Notas de dinheiro

Com a redu��o de 2,14% ao m�s para 1,7% no teto do empr�stimo pessoal, a avalia��o entre executivos do setor � que a margem do produto tende a ficar negativa

Jos� Cruz/Ag�ncia Brasil
Depois que o Conselho Nacional de Previd�ncia Social aprovou nesta segunda-feira (13/3) a queda dos juros do empr�stimo consignado do INSS, uma s�rie de bancos come�ou a suspender suas opera��es de empr�stimo na modalidade.

 

Na lista est�o institui��es como Bradesco, Pan, Banco Mercantil do Brasil e C6 Bank. A onda confirma previs�es que executivos do setor j� vinham fazendo nos �ltimos dias de que havia um risco de corte na oferta do produto.

 

Com a redu��o de 2,14% ao m�s para 1,70% no teto do empr�stimo pessoal, a avalia��o entre executivos do setor � que a margem do produto tende a ficar negativa, o que pode tornar invi�vel a concess�o de cr�dito para uma parte dos aposentados, especialmente aqueles que concentram maior risco de inadimpl�ncia, ou seja, os que t�m renda menor e a camada mais idosa.

 

Segundo o Mercantil, que tem foco no p�blico acima de 50 anos, a suspens�o � tempor�ria. "Estamos avaliando a situa��o e ajustando o produto �s novas condi��es. O cart�o consignado e as demais modalidades de cr�dito pessoal continuam vigentes", diz o banco. O Pan tamb�m fala em suspens�o tempor�ria.

 

Procurada pelo Painel S.A., a Febraban n�o comenta o movimento dos bancos. Em nota, a federa��o afirma que cada institui��o tem sua estrat�gia comercial e n�o houve qualquer decis�o coletiva. "Os bancos que ofertam o consignado n�o reportaram � Febraban a suspens�o da linha de consignado para aposentados do INSS.

 

Como essa decis�o n�o � uma iniciativa setorial, cada banco tem sua pol�tica comercial de concess�o de cr�dito, n�o cabendo reportar � Febraban as linhas de cr�dito que concedem ou deixam de conceder", diz o comunicado.

 

Mais cedo, nesta semana, a Febraban divulgou comunicado em que j� apontava preocupa��o com o caso. "Os patamares de juros fixados n�o suportam a estrutura de custos do produto e os novos tetos t�m elevado risco de reduzir a oferta do cr�dito consignado, levando um p�blico, carente de op��es de cr�dito acess�vel, a produtos que possuem em sua estrutura taxas mais caras (produtos sem garantias), pois uma parte consider�vel j� est� negativada".

 

Outra entidade do setor, a ABBC (Associa��o Brasileira de Bancos), que representa os bancos de pequeno e m�dio porte, tamb�m divulgou comunicado com alerta semelhante.

 

"A redu��o traz riscos � continuidade das suas atua��es nesta opera��o com a implementa��o dos novos tetos, o que poder� resultar em concentra��o de mercado em poucos bancos, prejudicando a concorr�ncia na presta��o de servi�os ao aposentado, em especial para o p�blico n�o-bancarizado", disse a ABBC.