Um exemplo de como a plataforma do Drex pode ser usada no dia a dia � na intermedia��o da comercializa��o de um carro ou um im�vel, sem intermedi�rios
Durante transmiss�o ao vivo online, Araujo explicou que o real digital n�o � uma criptomoeda, mas uma representa��o do real na plataforma digital, podendo ser usado para pagamentos, compra e venda de um carro ou um im�vel, para a tomada de empr�stimos, dentre outras transa��es banc�rias.
Segundo Araujo, a economia no mundo j� est� toda "tokenizada", com m�sicas, obras de arte e ativos financeiros no meio digital cuja autenticidade � assegurada por um token.
Para o coordenador do real digital, as moedas digitais dos bancos centrais � o passo que falta para completar essa transi��o da economia de forma mais segura.
A expectativa � que a nova moeda digital brasileira democratize o acesso aos servi�os financeiros, baixando o custo de produtos, como empr�stimos e seguros, e facilitando o ingresso no ambiente dos investimentos, aumentando, assim, a bancariza��o no Brasil.
"Esperamos que o real digital permita que os produtos [financeiros] j� oferecidos hoje possam ir na dire��o das necessidades das pessoas, com mais variedade e a um custo mais baixo", disse Araujo.
Segundo o coordenador da iniciativa, a automatiza��o de processos ser� respons�vel por essa redu��o de custos e inclusive � o que diferenciar� o Drex do Pix. "O Pix est� ligado no sistema financeiro tradicional, e tem todos os custos de operacionaliza��o e de recupera��o de cr�dito. E, nesse ambiente [Drex], a operacionaliza��o j� faz parte da tecnologia, e a recupera��o de cr�dito � simples", explica.
Um exemplo de como a plataforma do Drex pode ser usada no dia a dia � na intermedia��o da comercializa��o de um carro ou um im�vel. Com a moeda digitalizada ser� poss�vel realizar o processo de venda e compra de uma forma mais segura e confi�vel, retirando os custos com os intermedi�rios.
- Juros em queda: quando efeito chega no cr�dito para o consumidor?
Sem estabelecer data para o lan�amento do Drex, o chefe de Seguran�a Cibern�tica e Inova��o Tecnol�gica do BC, Aristides Cavalcante, explicou que, neste in�cio da fase de testes, h� um grande desafio a ser superado: o da privacidade, algo n�o assegurado hoje pelas blockchains das moedas digitais que j� existem, como o Bitcoin.
Segundo Cavalcante, para o sucesso da plataforma, � preciso assegurar que ela esteja de acordo com as exig�ncias do sigilo banc�rio, e da Lei Geral de Prote��o de Dados, para impedir que terceiros abram e rastreiem todas as transa��es banc�rias da popula��o.
"Quando se oferece uma plataforma regulada, com todos os atores bem reconhecidos, a gente traz uma vantagem", diz Cavalcante.
Ainda segundo Cavalcante, a paralisa��o de funcion�rios do Banco Central tamb�m pode afetar o calend�rio de desenvolvimento da Drex, assim como acontece com outros servi�os do BC.
ENTENDA A MOEDA DIGITAL BRASILEIRA
O que � o real digital?
Aristides Cavalcante - � uma CBDC (Central Bank Digital Currency), ou seja, uma moeda digital emitida por Banco Central. Ela � uma nova forma de representa��o do real e poder� ser convertida em outras formas de pagamento dispon�veis hoje, pois ter� o mesmo valor do dinheiro tradicional.
Como ser� a vers�o brasileira da CBDC?
O real digital em si ser� voltado para atividades de atacado, enquanto a popula��o ter� acesso ao real tokenizado. Nesse caso, a representa��o digital da moeda brasileira ser� o token de um dep�sito mantido por institui��es financeiras ou institui��es de pagamento.
Quais as diferen�as do real digital para as criptomoedas e stablecoins?
O real digital � a express�o eletr�nica da moeda brasileira, enquanto criptomoedas e stablecoins s�o de emiss�o privada e, em geral, n�o disp�em de regula��o. Criptomoedas, como bitcoin e ethereum, apresentam grande volatilidade. J� stablecoins buscam corrigir esse problema atrelando seu valor, em geral, a uma moeda soberana.
Qual a diferen�a entre uma moeda digital de varejo e de atacado?
Uma moeda digital de atacado � voltada para transa��es de valores elevados, envolvendo bancos, cooperativas, institui��es de pagamento e eventualmente grandes empresas. J� uma moeda digital de varejo busca atender �s necessidades de indiv�duos e empresas de todos os portes, podendo ser utilizada para pagamentos e para opera��es financeiras cotidianas em quaisquer faixas de valores.
O que o real digital traz de novidade?
Al�m de poder ser utilizado em conjunto com contas banc�rias, contas de pagamentos, cart�es e dinheiro em esp�cie, ele permitir� acesso a servi�os financeiros que est�o sendo desenvolvidos com base em novas tecnologias, como contratos inteligentes e dinheiro program�vel (valor monet�rio digital que pode ser programado para ser gasto somente para determinada finalidade).
Um exemplo pr�tico de uso � a possibilidade de uma fam�lia transferir uma quantia de dinheiro aos filhos menores de 18 anos com a certeza de que o montante poder� ser gasto unicamente com atividades culturais, como cinema, n�o com algo n�o autorizado pelos pais.
Qual ser� a tecnologia usada no real digital?
A rede escolhida para a fase de testes foi a Hyperledger Besu. Ela � baseada na Ethereum, plataforma que usa tecnologia blockchain para registrar transa��es com ativos digitais, � capaz de executar contratos inteligentes e tem condi��es de operar em grande escala. Se for bem-sucedida durante o piloto, a Hyperledger Besu pode ser escolhida como tecnologia definitiva da vers�o tokenizada da moeda brasileira.
Quais s�o os pr�ximos passos para o desenvolvimento do real digital?
A fase piloto ter� dura��o de 18 meses, com previs�o de t�rmino em fevereiro de 2024. A expectativa � que no fim do pr�ximo ano ou no in�cio de 2025 clientes reais possam fazer as primeiras opera��es (ainda em modelo de testes) com o real digital. O cronograma pode sofrer altera��es.
*Para comentar, fa�a seu login ou assine