Irineu da Silva Junior conta que o posto aumentou o pre�o no domingo, mas hoje j� voltar ao pre�o antigo diante da medida provis�ria
O presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) assinou no domingo (1/1), dia da sua posse, medida provis�ria que prorroga a desonera��o dos combust�veis por 60 dias. A princ�pio, a gasolina teria reajuste de R$ 0,69 no primeiro dia do ano de 2023, enquanto o diesel e o etanol aumentaram R$ 0,65 e R$ 0,25, respectivamente, em todo o pa�s. Mas isso s� se a isen��o de impostos federais sobre os produtos n�o fosse prorrogada.
A revoga��o j� era esperada, j� que o impacto poderia ser de R$ 5,8 bilh�es nas receitas no primeiro ano de gest�o do governo petista.
O motorista de aplicativo S�rgio Luiz Silva, de 55 anos, que trabalha com a Uber h� tr�s anos e meio, espantou-se com o aumento da gasolina j� no s�bado, dia 30 de dezembro de 2022. "Fui abastecer com R$ 100 no s�bado para trabalhar e me assustei com o pre�o de R$ 5,97 no posto da Rua Jairo Pereira com Jos� Cleto, no Bairro Palmares. J� estava com aumento. Em outro posto, no Centro, na Rua Goitacazes, pr�ximo da Araguari, o mesmo valor, R$ 5,97. Um absurdo".
Para conseguir trabalhar e ter algum lucro, S�rgio Luiz precisou pesquisar e acabou encontrando um posto com valor antigo: "Abasteci em outro ponto no Bairro Palmares, na Avenida Bernardo Vasconcelos, a R$ 4,86. E olha que a poucos metros do outro que j� estava R$ 5,97".

Luiz Carlos Gomes de Medeiros diz que abasteceu no s�bado e hoje j� encontrou a gasolina mais cara
Gladyston Rodrigues/EM/D.A PressBelo-horizontinos que passaram hoje em frente a postos na Avenida Ant�nio Carlos, na altura do Bairro Liberdade, viram que os pre�os da gasolina comum variavam entre R$ 5,79 e 5,95.
Em outros dois estabelecimentos da Avenida Pedro I, sentido rodovia MG-010 (Linha Verde), o pre�o era de R$ 5,09. Na mesma via, mas em dire��o ao Centro, um posto ainda apresentava o valor de 2022: R$ 4,89.
Luiz Carlos Gomes de Medeiros, que abastecia o carro no Posto Monte Santo, na Avenida Pedro II, bairro Cai�ara, notou uma alta de R$ 0,10 em compara��o a s�bado. "Est� mais caro e, claro, todo aumento impacta as contas, acaba onerando, j� que uso o carro para trabalhar". Neste posto, a gasolina comum est� a R$ 4,99, a aditivada a R$ 5,19, o �lcool a R$ 3,99 e o diesel a R$ 6,69.

Mesmo com moto, mais econ�mica, Lorran Patr�cio destaca que aumento afeta seu bolso
Gladyston Rodrigues/EM/D.A PressO empres�rio Guilherme Souza, de 22 anos, assustou-se com a alta de pre�o: "Chegando hoje de viagem e j� me deparei com esta surpresa. Come�ando o ano mal, mais impostos, mais peso para o bolso. Tenho amigos que trabalham como motoristas de aplicativo e j� pensam em voltar para o g�s porque n�o sabem o que vai acontecer".
Posto aumenta e volta a abaixar o pre�o
Irineu L�cio da Silva Junior, de 26 anos, gerente do Posto S�o Luis, no Bairro Aeroporto, revelou que a ordem foi aumentar o pre�o no domingo (31/12), sendo R$ 1 na gasolina comum e R$ 0,40 no etanol. "Mas hoje (2/1), com a medida provis�ria do Lula, j� recebi nova orienta��o. E daqui a pouco vamos voltar para o pre�o antigo, j� que seguimos todos os decretos corretamente", disse.

Miguel Fraga, Bombeiro Militar, viaja com frequ�ncia o a gasolina mais cara prejudicar� seu or�amento
Gladyston Rodrigues/EM/D.A PressO bombeiro militar Miguel Fraga, de 23 anos, estava abastecendo para viajar. "Aumento nunca � bom. Para quem usa o carro de forma espor�dica n�o sente tanto, mas quem trabalha com Uber, taxista e eu que viajo com certa frequ�ncia, no fim do m�s, faz a diferen�a no or�amento. E pior, o aumento da gasolina interfere em tudo na vida, em todos os produtos e na alimenta��o".
Lorran Patr�cio, de 22 anos, dedetizador, que trabalha com sua moto, tamb�m teve um gasto maior nesta segunda-feira, primeiro dia �til do ano: "O aumento me pegou de surpresa, � complicado. Abaste�o de duas a tr�s vezes na semana, rodo muito e tive um gasto maior do que estava preparado. Mesmo a moto sendo mais econ�mica, pesa".
Petrobras diz que n�o haver� reajuste de pre�os nas refinarias
Em dezembro de 2022, o pre�o m�dio do litro de gasolina em Minas Gerais era de R$ 4,82, com previs�o de chegar a R$ 5,50 em 2023. Ser� mesmo que o produto aumentar� neste in�cio de ano? Se sim, a retomada dos tributos ter� impacto imediato na infla��o e ser� sentida no bolso do consumidor.

Guilherme Souza, empres�rio, diz que amigos motoristas de aplicativo j� pensam em voltar para o g�s
Gladyston Rodrigues/EM/D.A PressO senador Jean Paul Prates, indicado para presidir a Petrobras, declarou que a prorroga��o da isen��o de impostos dever� ser suspensa em mar�o, ap�s o governo analisar novamente a situa��o e o impacto da ren�ncia fiscal. Ele tamb�m defende a revis�o da pol�tica de pre�os da estatal.
LEIA - Gasolina pode subir at� 14% com retomada de impostos federais e ICMS maior
No dia 30 dezembro, em nota oficial, a Petrobras informou que "n�o haver� reajuste de pre�os nas refinarias para venda de gasolina A, diesel A e GLP para as distribuidoras, com vig�ncia a partir de 01 de janeiro de 2023".
A nota ainda continua com um alerta: "Conforme amplamente divulgado pela imprensa, as altera��es nos tributos federais e estaduais, previstas para a mesma data, podem resultar em varia��o dos pre�os ao consumidor final, ainda que os pre�os nas refinarias n�o tenham sido alterados".
T�tica de Bolsonaro
Em abril de 2022, o governo Jair Bolsonaro (PL) suspendeu a incid�ncia do PIS/Cofins e da Contribui��o sobre Dom�nio Econ�mico (Cide) sobre gasolina, �leo diesel, etanol e g�s de cozinha, com o objetivo de amenizar o impacto da alta das cota��es internacional dos combust�veis nos pre�os internos - medida adotada tamb�m com um olho na campanha para a reelei��o do agora ex-presidente.
A �rea pol�tica do governo Lula venceu o primeiro round contra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que n�o queria a prorroga��o da desonera��o diante do rombo nas contas, j� que a isen��o dos combust�veis custou mais de R$ 52 bilh�es aos cofres federais. Prevaleceu o desejo de outros nomes, como a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e o l�der do governo no Congresso, Ranfolfe Rodrigues (Rede-AP).
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