Conhe�a o novo golpe aplicado por motoristas da Uber
DENIS CHARLET/AFP
Motoristas da Uber t�m usado uma funcionalidade do aplicativo para aplicar um golpe nos passageiros. Trata-se do "golpe do c�digo de seguran�a".
Funciona assim: antes de chegar ao local de embarque, golpistas usam o chat do app para perguntar ao usu�rio o c�digo de seguran�a da corrida. Se o passageiro informar o n�mero, os motoristas conseguem acionar viagens longas por pre�os altos.
O U-C�digo, conhecido como c�digo de seguran�a ou de verifica��o, � uma das ferramentas da Uber para tornar as viagens mais seguras. A ferramenta pode ser ativada pelo pr�prio usu�rio nas configura��es do aplicativo. Ao ativ�-la, toda vez que o passageiro solicitar uma corrida, aparecer� em sua tela o c�digo, com quatro d�gitos, que dever� ser fornecido ao motorista para que a viagem seja iniciada. A ideia � que o c�digo seja um meio de verifica��o para o passageiro e para o motorista de que est�o na viagem certa.
� reportagem, a Uber confirmou que h� casos de fraude envolvendo o c�digo de seguran�a. Em nota, disse que "est� comprometida em atualizar e fortalecer os seus processos internos para proteger a plataforma e os seus usu�rios".
A companhia afirmou que possui a ferramenta chamada U-C�digo, "que consiste em uma senha de quatro d�gitos, criada pelo app para cada viagem e que dever� ser fornecida verbalmente pelo usu�rio ao motorista ao entrar no ve�culo, para que ent�o ele consiga iniciar a viagem".
"Refor�amos em comunica��es que, para que o c�digo de verifica��o cumpra seu papel, � importante que a pessoa n�o compartilhe os quatro d�gitos com o motorista antes que ele chegue ao ponto de embarque. Isto �, o c�digo n�o deve ser compartilhado pelo celular.
Uma das pessoas lesadas � a coordenadora de eventos Fernanda Gasparino, 30. Em entrevista � reportagem, ela afirmou que, em 18 de junho, voltava do trabalho para casa �s 23h30. Ela mora pr�ximo de onde trabalha, em Santana, zona norte de S�o Paulo. Ap�s pedir a corrida pela Uber, ela afirma que o golpe aconteceu.
"Assim que a motorista aceitou [a corrida], mandou uma mensagem no chat pedindo o c�digo. N�o sabia como funcionava e passei. O aplicativo ficou inst�vel, a corrida come�ou sem mim e foi redirecionada para outros lugares. Veio a notifica��o de que a viagem havia terminado, com uma cobran�a de R$ 50", disse.
A corrida deveria ter sido curta e entre dois pontos do bairro de Santana. Foi redirecionada para uma rua em Aruj� (cidade da regi�o metropolitana de SP a 40 km de onde estava), em uma corrida que durou tr�s minutos. Por meio do Google Maps, a reportagem calculou que s�o necess�rios 40 minutos, em m�dia, para ir do bairro de Santana at� Aruj�.
"Na tarde do dia seguinte, sem ter uma resposta da Uber, resolvi postar nas redes sociais, porque vi que outras pessoas postaram e foram respondidas."
A empresa respondeu o post nas redes sociais, solicitou a confirma��o de dados pessoais e efetuou o reembolso do valor. A v�tima n�o fez boletim de ocorr�ncia.
As justificativas dos motoristas para pedirem o c�digo de seguran�a variam, segundo Gasparino. "No meu caso, a motorista disse que 'n�o conhecia a regi�o e queria ter acesso ao trajeto'. J� vi relatos de v�timas sobre o golpista alegar que o aplicativo n�o estava funcionando", afirmou.
Gasparino disse que n�o havia acionado a funcionalidade do c�digo de seguran�a, e que testou algumas corridas ap�s sofrer o golpe. Nelas, o c�digo n�o apareceu. Em resposta ao relato da usu�ria, a Uber afirmou que "n�o foi poss�vel verificar o caso relatado, pois as informa��es necess�rias para checagem n�o foram fornecidas � empresa".
A Uber disparou um email para toda sua base de clientes na �ltima ter�a (11/7). Nele, explicou como funciona o U-C�digo e pediu para que o usu�rio n�o forne�a o n�mero antes de embarcar no ve�culo.
Procurada, a Secretaria de Seguran�a P�blica de S�o Paulo (SSP-SP) disse que n�o tem dados sobre esse tipo de golpe e que pode responder apenas por casos formalizados. O �rg�o pediu que as v�timas fa�am boletim de ocorr�ncia para que haja apura��o dos fatos.
Lucas Marcon, advogado do programa de Telecomunica��es e Direitos Digitais do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), orienta que os usu�rios tirem print (captura da tela do celular), caso o motorista pe�a o c�digo antes de chegar ao local de embarque.
"O usu�rio deve cancelar a corrida, entrar em contato com a empresa informando o ocorrido e exigindo que n�o seja cobrada taxa de cancelamento", afirmou o especialista.
"Se o consumidor sofreu um golpe como esse ou teve alguma cobran�a indevida, � importante que saiba que a empresa pode ser responsabilizada, j� que foi por meio do seu aplicativo e servi�o que ocorreu o dano ao consumidor. A empresa deve tomar todas as medidas necess�rias para que esse tipo de fraude n�o ocorra", disse.
"Em um primeiro momento, a sugest�o � entrar em contato com a empresa e pedir o reembolso. Esse contato pode ser feito pelo SAC da empresa ou pelo site consumidor.gov.br, da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon). Outro caminho � acionar o Procon de seu estado."
Para denunciar o motorista, o Idec recomenda que o consumidor tenha um comprovante de que o motorista pediu o c�digo antes de chegar ao local de embarque. Dessa forma, poder� abrir um boletim de ocorr�ncia na Pol�cia Civil por tentativa de fraude.
Leia a seguir a �ntegra da nota enviada pela Uber:
Os esquemas de fraude est�o em constante evolu��o e � por isso que a Uber est� comprometida em atualizar e fortalecer os seus processos internos para proteger a plataforma e os seus usu�rios. Nossas equipes de detec��o de fraudes usam an�lises manuais e sistemas automatizados de aprendizado que analisam mais de 600 tipos de sinais diferentes � procura de comportamentos fraudulentos. Estamos permanentemente implementando novos processos e tecnologias para evitar fraudes e aprimoramos o treinamento dos nossos agentes, enquanto seguimos trabalhando para ficar � frente dos golpes mais recentes.
A empresa esclarece ainda que possui uma ferramenta chamada U-C�digo, que consiste em uma senha de quatro d�gitos, criada pelo app para cada viagem, que dever� ser fornecida verbalmente pelo usu�rio ao motorista ao entrar no ve�culo, para que ent�o ele consiga iniciar a viagem.
Refor�amos em comunica��es que, para que o c�digo de verifica��o cumpra seu papel, � importante que a pessoa n�o compartilhe os 4 d�gitos com o motorista antes que ele chegue ao ponto de embarque. Isto �, o c�digo n�o deve ser compartilhado pelo chat ou pelo telefone em nenhuma hip�tese, apenas pessoalmente, no momento em que h� o encontro com o motorista. O c�digo serve para confirmar que tanto usu�rio quanto o parceiro est�o na viagem correta e para que o motorista possa come�ar a viagem.
Caso a pessoa acredite ter sido v�tima de crime cometido pela outra parte, a empresa encoraja que sejam acionadas as autoridades competentes. A Uber possui uma equipe formada por ex-policiais e um time de resposta a autoridades prontos a colaborar com as investiga��es, na forma da lei.
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