Fernando Haddad
"N�o vejo as pol�ticas fiscal, monet�ria e prudencial separadas umas das outras. Elas fazem parte da mesma engrenagem", afirmou, em sess�o de debate no Senado Federal. "Se a economia continuar desacelerando, por raz�es ligadas � pol�tica monet�ria, n�s vamos ter problemas fiscais, porque a arrecada��o vai ser impactada. N�o tem como dissociar o monet�rio do fiscal."
"Precisamos compreender que essa harmoniza��o � absolutamente imprescind�vel para a gente, a partir do ano que vem, crescer com robustez, com seguran�a e permitir que esse crescimento fa�a as adequa��es necess�rias desse enorme conflito que precisa ser superado com prud�ncia, seriedade e transpar�ncia", acrescentou.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a ministra Simone Tebet (Planejamento) tamb�m lideraram a discuss�o sobre juros, infla��o e crescimento econ�mico -iniciativa sugerida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
"H� que se falar em corte de gastos? Na nossa opini�o, sim. Sobretudo o gasto tribut�rio. Ontem n�s tivemos uma vit�ria importante no STJ, por unanimidade", disse.
Entre os debatedores, participam tamb�m o ex-presidente do BC, Arm�nio Fraga, o ex-presidente da C�mara dos Deputados e atual presidente da Confedera��o Nacional das Institui��es Financeiras, Rodrigo Maia, os presidentes da Febraban (Federa��o Brasileira de Bancos), Isaac Sidney Ferreira, e da Fiesp (Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo), Josu� Gomes da Silva, e da CNI (Confedera��o Nacional da Ind�stria), Robson Braga de Andrade, al�m de outros especialistas.
De acordo com o requerimento da sess�o, o debate tinha como objetivo explicar aos senadores os motivos das "elevadas expectativas inflacion�rias" e os "vultosos juros reais que predominam no Brasil" -a taxa b�sica de juros (Selic) est� fixada desde agosto de 2022 em 13,75% ao ano.
Em suas recentes declara��es, Haddad vem defendendo que o governo Luiz In�cio Lula da Silva (PT) tem criado condi��es favor�veis para o in�cio do corte de juros, mostrando compromisso com o equil�brio das contas p�blicas com a apresenta��o do novo arcabou�o fiscal e a negocia��o da reforma tribut�ria.
A proposta de novo arcabou�o fiscal para substituir o teto de gastos foi entregue para o Congresso no dia 18 de abril, quase tr�s semanas ap�s ser apresentada. A expectativa, segundo o presidente da C�mara, Arthur Lira (PP-AL), � que o texto da nova regra fiscal possa ser aprovado na Casa at� o pr�ximo dia 10 de maio.
A regra prev� que a alta real da despesa, acima da infla��o, ser� equivalente a 70% da varia��o das receitas -assegurados um piso de 0,6% e um teto de 2,5% de crescimento real dos gastos ao ano.
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