Cerca de 25% dos bares e restaurantes em MG tiveram preju�zo em fevereiro

A situa��o econ�mica dos bares e restaurantes de Minas Gerais � preocupante. Segundo pesquisa da Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 26% do setor em todo estado operou em preju�zo no m�s de fevereiro de 2023, um aumento de seis pontos percentuais em rela��o ao �ltimo levantamento em janeiro.

 

A associa��o que representa o setor afirma que a perda � reflexo das d�vidas e perdas acumuladas em decorr�ncia da pandemia. O resultado apontou que 41% dos estabelecimentos tiveram lucro, menos tr�s pontos em rela��o a janeiro e 33% trabalharam com estabilidade. 

 

Fabricio Silveira, dono h� 15 anos do Boi Vit�rio, restaurante localizado na Afonso Pena, no Mangabeiras, comenta que a situa��o no setor est� oscilando desde antes da pandemia, mas que agravou e exp�e alguns motivos da piora econ�mica. 

 

"A cultura das pessoas mudaram. O custo da mercadoria aumentou muito e a m�o-de-obra no setor sumiu", resume o empres�rio. 

 

Opini�o compartilhada por Saulo Vidigal, dono do Saboreando Restaurante, situado no Padre Eust�quio, Regi�o Noroeste da capital. "A gente vem encontrando dificuldades em repassar o pre�o de acordo com a infla��o do pa�s. Em rela��o � insumos, o poss�vel aumento da passagem de �nibus e uma dificuldade em encontrar m�o de obra, mas estamos fazendo malabarismos financeiros para continuar oferecendo comida de qualidade e atendendo nosso cliente com muito carinho e amor", exp�e. 

 

Para o levantamento, foram ouvidos 195 empres�rios do ramo no estado, entre os dias 20 e 28 de mar�o.  

Os empres�rios apontaram diversos motivos para o mau desempenho dos estabelecimentos, confira o resultado: 

Lembrando que era permitido mais de uma resposta, por isso os n�meros percentuais variados.

 

Outro dado da pesquisa da Abrasel que confirma o cen�rio cr�tico atualmente enfrentado pelo setor � o crescimento do n�mero de d�vidas dos comerciantes, 37% deles t�m pend�ncias em atraso, aumento de cinco pontos em rela��o � escuta de janeiro. 

 

Entre as empresas que fazem parte deste grupo, 79% devem impostos federais, 48% tributos estaduais, 40% encargos trabalhistas e previdenci�rios, 27% taxas municipais, 27% fornecedores de insumos e 15% servi�os p�blicos (contas de �gua, g�s e energia el�trica).

 

A pesquisa tamb�m aponta que a grande maioria dos bares e restaurantes de Minas Gerais (69%) tem empr�stimos banc�rios contratados. A inadimpl�ncia � preocupante: 30% dos que tomaram dinheiro de linhas regulares est�o com o 'nome sujo', aumento de 13 pontos percentuais na compara��o com o primeiro m�s de 2023.

 

J� entre os que aderiram ao Pronampe, o programa de apoio �s micro e pequenas empresas, a inadimpl�ncia se manteve em 16%.

O presidente da Abrasel-MG, Matheus Daniel, comentou que a pesquisa sobre os resultados do setor em janeiro j� apontava uma piora nos indicadores, que se aprofundou e ficou ainda mais cr�tica em fevereiro. 

 

"Em Minas � especialmente preocupante a situa��o do endividamento, com quase um ter�o das empresas que fizeram empr�stimos atrasando o pagamento das parcelas. Nesse cen�rio, muitos n�o conseguem ter margem, o que explica mais da metade, quase 60% delas, operarem sem lucro: ou est�o no vermelho ou est�o a duras penas mantendo o caixa est�vel", conclui.