Imagem de cédula de dinheiro

Uma queda pode ser pontual ou estrutural, com efeitos ben�ficos ou n�o, a depender do que originou a defla��o e da sua dura��o

Jos� Cruz/Ag�ncia Brasil


A defla��o pode ser definida como uma taxa de infla��o negativa, ou seja, abaixo de zero. � quando um �ndice de pre�os, que reflete uma determinada cesta de consumo, mostra queda na m�dia. Isso ocorreu em junho no IPCA (�ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo), segundo dados divulgados nesta ter�a-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica). O �ndice recuou 0,08%.

 

Uma queda pode ser pontual ou estrutural, com efeitos ben�ficos ou n�o, a depender do que originou a defla��o e da sua dura��o. Em junho, o IPCA foi influenciado principalmente pelas quedas nos grupos alimenta��o e bebidas (-0,66%) e transportes (-0,41%). Os segmentos contribu�ram com -0,14 ponto percentual e -0,08 ponto percentual, respectivamente.

 

A queda do grupo alimenta��o e bebidas deve-se, principalmente, ao recuo nos pre�os da alimenta��o no domic�lio (-1,07%), que haviam registrado estabilidade em maio. Destacam-se as quedas do �leo de soja (-8,96%), das frutas (-3,38%), do leite longa vida (-2,68%) e das carnes (-2,10%). Do lado das altas, batata-inglesa (6,43%) e alho (4,39%) subiram de pre�o.

 

Em transportes, o resultado foi influenciado pelo recuo nos pre�os dos autom�veis novos (-2,76%) e dos autom�veis usados (-0,93%). Segundo o IBGE, houve influ�ncia de um fator pontual, o programa do governo federal para descontos em carros populares.

 

Al�m disso, em transportes, destaca-se o resultado dos combust�veis (-1,85%), em raz�o das quedas do �leo diesel (-6,68%), do etanol (-5,11%), do g�s veicular (-2,77%) e da gasolina (-1,14%). Do lado das altas, as passagens a�reas subiram 10,96%, ap�s baixa de 17,73% em maio.

 

Para o consumidor, a queda de pre�os pode parecer uma not�cia positiva em um primeiro momento, por aumentar o poder de compra das pessoas. A defla��o persistente, por outro lado, pode ser uma amea�a para a economia. A expectativa de queda constante de pre�os se torna um incentivo para que se adie o consumo.

 

Esse, contudo, n�o � um cen�rio que aparece nas proje��es de economistas por ora. Considerando diferentes meses, o recuo de 0,08% em junho marca a primeira defla��o do IPCA em nove meses. A �ltima havia sido em setembro de 2022 (-0,29%), em meio aos cortes de impostos �s v�speras das elei��es.