
A incerteza das fam�lias sobre a volta das aulas presenciais vai avan�ando para recair sobre o planejamento de um dos momentos mais esperados do ano: as f�rias.
Pela primeira vez, cronogramas letivos deixaram de ser uniformes e, como consequ�ncia, escolas ter�o sua pausa de ver�o em �pocas diferente. De forma in�dita, os calend�rios n�o s�o os mesmos entre cidades, nem entre muitas delas e as redes dos estados, nem entre escolas municipais, estaduais e privadas e sequer entre as particulares.
Uma “bagun�a” que certamente vai se refletir em planos de viagens de fam�lias e, por isso, em v�rios outros setores da cadeia produtiva, com destaque para o turismo. Sem contar que esses reflexos n�o devem se restringir ao atual ano letivo. Na rede particular mineira, na qual os estabelecimentos de ensino ganharam autonomia para fazer seus pr�prios calend�rios, orienta��o � para que col�gios trabalhem em datas e par�metros que se adequem aos dois modelos – presencial e remoto.
Em Belo Horizonte, institui��es privadas se antecipam e, mesmo pondo sobre a mesa planos sanit�rios para a retomada, tra�am o plano B caso o ensino on-line tenha de perdurar devido � pandemia de COVID-19.
“Cada escola preparou o in�cio das aulas remotas num per�odo e adotou metodologia diferente. Algumas anteciparam recesso de julho, outras n�o. Algumas j� est�o dando parte das f�rias de janeiro. A organiza��o do calend�rio n�o est� em fun��o de n�o voltar (ao presencial), mas de dar o conforto �s fam�lias de saberem os pr�ximos passos, para que elas tamb�m se organizem, uma vez que entramos em agosto”, afirma a presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), Zuleica Reis.
Mas ela reconhece que o grande dificultador ser� conciliar tantos calend�rios diferentes, sobretudo no caso de pais com filhos em escolas diferentes e professores que trabalham em mais de um col�gio. “O Sinep sempre enviou sugest�o de calend�rio, mas, desta vez, a organiza��o de cada institui��o foi diferente. Teve escola que come�ou s� em abril as aulas on-line, outras nem come�aram. Cada escola ter� que ver o que precisar� fazer para cumprir as 800 horas letivas, que n�o foram flexibilizadas”, acrescenta.
O Coleguium � uma das redes que preferiram tranquilizar pais e alunos e deix�-los livres para uma agenda em fam�lia. Depois de antecipar para maio o recesso de julho, a escola criou um calend�rio fixo que ser� mantido independentemente de retorno e da data em que isso ocorrer. Aulas v�o at� as v�speras de ano novo, em 28 de dezembro, com datas j� fixadas de atividades e provas, sejam presenciais ou virtuais. “Damos tranquilidade aos pais e estabilidade emocional para nossos estudantes. Se fazemos desta forma, eles conseguem se organizar”, afirma a diretora-geral, Daniele Passagli.
"A organiza��o do calend�rio n�o est� em fun��o de n�o voltar, mas de dar o conforto �s fam�lias de saberem os pr�ximos passos"
Zuleica Reis, presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais
A �nica lacuna � a possibilidade de uma parada de dois ou tr�s dias, caso haja retorno presencial e dependendo de quando ele ocorrer, para uma esp�cie de “respiro” antes da retomada das classes. Mesmo com calend�rio definido uma coisa � certa: f�rias ser�o mais curtas a que as fam�lias j� se se acostumaram, at� porque o Coleguium n�o pensa em postergar o in�cio do ano letivo de 2021.
“Esse � um outro processo em que se deve pensar. O nosso projeto de retomada envolve tamb�m o ano que vem, com preocupa��o e cuidado com a sa�de f�sica. Esse projeto tem que ser muito forte na quest�o de acolhimento e no cuidado com o emocional, que precisa ser continuado”, afirma Daniele. “Os alunos estar�o cansados e abalados. Tamb�m em 2021, avaliar ser� um processo n�o s� de conte�do. � um conceito que n�s, como educadores, precisamos revisitar. Faz�amos muito para o 3º ano do m�dio por causa de vestibular e vamos descer para outras s�ries.”
Calend�rio avan�a para o pr�ximo ano
H� escola que j� anunciou o fim do ano letivo para meados de janeiro; outras informaram estar ainda em processo de revis�o de calend�rio. Diante do quadro, se em alguns col�gios as perspectivas est�o definidas, em outras os pais ainda aguardam sem saber o rumo a tomar. Caso da analista de marketing Paula Oliveira, de 44 anos, m�e de Ana Cec�lia, de 6, e Nat�lia Maria de Oliveira Soares, de 10.
