Banco Central estuda meios para acabar com os juros do rotativo do cart�o de cr�dito, um dos mais altos do pa�s
S�O PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse nesta segunda-feira (14/8) que o fim do parcelamento sem juros n�o � uma sa�da para acabar com as altas taxas de juros do rotativo.
"N�o podemos perder de vista o varejo. Porque as compras s�o feitas assim no Brasil, ent�o n�o pode mexer nisso", disse Haddad durante o podcast Reconversa, com o jornalista Reinaldo Azevedo e o advogado Walfrido Warde.
"Tem que proteger quem est� caindo no rotativo, claro, tem que fazer alguma coisa por essa pessoa", afirmou. "Mas o sistema padr�o de compra brasileiro hoje � esse [parcelamento]".
A fala do ministro da Fazenda vem depois de uma declara��o de Campos Neto, que defendeu o fim do parcelamento sem juros de compras com cart�o de cr�dito, para desestimular esse formato de compra.
A eventual cria��o de uma tarifa para frear o parcelamento sem juros foi citada por Campos Neto, na �ltima quinta-feira (10), em sess�o especial no Senado Federal. Segundo uma fonte a par das discuss�es ouvida pela reportagem, a pr�pria equipe t�cnica da autoridade monet�ria, contudo, n�o � favor�vel ao modelo.
Bancos t�m pressionado por essa tarifa para parcelamento sem juros, mas essa n�o � a �nica proposta na mesa. Outro modelo sugerido pelos bancos condiciona o parcelamento sem juros ao tipo de bem de consumo -dur�vel, semi ou n�o dur�vel.
A defini��o do prazo para cada tipo de produto levaria em considera��o a dura��o m�dia dos parcelamentos que s�o feitos atualmente. Por exemplo, um eletrodom�stico poderia ser vendido em um maior n�mero de parcelas sem juros do que uma roupa.
A proposta de taxar as compras parceladas sem juros tamb�m � criticada por associa��es de defesa do consumidor e representantes de varejistas. A medida traria preju�zo a consumidores e comerciantes, segundo representantes de Proteste (Associa��o Brasileira de Defesa do Consumidor), FecomercioSP (Federa��o do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo do Estado de S�o Paulo), Abranet (Associa��o Brasileira de Internet) e Mercado Livre e Mercado Pago ouvidos pela reportagem.
Segundo dados do Datafolha, 75% da popula��o fez uso do cr�dito parcelado sem juros em 2022.
A Abecs (Associa��o Brasileira das Empresas de Cart�es de Cr�dito e Servi�os) diz, em nota, estar concluindo seus estudos, "buscando encontrar alternativas que possibilitem a pr�tica de taxas de juros no rotativo cada vez menores para apresentar, ainda neste m�s, ao Banco Central".
A Febraban, tamb�m em nota, chama de "distor��o" o percentual de uso do cart�o parcelado e afirma ser necess�ria "a dilui��o dos riscos entre os elos da cadeia", alegando que os bancos suportam "todo o j� elevado custo da inadimpl�ncia".
"Com base nessas premissas, a Febraban busca uma solu��o construtiva que passe por uma transi��o sem rupturas, que pode incluir o fim do cr�dito rotativo e um redesenho das compras parceladas no cart�o", afirma.
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