Dólar

D�lar fechou cotado a R$ 5,046 nesta quarta-feira (27/9)

Graziela Reis/EM/D.A Press
O d�lar disparou 1,15% e fechou cotado a R$ 5,046 nesta quarta-feira (27/9), atingindo seu maior valor desde maio, em a preocupa��es sobre uma nova alta de juros dos EUA, ap�s o Federal Reserve (banco central americano) ter sinalizado que um aumento em suas taxas ainda em 2023 � prov�vel.


Desde a �ltima ter�a, um dia antes do an�ncio de juros do Fed, a moeda americana acumula alta de 3,55% em rela��o ao real. A perspectiva de alta de juros nos EUA aumenta os rendimentos dos t�tulos do Tesouro americano e, consequentemente, atrai recursos para o pa�s, valorizando a divisa.


A alta do d�lar frente ao real tamb�m estava em linha com a valoriza��o da divisa americana em rela��o a uma cesta de partes fortes.


J� a Bolsa brasileira teve uma sess�o inst�vel, alternando entre perdas e ganhos, e chegou a firmar queda durante a tarde pressionada pelos juros americanos. No fim do preg�o, no entanto, o Ibovespa garantiu leve alta, apoiado principalmente por Petrobras e Vale em dia positivo para as commodities no exterior.


Nesse cen�rio, o Ibovespa subiu 0,11% nesta quarta, aos 114.327 pontos.


Na semana passada, o Fed decidiu manter os juros americanos na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, mas divulgou proje��es que mostraram que a maioria das autoridades do banco prev� uma nova alta de juros em 2023 para controlar a infla��o.

 

 

 


Desde ent�o, os mercados globais t�m registrado preg�es negativos em s�rie, impactados justamente pelo aumento dos rendimentos dos t�tulos do Tesouro americano. As a��es europeias ca�ram pelo quinto preg�o consecutivo nesta ter�a, e os principais �ndices de a��es dos EUA tamb�m registram queda significativa desde a �ltima semana.


No c�mbio, o d�lar teve alta tanto no Brasil quanto no exterior. O �ndice DXY, que mede o desempenho da moeda americana ante outras divisas fortes, subiu 0,35% e atingiu seu maior n�vel desde novembro de 2022.

 

Real


Al�m de ser penalizado pelos rendimentos dos t�tulos americanos, o desempenho do real sobre a moeda americana tamb�m sofre press�o de incertezas com o cen�rio fiscal no Brasil.

 


O economista-chefe da �rama, Alexandre Esp�rito Santo, aponta que h� ru�dos sobre o pagamento de precat�rios e o impacto das medidas de arrecada��o propostas pelo governo para cumprir os objetivos do arcabou�o fiscal.


"Existe um temor do mercado de que o governo n�o consiga entregar o d�ficit prim�rio zero no ano que vem, que ele prometeu. Creio que esse valor mais puxado [do d�lar] pode perdurar por algum tempo", afirma o economista.

 

 

 


Nesta semana, o governo pediu ao STF a derrubada do limite para precat�rios institu�do no governo Jair Bolsonaro (PL) e prop�s o pagamento de parte das senten�as judiciais como despesa financeira, sem esbarrar em regras fiscais. Apesar de a ideia de fazer a fila dos precat�rios andar ter sido bem recebida, a manobra � criticada por alguns economistas, que j� a classificam como "contabilidade criativa".


O especialista em investimentos Dierson Richetti, s�cio da GT Capital, tamb�m cita a deteriora��o do cen�rio fiscal como um dos motivos de volatilidade no mercado.


"O governo vem fazendo um trabalho de fazer taxa��es em diversos segmentos, por�m n�o tem feito ajuste nas contas p�blicas. Isso deixa o mercado vol�til com as previs�es cada vez piores", diz ele.

Bolsa

 


Nesta quarta, a Bolsa brasileira ensaiou uma recupera��o no in�cio das negocia��es, ap�s not�cias positivas sobre est�mulos econ�micos na China, que eu for�a �s commodities e apoiou empresas como Vale e Petrobras.


Ao longo do preg�o, por�m, o Ibovespa passou a operar inst�vel. Como pano de fundo, os t�tulos americanos, que come�aram o dia em queda, voltaram a subir, pressionando tamb�m as taxas de juros futuros no Brasil. Os contratos de juros com vencimento em janeiro de 2025 sa�ram de 10,70% para 10,90%, enquanto os para 2027 subiram de 10,79% para 11,02%.


"A Bolsa foi contaminada pelo cen�rio internacional. O mercado tem digerido uma taxa de juros global mais alta e que deve durar por mais tempo. Por mais que o ciclo de queda da Selic tenha come�ado, o risco de cont�gio do exterior pesa sobre os ativos de risco", diz Andr� Luiz Rocha, operador de renda vari�vel da Manchester Investimentos.


Apesar da press�o dos juros, o Ibovespa conseguiu garantir um preg�o positivo no fim das negocia��es, com a alta das commodities apoiando a Petrobras e a Vale, as duas maiores empresas da Bolsa brasileira. Enquanto a petroleira teve alta de 3,16%, impulsionada pela alta do petr�leo no exterior, que registrou seu maior valor de fechamento do ano nesta quarta, a mineradora subiu 0,35% ap�s not�cias positivas sobre a China.


As principais quedas do dia foram de Renner, Ita� e Bradesco, que recuaram 0,61%, 0,45% e 0,28%, respectivamente, e ficaram entre as mais negociadas da sess�o.