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Dilma deve assumir o banco internacional dos Brics

MAURO PIMENTEL / AFP
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) criticou, neste domingo (12), as taxas de juros praticadas pelo Banco Central, ecoando as falas de Luiz In�cio Lula da silva (PT) contra a gest�o de Roberto Campos Neto � frente da institui��o.

 

Segundo Dilma, o governo Lula assumiu o poder h� muito pouco tempo para ser cobrado pela situa��o econ�mica do pa�s, como vem sendo criticado. Ela afirmou ainda que os juros de 13,75% determinados pelo BC ir�o atrapalhar o desenvolvimento econ�mico do pa�s.

 

"Quero dizer que, quando o presidente questiona as taxas de juros, ele est� defendendo o futuro do seu governo", disse a ex-presidente durante evento de anivers�rio de 43 anos do partido.

 

Para ela, a taxa de juros condena o Brasil a "uma depress�o, um momento de perda de renda, de emprego".

 

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Al�m de pressionar as expectativas de infla��o e a curva de juros, causando um efeito reverso ao pretendido, as declara��es do presidente Lula e do PT contra o Banco Central t�m sido permeadas por imprecis�es e exageros.

 

Apesar de a autoridade monet�ria fazer mais refer�ncias � �rea fiscal agora do que sob Bolsonaro -mais at� que durante o primeiro ano da pandemia de Covid-19, quando as contas p�blicas registraram um rombo sem precedentes-, cita��es a n�meros errados, reclama��es de que a autarquia supostamente teria se calado no governo anterior e a desconsidera��o sobre o risco inflacion�rio na artilharia contra os juros representam trope�os que minam o discurso do partido.

 

Durante o evento do PT, Dilma tamb�m defendeu que a Eletrobr�s seja estatal e que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social) --capitaneado por Aloizio Mercadante, alvo de cr�ticas da oposi��o-- seja remodelado.

 

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"Precisa uma remodela��o do BNDES no sentido de ser um banco de investimento", afirmou.

 

Dilma deve assumir o banco internacional dos Brics. Questionada na sa�da do evento, ela n�o respondeu sobre essa possibilidade.

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, abriu di�logo com o presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), Marcos Troyjo, para que ele renuncie � presid�ncia da institui��o, conhecida tamb�m como Banco do Brics, grupo de pa�ses que re�ne Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul. O mandato dele no cargo vai at� 2025.

 

Cr�tico de Lula (PT), Troyjo foi comentarista da Jovem Pan e colunista da Folha, e chegou a se referir ao petista como "presidi�rio" em participa��es na r�dio.

 

Quando Jair Bolsonaro (PL) chegou � Presid�ncia da Rep�blica, ele foi convidado pelo ent�o ministro Paulo Guedes para assumir a secretaria especial de Com�rcio Exterior e Assuntos Internacionais do Minist�rio da Economia.

 

Em maio de 2020, foi indicado por Guedes para presidir o Banco do Brics, quando foi eleito para um mandato de cinco anos. Ele tinha sido fundador do BricLab, centro de estudos sobre os Brics na Universidade de Col�mbia (EUA).

 

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A rela��o do Brasil com os Brics � prioridade para o presidente, que demonstraria a import�ncia que d� ao tema indicando a ex-mandat�ria para a miss�o.

 

Haddad j� conversou pelo menos duas vezes com Troyjo.

 

Dilma Rousseff resistiu no princ�pio � ideia de assumir o Banco do Brics, j� que a sede da institui��o fica em Xangai -um voo direto da cidade ao Brasil dura cerca de 30 horas.

 

Mas o desafio da atual conjuntura brasileira e internacional teria feito com que ela mudasse de ideia, admitindo assumir o comando da institui��o.