Sobe o n�mero de empregados, mas cai o n�mero de carteiras assinadas
Pesquisa do IBGE aponta que, em 2022, n�mero de pessoas empregadas no Brasil era de 99,6 milh�es. Em Minas, popula��o no mercado de trabalho era de 10,6 milh�es
O n�mero de pessoas empregadas no Brasil apresentou um aumento de 4,9% em 2022, em compara��o ao ano de 2019
Marcello Casal Jr/Ag�ncia Brasil
Ap�s dois anos de pandemia, em meio a desafios econ�micos e recordes na taxa de desemprego, o n�mero de pessoas empregadas no Brasil teve um aumento de 4,9% em 2022, em compara��o ao ano de 2019. No �ltimo ano, a popula��o ativa no mercado de trabalho alcan�ou 99,6 milh�es, em contraste com os 95 milh�es registrados em 2019.
O valor representa 57,5% do n�vel da ocupa��o, superando a representa��o de 56,4% observada em 2019. No entanto, o crescimento na taxa de ocupa��o ainda n�o conseguiu superar o pico da s�rie hist�rica, de 58,3% em 2013.
Os dados s�o da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios Cont�nua (Pnad Cont�nua), divulgada nesta sexta-feira (15/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). A pesquisa leva em considera��o a popula��o acima de 14 anos em exerc�cio na semana de refer�ncia ao levantamento.
Em Minas Gerais, houve um aumento de 3,4% no n�mero de pessoas empregadas em 2022, em compara��o com o ano de 2019. No ano passado, a popula��o ativa no mercado de trabalho atingiu a marca de 10,6 milh�es, em contraste com os 10,2 milh�es registrados em 2019, conforme informado pelo IBGE.
Carteira assinada recua e empregados por conta pr�pria sobe
Apesar dos indicativos econ�micos apontarem um crescimento no mercado de trabalho, o n�mero de pessoas empregadas no setor privado sem carteira assinada, neste mesmo per�odo, teve um leve aumento, passando de 13% (2019) para 13,6% (2022), sendo a maior taxa de toda a s�rie hist�rica.
No per�odo analisado, o n�mero de pessoas empregadas com carteira assinada no setor privado alcan�ou a marca de 36,3%, em compara��o aos 36,6% registrados em 2019. Conforme o IBGE, o percentual teve expans�o de 2012 (39,2%) a 2014 (40,2%). No entanto, a partir de 2015, este segmento passou a registrar queda.
Durante este intervalo de tempo tamb�m observamos o aumento do n�mero de trabalhadores por conta pr�pria, chegando a 25,9% em 2022, em compara��o aos 25,4% de 2019, marcando assim o maior percentual j� registrado neste segmento.
De acordo com o instituto, esse �ndice reflete uma tend�ncia de crescimento j� observada nos anos anteriores e representa um aumento de 7,1%, o que equivale a 25,8 milh�es de pessoas (um acr�scimo de 1,7 milh�o de pessoas).
Os empregados no setor p�blico mantiveram sua participa��o em torno de 12%, equivalente a 12 milh�es de trabalho. Por outro lado, o n�mero de trabalhadores dom�sticos continuou a diminuir, representando 6% dos ocupados em 2022. Em 2019, o grupo representava 6,4%.
Em rela��o aos empregadores, houve a interrup��o do movimento expansivo, observado at� 2018 (4,8%), passando para 4,5% em 2019 e 4,4% em 2022. O percentual mais baixo de participa��o na ocupa��o � o do trabalhador familiar auxiliar, que atingiu 1,7%. Esse grupo vem reduzindo seu tamanho desde o in�cio da s�rie em 2012.
Segundo o instituto, o ano de 2022 foi caracterizado pela recupera��o dos impactos econ�micos provocados pela pandemia do coronav�rus, chegando a superar, em alguns casos, registros do per�odo pr�-pandemia. Conforme o balan�o, as principais atividades impactadas foram os servi�os presenciais, tais como 'Alojamento e alimenta��o, Servi�os dom�sticos e Outros servi�os', em raz�o de sua din�mica de funcionamento.
Al�m disso, o IBGE pondera que o processo de recupera��o entre os setores econ�micos n�o foi uniforme entre as atividades, com uma tend�ncia de revers�o das perdas j� no final de 2020. Eles citam como exemplos os setores de 'Constru��o' e os servi�os relacionados � 'Informa��o e Comunica��o, Atividades Financeiras, Imobili�rias, Profissionais e Administrativas'.
