O ministro da Educa��o, Abraham Weintraub, e o presidente do Inep, Alexandre Lopes (foto: Jos� Cruz/Ag�ncia Brasil)
A oferta de vagas no ensino superior a dist�ncia (EAD) ultrapassou a de vagas em cursos presenciais em 2018. � a primeira vez que isso ocorre no Brasil, segundo dados do Censo da Educa��o Superior, apresentado nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An�sio Teixeira (Inep). O levantamento tamb�m mostra um alto �ndice de desist�ncia dos estudantes, e logo no in�cio dos cursos, em todas as modalidades.
“Pela primeira vez os cursos � dist�ncia passam na frente dos presenciais. Houve uma amplia��o expressiva do n�mero de vagas, que � muito maior que o de alunos que temos hoje”, disse Carlos Eduardo Moreno Sampaio, diretor de Estat�sticas Educacionais do Inep. No ano passado, as vagas para o curso superior fora da sala de aula eram 7.170.567, contra 6.358.53 no ensino presencial. A maior parte das vagas de educa��o a dist�ncia foi oferecida na rede privada. Chama aten��o que o total do n�mero de vagas � maior que o de estudantes na gradua��o. No ano passado, foram 8,4 milh�es de matr�culas na gradua��o.
(foto: MEC/Inep; Censo da Educa��o Superior)
Segundo o levantamento, o n�mero de estudantes que entram nos cursos de gradua��o � dist�ncia vem crescendo nos �ltimos anos, dobrando a participa��o de ingressantes de 20% em 2008 para 40% em 2018. J� nos cursos presenciais a matr�cula caiu 13%. No entanto, a pesar da grande oferta de vagas, o maior n�mero de matr�culas efetivadas ainda � na educa��o presencial. No ano passado, 2.072.614 se matricularam nos cursos presenciais contra 2.072.614 nos cursos � dist�ncia.
O Censo tamb�m mostra que o n�mero de pessoas matriculadas em institui��es particulares � maior do que nas p�blicas. Em 2018, 75,4% das pessoas entraram na gradua��o em faculdades particulares. Nas p�blicas foram 24,6% dos ingressantes.
Desist�ncias
Ao abrir a coletiva de imprensa para apresenta��o dos dados, o ministro da Educa��o Abraham Weintraub criticou o grau de desist�ncia dos jovens que entram no ensino superior. “A gente � muito ineficiente aqui no Brasil, onde mais da metade dos ingressantes desiste ao longo do curso ou as pessoas ficam mais do que o tempo necess�rio”, disse o ministro. “Se a gente reduzisse significativamente a inefici�ncia, conseguir�amos dobrar o n�mero de pessoas com ensino superior no Brasil, utilizando os mesmos recursos e sem nenhum investimento”, afirmou.
A evolu��o dos indicadores de trajet�ria dos estudantes entre 2010 e 2016 mostra que no �ltimo uma taxa de desist�ncia de 56,8/100. A de conclus�o era de 37,9 e 5,3 de taxa de perman�ncia.
(foto: MEC/Inep; Censo da Educa��o Superior)
No recorte por idade, a desist�ncia dos mais jovens � maior entre todas as faixas et�rias analisadas. A taxa de desist�ncia dos estudantes de at� 24 anos era de 61 em 2016.
Ainda segundo o Censo, a desist�ncia � menor entre os estudantes da rede privada que possuem Fies e ProUni. Esse detalhe tamb�m foi destacado por Weintraub. “Justamente no jovem pobre que paga financiamento e vai para a faculdade privada � onde voc� tem a menor taxa de desist�ncia. Esse jovem que est� vendendo o almo�o para comprar o jantar escolhe direito o curso que vai fazer e quando ele entra ele leva a s�rio”, criticou. “Mesmo com todos os problemas pelo ve�culo inadequado que foi o Fies, at� o alto grau de inadimpl�ncia, voc� v� que esse jovem mesmo com dificuldade tem mais sucesso do que aquele que � custeado pelos pais na faculdade privada, ou daquele que entra na p�blica, seja porque n�o precisa pagar ou porque o curso na federal � desestruturado”, pontuou.