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Estado de Minas ENEM 2019

Enem: veja as apostas dos especialistas ap�s a pol�mica sobre quest�es 'ideol�gicas'

Abordagem ou n�o de temas ditos controversos � a grande inc�gnita das provas este ano. Professores acreditam em teste mais neutro, com peso na gram�tica


postado em 24/09/2019 06:00 / atualizado em 24/09/2019 07:42

Candidatos chegam para provas do Enem: apesar das discussões sobre questões 'não apropriadas', edital preservou a matri , não apontando mudanças significativas(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press - 3/12/16)
Candidatos chegam para provas do Enem: apesar das discuss�es sobre quest�es 'n�o apropriadas', edital preservou a matri , n�o apontando mudan�as significativas (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press - 3/12/16)


Faltando menos de dois meses para o Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem), uma inc�gnita paira no ar. Afinal, haver� ou n�o mudan�as na abordagem de quest�es da prova, com a exclus�o daquelas ditas “controversas” ou “n�o apropriadas”? Os participantes s� saber�o a resposta na hora H, mas professores s�o categ�ricos. Os alunos devem se preocupar apenas em se preparar para encarar a avalia��o, cujo edital preservou a matriz, n�o apontando mudan�as significativas. Pelo sim e pelo n�o, em muitas salas de aula a aposta � de um teste mais neutro, sem grandes pol�micas nos enunciados das provas de linguagem e ci�ncias humanas e, sobretudo, na reda��o.
 
E � nessa �tica mais “s�bria” que o professor de reda��o e coordenador de l�ngua portuguesa Jean Santos Otoni passou a trabalhar com seus alunos da unidade Contagem do Col�gio Santo Agostinho. Ela acredita numa abordagem diferente e numa avalia��o muito mais conteudista, com textos que possam exemplificar o estudo da l�ngua portuguesa. “N�o penso que haver� textos capazes de extrair opini�es divergentes na sociedade. Mesmo que haja um editorial ou artigo de opini�o, imagino um tipo de linguagem de varia��o, pensando no enfoque de como est� na gram�tica”, avalia.
 
Sob essa �tica, a reda��o tamb�m seria mais conservadora, n�o tendo espa�o para temas como Caminhos para se combater o racismo no Brasil ou Caminhos para se combater a intoler�ncia religiosa, cobrados em edi��es anteriores. “No ano passado, j� foi totalmente diferente (Manipula��o do comportamento do usu�rio pelo controle de dados e a internet). Acredito num texto que vai propor interven��o e exigir postura do cidad�o, mas um tema mais neutro e tranquilo. E nossos alunos querem, de certo modo, temas pol�micos para que eles possam discutir. Acham que se n�o “d� pano pra manga”, a reda��o n�o vai render”, diz. Mas, mesmo trabalhando com uma linha mais neutra, o professor n�o deixa de lado as outras quest�es. “Podemos esperar de tudo e n�o podemos nos esquecer dessa fun��o social da escola”, afirma.
 
Em portugu�s, Jean Otoni conta que est� privilegiando um ensino mais voltado para a gram�tica, apostando numa prova mais conteudista – mesma linha para interpreta��o de texto –, mas faz quest�o de abordar com os alunos temas que est�o no entorno da escola e formam alunos mais conscientes. “O Enem ter� as quest�es de sempre e que n�o incomodam, porque s�o do ensino da l�ngua. Talvez trabalhem mais com assuntos estruturais e formais do conte�do”.
 
O coordenador pedag�gico do 3º ano do Col�gio Magnum Cidade Nova, na Regi�o Nordeste de BH, Marco Ant�nio Guariento Barbosa, lembra que as avalia��es n�o passam de uma linha especulativa, uma vez que, publicado o edital, � preciso segui-lo � risca sem poder fugir da matriz do Enem. “N�o acredito em mudan�as significativas na estrutura da prova. Os pontos mais pol�micos apontados pela atual gest�o, como a abordagem de textos que trabalham as quest�es de liberdade e dialeto LGBT pode at� ser (que n�o entrem). Mas o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An�sio Teixeira) � um �rg�o aut�nomo, bem como a comiss�o que organiza a prova. Os pontos indicados como divergentes s�o muito poucos”, ressalta o coordenador.
 
Para ele, a reda��o n�o sofrer� altera��es, visto que as propostas s�o discuss�es amplas, “que n�o dependem do posicionamento de A e B”. Marco Ant�nio Barbosa avisa que os estudantes n�o devem se preocupar com isso. “Quem tem repert�rio e forma��o consistentes conseguir� resolver as quest�es que tenham qualquer tipo de abordagem.”
 
Aluna do 3º ano da Escola Estadual Ordem e Progresso, no Bairro Nova Gameleira, Regi�o Oeste de BH, Yane Vit�ria Andrade Silva, de 17 anos, faz cursinho on-line e est� confiante na prova, com ou sem mudan�as. Para ela, a reda��o vir� este ano relacionada � �rea de biol�gicas, por causa do surto de doen�as que o pa�s vive. A garota acredita que um enunciado que cobre cura de uma enfermidade ou m�todos de tratamento ser� o grande trunfo da edi��o 2019.
 
Yane n�o descarta quest�es relacionadas ao p�blico LGBT, mas cr� ser quase imposs�vel que haja alguma de cunho pol�tico. Em compensa��o, na opini�o da adolescente, China, Uni�o Europeia e o Brexit est�o em alta para aparecer na prova. “Mudan�as s�o boas quando bem-feitas. Porque se focamos sempre nas mesmas abordagens, ficamos despreparados para situa��es futuras em provas e na vida”, diz. A estudante avalia que tudo depende do contexto: “O Enem cobra quest�es para testar nossos conhecimentos atuais. N�o � s� chegar e fazer a prova. Querem que entendamos o mundo e busquemos sempre mais informa��es.”
 

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Chegando ao fim da maratona


� hora de aprofundar em �reas em que ainda tem alguma dificuldade  Prepare-se f�sica e mentalmente Estudo agora � priorit�rio, mas outras quest�es n�o podem ficar de fora Concilie estudos e lazer

Fonte: Marco Ant�nio Barbosa/Col�gio Magnum
 
 

Mem�ria


A discuss�o sobre o fim da abordagem de quest�es supostamente ideol�gicas no Enem come�ou antes mesmo do in�cio do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Na edi��o do ano passado, ele criticou uma quest�o que abordava o dialeto de gays e travestis e disse que, na sua gest�o, o Minist�rio da Educa��o n�o trataria quest�es assim. Este ano, no in�cio do ano, o ent�o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An�sio Teixeira (Inep), Marcus Vin�cius Rodrigues, que j� n�o est� mais no cargo, causou frisson no meio educacional ao afirmar que poderia passar um pente fino na prova antes de ela ser aplicada.  


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