Tradicionalmente, o CMN fixa as metas de infla��o a serem buscadas pelo BC com tr�s anos de anteced�ncia
A decis�o foi anunciada com o mercado financeiro ainda aberto, contrariando a pr�prio ritual de an�ncios de decis�o do CMN. O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou que a regra anterior n�o era "fact�vel" e a mudan�a de substituir o ano-calend�rio � "fundamental para o pa�s" e uma "moderniza��o necess�ria".
Segundo Haddad, a escolha de mudar o regime a partir de 2025 est� relacionada ao t�rmino do mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, que encerra em dezembro de 2024.
"Por que a parir de 2025? � quando come�a o mandato de um novo presidente, decidimos alterar o regime para horizonte cont�nuo a partir dessa data", disse. A decis�o foi tomada pelo colegiado formado pelos ministros da Fazenda (Fernando Haddad) e do Planejamento (Simone Tebet) e pelo presidente do BC (Roberto Campos Neto).
Tradicionalmente, o CMN fixa as metas de infla��o a serem buscadas pelo BC com tr�s anos de anteced�ncia. Seguindo o rito habitual, o colegiado anunciou o alvo de 2026. Os objetivos definidos previamente – de 3,25% para este ano e de 3% para 2024 e 2025, com margem de toler�ncia de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos – seguem sem altera��o.
A meta, que serve para balizar as expectativas do mercado financeiro, vinha sendo reduzida desde 2019 em 0,25 ponto percentual ao ano at� chegar aos 3%, em alinhamento com outras economias emergentes.
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O debate sobre a mudan�a nas metas entrou no radar depois de o presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) criticar publicamente os alvos fixados nos �ltimos anos – considerados por ele como muito baixos. Em abril, o petista chegou a dizer que "se meta de infla��o est� errada, muda-se a meta".
Diante da repercuss�o negativa no mercado financeiro, com uma piora nas expectativas e maior press�o sobre os juros-efeito reverso ao pretendido pelo governo petista, a discuss�o sobre uma eventual altera��o num�rica perdeu for�a, e a possibilidade de uma mudan�a mais estrutural ganhou terreno.
A calibragem da taxa b�sica de juros, a Selic, � feita pelo Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) em fun��o do objetivo de atingir o centro da meta de infla��o – a meta � considerada formalmente cumprida se fica dentro do intervalo de toler�ncia.
Quando a infla��o fica acima do teto no per�odo estabelecido para seu cumprimento – at� ent�o o ano-calend�rio – o presidente do BC fica obrigado a apresentar uma carta aberta ao ministro da Fazenda justificando as raz�es de n�o ter cumprido o objetivo e explicando as provid�ncias que ser�o tomadas para que a infla��o volte ao intervalo fixado.
Desde a cria��o do sistema de metas para a infla��o no Brasil, em 1999, j� foram escritas sete cartas -duas de autoria de Campos Neto. O regime foi institu�do na �poca com o objetivo de dar seguran�a � sociedade sobre os rumos da economia, evitando o risco de hiperinfla��o que atingiu o pa�s nas d�cadas de 1980 e 1990.
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