"Esses dois grupamentos tiveram crescimento do n�mero de trabalhadores a fim de suprir a necessidade de fam�lias e empresas por novas tecnologias de informa��o e comunica��o direcionadas � facilita��o de trabalho e ensino � dist�ncia", aponta o IBGE.
"Em 2022, esses dois grupamentos de atividades registram participa��es de
7,6% (Constru��o) e de 11,9 % (Informa��o e comunica��o e atividades financeiras, imobili�rias, profissionais e administrativas), ambas ligeiramente superiores aos percentuais de 2019", completa.
Em 2019, o setor de 'Constru��o' representava 7,3% do percentual de trabalhadores, enquanto 'Informa��o e comunica��o e atividades financeiras, imobili�rias, profissionais e administrativas' correspondia a 11,4%.
Os setores da 'Agricultura, pecu�ria, produ��o florestal, pesca e aquicultura' e da 'Ind�stria geral', apresentaram uma leve redu��o, que vem sendo observada desde 2012, de acordo com dados do instituto. "Esse movimento tem rela��o com a necessidade decrescente de trabalhadores na Agropecu�ria e com a desindustrializa��o da base produtiva da economia nacional nas �ltimas d�cadas", contextualiza o IBGE.
No caso do setor de 'Agricultura, pecu�ria, produ��o florestal, pesca e aquicultura', a participa��o era de 9,1% em 2019 e caiu para 8,9% em 2022. Quanto � 'Ind�stria geral', o percentual reduziu de 13,1% (2019) para 12,8% (2022).
O setor de 'Com�rcio, repara��o de ve�culos automotores e motocicletas',que concentra o maior contingente de trabalhadores, registrou em 2022 (19,1%) estimativa igual � de 2019. Em seguida, a �rea de 'Administra��o P�blica, Defesa e Seguridade Social, Educa��o, Sa�de Humana e Servi�os Sociais' representou 17,5% da popula��o ocupada em 2022, em compara��o com os 17% registrados em 2019.
Empregadores ou empreendedores cadastrados com CNPJ
Conforme o levantamento, no Brasil, 10,3 milh�es dos empregadores ou trabalhadores por conta pr�pria (34,2%) estavam em empreendimentos registrados no Cadastro Nacional da Pessoa Jur�dica (CNPJ), apontando um crescimento significativo em rela��o ao ano de 2019 (29,3%).
O IBGE ainda destaca que, analisando as categorias de 'empregadores' e 'trabalhadores por conta pr�pria' separadamente, � observado, em 2022, que dos 25,8 milh�es trabalhadores classificados como 'conta pr�pria', 26,3% (6,8 milh�es) tinham registro no CNPJ; enquanto entre os 4,4 milh�es de empregadores, a cobertura atingia 80,9% (3,5 milh�es).
O levantamento tamb�m aponta que, no ano passado, apenas 5,3% (1,6 milh�o de pessoas) dos empregadores ou trabalhadores por contra pr�pria eram associadas � cooperativa de trabalho ou produ��o. O dado "mostra a baixa ades�o dos trabalhadores a esse tipo de arranjo produtivo no Brasil. A maior propor��o ocorreu em 2012 (6,3%) e, desde 2015, vinha baixando at� chegar ao menor valor em 2019 (5,1%). Em 2022 essa propor��o ficou em 5,3%", explica o IBGE.
Sindicalizados
Ainda de acordo com o levantamento, 9,2% dos trabalhadores s�o sindicalizados, o que � equivalente a 9,1 milh�es de pessoas. O n�mero de pessoas associadas a sindicatos teve uma redu��o significativa em compara��o ao ano de 2019, quando a marca era de 10,5 milh�es (11%).
Local de trabalho
Em 2022, a popula��o brasileira empregada no setor privado (81,2 milh�es) trabalhava, principalmente, em estabelecimento do pr�prio empreendimento (57,9%); em local designado pelo empregador, patr�o ou fregu�s (13,7%); e em fazenda, s�tio, granja, ch�cara etc. (10%).
O levantamento tamb�m destaca o modelo 'home office', adotado na pandemia por diversos setores e que apresentou uma expans�o, registrando 2,4 milh�es de pessoas neste modelo. De acordo com o IBGE, a execu��o do trabalho em estabelecimento do pr�prio empreendimento vem sendo reduzida desde 2015.
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