A fam�lia planeja f�rias para dezembro, mas como ainda n�o foi apresentado o calend�rio na escola das filhas, no Bairro Col�gio Batista, na Regi�o Nordeste da capital, ela teme pagar a viagem e n�o poder embarcar. “N�o sei nem se elas ter�o f�rias. A �nica certeza que tenho at� o momento � que viverei situa��es diferentes com as duas”, afirma.
Ana Cec�lia, aluna do 1º ano do fundamental, n�o teve aulas durante todo o m�s de maio. A escola deu recesso nos primeiros 15 dias, para ser compensado quando as aulas voltarem e a segunda quinzena foi a antecipa��o das f�rias de julho. J� Nat�lia, aluna do 4º ano, teve aulas on-line na primeira quinzena e tamb�m a antecipa��o do recesso de julho na sequ�ncia. “N�o sei se haver� s�bados a mais, se v�o deixar de emendar feriados para compensar. E as reposi��es com certeza ser�o diferentes para as duas, o que pode afetar as f�rias.”
O assunto virou prioridade na casa das meninas desde a semana passada, quando a av� perguntou como o recesso vai ocorrer. O projeto � poder ir para o Natal Luz de Gramado (no Rio Grande do Sul). “Todo ano temos parentes que fazem esse passeio. Da �ltima vez, deixamos para ir este ano, justamente na �poca do anivers�rio da Ana Cec�lia”, conta Paula.
“Tenho dois problemas: eu acredito que voltando ou n�o, at� o Natal deve ter aula. E tenho medo de programar viagem, pois n�o sabemos como estar� a situa��o dessa pandemia. Preocupa��o tanto de n�o ser vi�vel e perder dinheiro, quanto pela seguran�a da nossa sa�de. Est� complicado programar qualquer coisa. E � o �nico per�odo em que consigo viajar, pois depois do Natal o movimento no restaurante da fam�lia aperta”, relata.
Sem certeza sobre a escola e sobre a situa��o sanit�ria, Paula aposta mais no plano B: ir para a casa dos pais no interior, onde as meninas ter�o espa�o para correr e brincar. “L� pelo menos est� tranq�ilo, ainda pensando na quest�o de contamina��o pela COVID-19. Isso se houver f�rias, e quando...”
Dif�cil tamb�m para escolas
Trabalhar tanto em termos de calend�rio quanto pedag�gicos com um plano A (volta ao presencial), sem deixar de lado o plano B (concluir o ano de maneira remota). Essa � a ordem no Col�gio Arnaldo unidade Anchieta, na Regi�o Centro-Sul de BH, onde as op��es s�o revistas semanalmente e mudam de acordo com os cen�rios. Atualmente, trabalha-se com a hip�tese de retorno � sala de aula f�sica no m�s que vem.“Fechamos a primeira etapa com prova e fecharemos a segunda com todos os requisitos necess�rios e habilidades requeridos pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular), com avalia��es diversificadas, provas e simulados tradicionais a partir do 4º ano do fundamental at� o ensino m�dio”, conta a diretora, Cl�a Mara Mattos do Prado.
Nessa perspectiva, o ano letivo do Arnaldo terminar� em 23 de dezembro. As f�rias �s v�speras do Natal s� ser�o poss�veis porque, al�m de ter come�ado as aulas remotas em 23 de mar�o, cinco dias depois do fechamento das escolas, o Arnaldo j� est� fazendo reposi��o de aulas aos s�bados. “Oferecemos desde o in�cio a intera��o pedag�gica, mas est�vamos estruturando ainda e demorou para chegarmos ao formato adequado, o que criou uma lacuna de horas de atividades”, explica Cl�a.
As atividades consistem em gincanas cient�fico-culturais para os mais novos e debates para os mais velhos. A carga hor�ria do ensino m�dio tamb�m foi aumentada: ganhou uma tarde de aula, para al�m das tr�s vezes por semana habituais.
A escola est� contratando consultoria de infectologista para ajudar com as particularidades sanit�rias. “Voltar tem suas vantagens, mas h� a preocupa��o de voltar e, em seguida, ter de interromper. As institui��es educacionais como um todo n�o t�m autonomia de uma volta facultativa. Autorizado o retorno, vamos nos organizar”, diz.
Ser� que volta?
O col�gio tamb�m planeja transmitir aula h�brida (o que estiver sendo dado em sala ser� transmitido ao vivo para quem estiver em casa). A diretora, que considera a possibilidade real de o ensino presencial n�o voltar este ano, v� um prov�vel retorno com cautela: “O presencial � muito melhor, mas diante da realidade n�o podemos brincar. Educa��o � um valor, temos que buscar as melhores formas de apoiar as fam�lias”.O que � o coronav�rus
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?
Como se prevenir?
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam:
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
V�deo explica por que voc� deve 'aprender a tossir'
Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia
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