O dia j� negativo para o mercado dom�stico piorou na tarde desta sexta-feira (25) ap�s o encontro de Fernando Haddad, cotado para o cargo de ministro da Fazenda, com os presidentes dos grandes bancos brasileiros.
Financistas buscavam no evento informa��es do texto final da PEC da Transi��o e mais pistas sobre como o poss�vel indicado pelo presidente eleito Luiz In�cio Lula da Silva (PT) para comandar a economia conduzir� a pol�tica fiscal. O ex-prefeito de S�o Paulo, por�m, dirigiu seus coment�rios � necessidade de priorizar a reforma tribut�ria em 2023.
Na Bolsa de Valores brasileira, o �ndice par�metro Ibovespa tombou 2,55%, aos 108.976 pontos.
No mercado de juros futuros do Brasil, a taxa anual dos contratos DI (dep�sitos interbanc�rios) para 2024 subiu de 14,31% para 14,44%, depois de ter recuado na v�spera.
O d�lar comercial � vista fechou em alta 1,86%, cotado a R$ 5,41 na venda.
Com o ex-ministro da Educa��o petista ainda mais considerado para a Fazenda, analistas e gestores passaram a esperar que ele fizesse mais coment�rios sobre a quest�o fiscal, disse Josian Teixeira, gestor de portf�lio da Lifetime Asset Management.
"T�nhamos expectativas sobre alguma indica��o sobre o andamento do governo e at� mesmo sobre a PEC e, por consequ�ncia, da d�vida p�blica", disse Teixeira. "Como ele n�o mencionou isso e falou mais de reforma tribut�ria, o mercado ficou um pouco frustrado."
�tore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, disse que a participa��o de Haddad, apesar de boa quanto ao conte�do do discurso, deixou impress�es que refor�aram preocupa��es do mercado.
"Ele foi escalado para uma tarefa que caberia muito ao eventual ministro da Fazenda", disse Sanchez, destacando que isso indica que o ex-prefeito poder�, de fato, ocupar o cargo em 2023.
No ramo das finan�as h� prefer�ncia por nomes historicamente comprometidos com a redu��o do risco fiscal, ou seja, com o maior controle de gastos p�blicos, o que na avalia��o do setor pode reduzir a infla��o e os juros, criando condi��es mais favor�veis para atrair investidores para o pa�s.
O economista liberal Persio Arida, que est� na equipe de transi��o de Lula, � um dos favoritos do mercado para o comando da �rea.
"O mercado v� mal a nomea��o do Haddad porque o enxerga como um pol�tico cl�ssico de esquerda, com convic��es sobre economia", disse Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus.
"O mercado n�o o v� como um Palocci, ainda que tenha similaridades, como ser um pol�tico importante de S�o Paulo, de fino trato, elegante e moderado", completou Miranda, fazendo uma compara��o entre Haddad e Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda de Lula entre 2003 e 2006.
Acilio Marinello, coordenador de MBA da Trevisan Escola de Neg�cios, afirmou que o tom "evasivo" de Haddad faz o mercado considerar que Lula est� procurando um nome que, embora n�o pare�a assustador aos investidores, tenha uma pol�tica fiscal "heterodoxa", ou seja, mais direcionada � expans�o dos gastos p�blicos.
Levantamento de Einar Rivero, da TradeMap, realizado logo ap�s o evento da Febraban apontou que houve queda generalizada das a��es da Bolsa. Rivero ainda destacou que, entre as a��es do Ibovespa, s� a CSN subiu (0,81%) nesta sess�o.
Ainda sobre o desempenho do mercado de a��es nesta sexta, h� destaque para a baixa da Magazine Luiza , que perdeu 5% em plena Black Friday.
Analistas da Ativa apontaram como "marginalmente negativa" a not�cia de que a Magazine Luiza estava liderando reclama��es neste dia de promo��es.
"Necess�rio ponderar que a varejista que estiver vendendo mais, em termos de volume, estar� no topo das reclama��es, dado o volume de entregas e intera��es maior que as demais", destacou a Ativa, em boletim.
Os analistas tamb�m ressaltaram que per�odos quase simult�neos de vendas, como Black Friday e Natal, al�m da Copa do Mundo, geram d�vidas no mercado.
Nos Estados Unidos, em um dia de hor�rio reduzido ap�s o feriado do Dia de A��o de Gra�as, o �ndice S&P 500 fechou perto da estabilidade, cedendo apenas 0,03%.