Fundado em 1856, o banco foi comprado pelo rival e conterr�neo UBS com o apoio da Su��a
Segundo maior banco su��o e uma das 30 institui��es financeiras do mundo consideradas "grandes demais para falir", o Credit Suisse encontrou seu ocaso.
Fundado em 1856, o banco agora foi comprado pelo rival e conterr�neo UBS em meio a uma negocia��o hist�rica, em um acordo mediado pelo governo su��o.
"Com a aquisi��o do Credit Suisse pelo UBS, foi encontrada uma solu��o para garantir a estabilidade financeira e proteger a economia su��a nesta situa��o excepcional", diz um comunicado do Banco Nacional da Su��a, que observou que o banco central trabalhou com o governo su��o e a Autoridade de Supervis�o do Mercado Financeiro Su��o para promover a fus�o dos dois maiores bancos do pa�s.
Apesar disso, as a��es do Credit Suisse voltaram a cair e valem hoje menos do que US$ 1 (R$ 5,23).
Foi uma reviravolta que poucos imaginariam acontecer, quando em 2008, no auge da crise financeira que varreu o mundo, o Credit Suisse, embora afetado como o restante dos bancos, conseguiu resistir � tormenta sem um resgate do governo, ao contr�rio do UBS, que agora virou seu salvador.
Mais recentemente, o "rosto" do Credit Suisse tem sido o deus do t�nis su��o, Roger Federer. Ele sorri em cartazes nos aeroportos do pa�s, um s�mbolo de for�a, excel�ncia, resist�ncia e confiabilidade.
A debandada acabou ganhando for�a ap�s o Banco Nacional Saudita, o maior acionista do Credit Suisse, com quase 10% de participa��o, indicar que n�o aumentaria seu investimento.
As a��es do Credit Suisse entraram em queda livre, e mesmo uma declara��o de confian�a do Banco Nacional da Su��a e uma oferta de US$ 50 bilh�es (R$ 260 bilh�es) em apoio financeiro n�o conseguiram estabilizar a situa��o.

Roger Federer virou rosto de propaganda do Credit Suisse
Getty ImagesDormiu ao volante?
Como isso pode ter acontecido?
Ap�s a crise financeira, h� 15 anos, a Su��a introduziu as chamadas leis "grandes demais para falir" para seus maiores bancos.
Era um recado claro �s institui��es financeiras: nunca mais o contribuinte su��o resgataria um banco do pa�s, como aconteceu com o UBS.
Mas o Credit Suisse � um banco "grande demais para falir". Em teoria, tinha capital para evitar a cat�strofe desta semana.
Tamb�m em teoria, os reguladores financeiros su��os e o Banco Nacional Su��o devem estar de olho nesses bancos sistemicamente importantes e podem intervir antes que ocorra um desastre.
Foi estranho, na semana passada, ver o restante do mundo reagir com preocupa��o real quando as a��es do Credit Suisse despencaram e ignorar, a princ�pio, o que a Su��a estava falando.
At� mesmo a m�dia su��a parecia n�o se importar com as manchetes do Financial Times e parecia mais interessada no debate cont�nuo sobre quanto apoio a neutra Su��a deveria oferecer � Ucr�nia.
No momento em que todos se deram conta, tamanho dano j� havia sido causado que o Credit Suisse n�o tinha mais salva��o.
As consequ�ncias come�aram a amea�ar n�o apenas todo o setor financeiro da Su��a, mas tamb�m da Europa.
Enquanto o governo se reunia em sess�o de emerg�ncia para tentar encontrar uma solu��o, quase dava para sentir o cheiro do p�nico em Berna.
Ao anunciar a aquisi��o do banco, o presidente su��o, Alain Berset, disse que "um colapso descontrolado do Credit Suisse levaria a consequ�ncias incalcul�veis para o pa�s e para o sistema financeiro internacional".
� dif�cil evitar a conclus�o, dizem alguns su��os, de que as mesmas pessoas que deveriam ter agido para evitar o colapso do Credit Suisse estavam dormindo ao volante.
Reputa��o da Su��a prejudicada
Essa falta de aten��o vai custar muito caro. A aquisi��o do UBS, pela insignificante soma de US$ 3 bilh�es (R$ 16 bilh�es), al�m de ser uma humilha��o total para o Credit Suisse, provavelmente deixar� seus acionistas um pouco mais pobres.
Haver� tamb�m perdas de empregos, talvez na casa dos milhares. Existem ag�ncias do Credit Suisse e do UBS em quase todas as cidades su��as. Assim que a aquisi��o estiver conclu�da, n�o far� sentido o UBS mant�-las.
Mas talvez o dano mais caro de todos seja a reputa��o da Su��a como um lugar seguro para investir.
Apesar dos esc�ndalos ao longo dos anos relacionados �s contas banc�rias secretas de ditadores (incluindo o filipino Ferdinand Marcos e o congol�s Mobutu Sese Seko, al�m de muitos outros), ou a lavagem de dinheiro para traficantes e sonegadores de impostos, os bancos su��os mantiveram essa reputa��o personificada na figura de Roger Federer: forte e confi�vel.
E agora? Um sistema que permite que um banco de 167 anos v� � fal�ncia, em poucos dias, � custa de muitos empregos e perdas maci�as no valor das a��es?
Isso pode causar enormes danos � reputa��o. O setor banc�rio su��o, os reguladores financeiros da Su��a e seu governo dizem que a aquisi��o � a melhor solu��o.
No �ltimo minuto, foi a �nica solu��o. Nos pr�ximos dias, haver� algumas perguntas dif�ceis de responder.
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