Pe�as femininas brasileiras apresentadas em evento em S�o Paulo ainda n�o ganharam destaque no site da Shein
As pe�as femininas da cole��o de transi��o primavera-ver�o 2023/2024, apresentadas na noite de segunda-feira (31) em um evento em S�o Paulo, ainda n�o ganharam destaque na plataforma.
"Como somos um player global, n�o podemos privilegiar um segmento espec�fico, temos que valorizar todos ao mesmo tempo", disse � Folha Fabiana Magalh�es, diretora de produto e produ��o local da Shein no pa�s, enquanto mostrava � reportagem que � preciso digitar "Shein Brasil" no espa�o de busca do site ou aplicativo para encontrar a cole��o.
A sele��o � composta por 800 pe�as produzidas por cerca de 110 confec��es brasileiras, com tecidos nacionais e designers locais. No site, est�o identificadas como
"She(In) Brasil; Envio Nacional". O tempo de envio gira em torno de duas semanas —metade do tempo m�dio para os itens importados.
A faixa de pre�o dos itens vai de R$ 20 a R$ 190. No geral, as pe�as apresentam uma qualidade superior � m�dia dos produtos importados, que puderam ser conferidos desde o ano passado em quatro lojas tempor�rias (pop-up) abertas pela empresa no pa�s (no Rio, em S�o Paulo, Salvador e Belo Horizonte).
"Sabemos que a ind�stria nacional tem coisas muito boas, de muita qualidade. A Shein n�o veio para o Brasil � toa", disse Fabiana.
Shein fez um mix entre as medidas chinesas (dos produtos importados mais vendidos no pa�s) e brasileiras
"Fizemos uma boa sele��o, n�o s�o pe�as s� para a consumidora que vai para a balada. Atendem tamb�m a mulher mais madura, na faixa dos 40 anos", disse Fabiana. Mas o pre�o da pe�a nacional continua competitivo, porque a empresa n�o tem o custo do frete da �sia, afirma.
Para a modelagem, a Shein fez um mix entre as medidas chinesas (dos produtos importados mais vendidos no pa�s) e brasileiras. "Com isso, chegamos a uma tabela de medidas Shein Brasil", afirmou.
O objetivo, segundo ela, � lan�ar 2.000 pe�as por m�s no pa�s. A meta faz parte do compromisso da Shein com o governo brasileiro, anunciado em 20 de abril, de investir R$ 750 milh�es dentro de tr�s anos, para a contrata��o de 2.000 f�bricas no pa�s, nacionalizando a produ��o.
"At� o final de 2026, 85% das nossas vendas ser�o de produtos feitos no Brasil ou comercializados por sellers [lojistas digitais] nacionais", disse � Folha Felipe Feistler, gerente geral da Shein no Brasil.
Segundo ele, at� o momento, 170 f�bricas foram contratadas pela varejista asi�tica, mas s� 110 j� est�o produzindo sob demanda - o modelo de neg�cio vencedor da Shein, que usa intelig�ncia artificial para escalar a produ��o, n�o mant�m estoques e adota meta zero em desperd�cio.
"Nossa produ��o � para teste: encomendamos 100, 200 pe�as �s ind�strias, integradas ao nosso sistema, e as jogamos no aplicativo. Se o algoritmo ler que os modelos v�o vender, uma ordem de servi�o para as ind�strias j� � enviada", afirmou Fleister. De acordo com o executivo, at� o fim do ano, 300 f�bricas brasileiras estar�o integradas � Shein.
A empresa j� ultrapassou no Brasil a tradicional varejista de moda Marisa. No ano passado, segundo estimativas do banco de investimentos BTG Pactual, a Shein faturou nada menos que R$ 7 bilh�es –um salto de 250% sobre os R$ 2 bilh�es registrados em 2021, de acordo com o BTG.
Por outro lado, a receita bruta da Guararapes (dona da Riachuelo) atingiu R$ 8,6 bilh�es e, a da C&A, somou R$ 8,2 bilh�es. No ano passado, Renner continuou l�der com folga: receita bruta de R$ 15,9 bilh�es. Mas a Marisa, com vendas de R$ 3,2 bilh�es, j� foi superada pela asi�tica, de acordo com as estimativas do banco.
A disputa pelas vendas on-line de roupas acirrada. De acordo com a consultoria NielsenIQ EBit, em 2022, 72% pdos internautas brasileiros fizeram compras em sites estrangeiros, como Shein, Shopee e Aliexpress. A categoria moda e acess�rios � a mais buscada: responde por 4 de cada 10 compras nestes sites.
Sobre o programa Remessa Conforme, da Receita Federal, que obriga os sites estrangeiros a cobrar de forma antecipada, cobrar os tributos de forma antecipada, no momento em que o produto for adquirido, Fleistler diz que a Shein est� satisfeita.
"Isso coloca todo mundo na mesma p�gina, vemos com muito bons olhos", diz o executivo, ressaltando que a Shein j� pensava em nacionalizar a produ��o. "S� aceleramos os planos este ano".
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