gráfico e no fundo cheio de gente

Infla��o tem queda maior do que o previsto

AFP/GABRIEL BOUYS

O �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou leve queda, de 0,08%, em junho, informou nesta ter�a-feira (11/7) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).

 

A defla��o foi impulsionada, principalmente, pelos grupos Alimentos e Bebidas (-0,66%), Transportes (-0,41%) e Artigos de resid�ncia (-0,42%).

 

Essa � a menor varia��o para o m�s desde 2017. Naquele ano, a queda havia sido mais intensa em junho (-0,23%).

 

Considerando diferentes meses, o recuo de 0,08% marca a primeira defla��o do IPCA em nove meses. A �ltima havia sido em setembro de 2022 (-0,29%), em meio aos cortes de impostos �s v�speras das elei��es.

 

O resultado de junho ficou pr�ximo da mediana das proje��es do mercado. Analistas consultados pela ag�ncia Bloomberg esperavam recuo de 0,10%, ap�s o avan�o de 0,23% registrado em maio.

 

Com o novo resultado, a alta acumulada pelo IPCA nos �ltimos 12 meses desacelerou para 3,16%, segundo o IBGE. A varia��o estava em 3,94% na divulga��o anterior.

 

O IPCA � o �ndice oficial de infla��o do Brasil, servindo de refer�ncia para o regime de metas do BC (Banco Central).

Metas para 2023 

Em 2023, o centro da meta de infla��o perseguida pela autoridade monet�ria � de 3,25%. O intervalo de toler�ncia � de 1,5 ponto percentual para mais (4,75%) ou para menos (1,75%).

 

Com a tr�gua do IPCA, o presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) e aliados v�m pressionando o BC por uma redu��o na taxa b�sica de juros, a Selic, atualmente em 13,75% ao ano.

 

O Copom (Comit� de Pol�tica Monet�ria do BC) volta a se reunir nos dias 1º e 2 de agosto para definir o patamar da Selic. Antes da divulga��o do IPCA de junho, analistas do mercado financeiro j� projetavam o in�cio dos cortes da taxa b�sica em agosto.

 

A Selic de dois d�gitos tem sido a estrat�gia do BC para conter os pre�os e ancorar as expectativas de infla��o. O efeito colateral esperado � a perda de f�lego da atividade econ�mica, porque o custo do cr�dito fica mais alto para os investimentos das empresas e o consumo das fam�lias. Esse cen�rio preocupa Lula e aliados.

 

Na mediana, analistas do mercado financeiro projetam IPCA de 4,95% no acumulado at� dezembro deste ano, conforme a edi��o mais recente do boletim Focus, divulgada na segunda (10/7) pelo BC.

 

Isso quer dizer que, por ora, as estimativas indicam IPCA acima do teto da meta em 2023 (4,75%). A diferen�a entre as proje��es e o limite da medida de refer�ncia, contudo, vem ficando menor nas �ltimas semanas.

 

Previs�es baixas e press�es 

As previs�es para a infla��o t�m sido revisadas para baixo em meio ao cen�rio de perda de for�a dos pre�os no atacado.

 

Em julho, o IPCA deve ser pressionado pelo retorno da cobran�a integral de tributos federais sobre combust�veis. Na semana passada, o litro da gasolina teve alta de 5,8% nos postos brasileiros, segundo pesquisa da ANP (Ag�ncia Nacional do Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis). 

 

 

O impacto das defla��es registradas no segundo semestre de 2022 tamb�m deve sair da base de c�lculo do IPCA no acumulado de 12 meses at� o final de 2023. Isso deve contribuir para uma varia��o maior at� dezembro do que a atual, de acordo com analistas.

 

�s v�speras das elei��es do ano passado, os pre�os de produtos e servi�os como gasolina e energia foram reduzidos de maneira artificial pelo corte de tributos promovido pelo governo Jair Bolsonaro (PL).