego. Quando h� essas proibi��es, derruba toda a pir�mide que a gente constr�i. � a empresa que produz, o lojista que vende, os profissionais de shows de pirotecnia”, destaca o empres�rio do setor Ivo Jos� de Oliveira.

Representante comercial da �rea, Ricardo Rodrigues fala em bom senso. “Vivemos em um pa�s politicamente correto e invi�vel. (...) Entendo e compreendendo que podemos chegar a um consenso”, defendeu. Para Rodrigues, � necess�rio encontrar um meio-termo para viabilizar o setor e atender � demanda da sociedade.

Ele ainda destacou a busca na qualifica��o do produto. “N�o existem fogos silenciosos. Existem fogos de baixo estampido, usados por profissionais de pirotecnia em shows de palco. Estamos trazendo essa evolu��o que existe h� um tempo para abrilhantar o comercial”, explicou.

O Arranjo Produtivo de Samonte � respons�vel pela produ��o de 30 mil toneladas de fogos de artif�cio por ano. S�o mais de 150 tipos produzidos e exportados principalmente para Argentina, Bol�via, Uruguai e Paraguai.

Al�m de ampliar a discuss�o para a regulamenta��o da produ��o e comercializa��o, o presidente do Sindiemg destacou a necessidade de fortalecimento p�s-pandemia. Em 2021, o setor j� sentiu um al�vio recuperando as perdas do ano anterior em cerca de 70%. “Precisamos, neste momento, do mercado interno porque a gente vem de uma pandemia. Precisamos recuperar para fazer investimento e exportar”, defende Magnaldo Geraldo Filho.

Proibi��o sendo votada na CMBH

Ainda n�o h� previs�o de quando o projeto dever� ser votado em segundo turno na CMBH. A proposta dos vereadores foi aprovada por 35 votos a favor, dois contra e tr�s absten��es. Eles alegam que a ideia � combater a polui��o sonora, que afeta a sa�de dos animais em ambiente urbano, al�m do bem-estar de idosos, crian�as, rec�m-nascidos e pessoas com defici�ncia.

“Tivemos casos, inclusive, noticiados pela imprensa, de animais que morreram, seja de ataque card�aco por conta dos fogos muito barulhentos, seja por tentar fugir desesperadamente e, num acidente, acabar morrendo”, exemplifica o vereador Irlan Melo.

O parlamentar diz que a inten��o � coibir apenas os fogos barulhentos. “N�o estamos proibindo os fogos luminosos, aqueles que causam um espet�culo maravilhoso, mas aqueles barulhentos”, destaca. Ele tamb�m falou em negocia��o com a ind�stria: “J� nos reunimos com as ind�strias na Fiemg e elas ainda n�o apresentaram uma proposta vi�vel. A �nica proposta que existe � reduzir para 120 (decib�is), o que � inaceit�v

O sindicato n�o sabe contabilizar quantos munic�pios mineiros j� proibiram os fogos. O mais recente foi Juiz de Fora, na Zona da Mata. A lei sancionada pela prefeita Margarida Salom�o (PT) tamb�m visa � prote��o das pessoas em maior condi��o de vulnerabilidade e animais. O projeto aprovado em outubro tramitou por cerca de dois anos e 10 meses.

*Amanda Quintiliano, especial para o EM


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