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Estado de Minas SOB AS B�N��OS DOS PAPAS DO ENSINO SUPERIOR

Ensino a dist�ncia tem ades�o em massa de universidades p�blicas consagradas


postado em 18/05/2014 06:00 / atualizado em 18/05/2014 08:19

Após trancar matrícula em curso convencional por questão de saúde, Solange da Silva encontrou no ensino não presencial a solução para continuar (foto: Beto novaes/EM/D.A Press)
Ap�s trancar matr�cula em curso convencional por quest�o de sa�de, Solange da Silva encontrou no ensino n�o presencial a solu��o para continuar (foto: Beto novaes/EM/D.A Press)

A ades�o de institui��es p�blicas de ensino superior de todo o pa�s ao universo da educa��o a dist�ncia (EAD) foi a chancela que faltava para atestar a qualidade dessa modalidade de ensino. O setor p�blico come�ou a ocupar fra��o significativa nesse panorama com a cria��o da Universidade Aberta do Brasil (UAB), uma esp�cie de plataforma que concentra e regulamenta os cursos da modalidade entre institutos, faculdades e universidades estaduais e federais. A ades�o em massa mudou um cen�rio existente h� at� seis anos, quando 81% dos alunos da EAD estavam matriculados em escolas privadas.

Hoje, s�o 103 institui��es de ensino, distribu�das em 650 polos pelo Brasil. S� na UAB h�, em m�dia, 80 mil formandos em um universo de 430 mil ingressantes. A maioria se forma em cursos de licenciatura e em cursos de especializa��o voltados para professores e profissionais que j� atuam no mercado de trabalho. A expectativa � de oferta ainda maior, principalmente de vagas nos cursos para tecn�logos, com a entrada dos institutos federais na plataforma.

Para se ter ideia desse crescimento, em Minas Gerais, todas as 11 federais oferecem cursos n�o s� no estado, como pelo Brasil afora. O modelo � de aulas semipresenciais, com encontros peri�dicos nos polos de ensino. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), uma das maiores do pa�s, oferece cinco gradua��es: ci�ncias biol�gicas, matem�tica, qu�mica, pedagogia (licenciatura) e geografia (bacharelado). Hoje, atua em 40 polos no estado e, em breve, dever� ter cursos de especializa��o e gradua��o tamb�m em S�o Paulo. Desde 2008, quando se formou a primeira turma, quase 500 estudantes obtiveram diploma nos cursos de licenciatura, de um total de 2,6 mil ingressantes.

A propor��o de quem entra e quem conclui chama a aten��o, mas o diretor da EAD da universidade, Wagner Jos� Corradi Barbosa, alerta tratar-se do mesmo percentual de formandos dos cursos presenciais. Em biologia, a m�dia � de 80%; em geografia, 60%; matem�tica e qu�mica, em torno de 30%; e em pedagogia, o �ndice de alunos que concluem a gradua��o fica acima de 90%. Ele ressalta que o plano pedag�gico, o material ofertado aos alunos e at� a estrutura dos laborat�rios instalados nos polos para as aulas pr�ticas s�o id�nticos aos oferecidos nas salas de aula convencionais da institui��o.

“O grande engano � que a pessoa imagina que a coisa ocorre por m�gica. O aluno senta, l� o conte�do e est� aprendido, como aquele estudante que vai � sala de aula e somente de escutar o professor acha que vai assimilar. Mas aprendizado � sempre o esfor�o do aluno, seja a dist�ncia ou presencial, para entender o conte�do”, diz.

O diretor destaca que todos os cursos da EAD, institui��es, polos e alunos tamb�m s�o avaliados pelo Minist�rio da Educa��o (MEC), no �ndice Geral de Cursos (IGC) e no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). “Al�m da avalia��o interna, quem diz que os cursos s�o de qualidade � a avalia��o externa. E grande parte dos alunos formados tem que colar grau antes, porque s�o aprovados em concursos p�blicos e precisam do t�tulo para assumir o cargo. O mercado est� reconhecendo que esse aluno tem qualidade”, afirma.

Barbosa garante: alunos da educa��o a dist�ncia n�o perdem em nada para os do ensino presencial. “Os professores, alunos da p�s-gradua��o que ajudam na tutoria, cr�ditos e disciplinas s�o os mesmos e at� a ementa � igual. S� muda a modalidade”, relata. Segundo ele, a grande cr�tica do passado reca�a sobre a falta de tutores qualificados e os casos de professores com n�mero excessivo de alunos, o que impedia atendimento de maneira mais individualizada.

DESCONFIAN�A Diretor do Centro de Educa��o a Dist�ncia (Cead) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), na Zona da Mata, Fl�vio Iassuo Takakura acredita que grande parte da desconfian�a que rondava a modalidade est� superada pelas compet�ncias e habilidades adquiridas pelos estudantes. “Para que tenham sucesso, eles precisam ser determinados, porque n�o h� um professor em sala para cobrar as tarefas. Tamb�m precisam ser proativos, para pesquisar e ter uma forma��o melhor. S�o virtudes que levar�o para o resto da vida”, ressalta.

A universidade tem, hoje, 3.441 estudantes na p�s-gradua��o e em sete gradua��es. S�o 56 polos de apoio presencial, dos quais 30 est�o em Minas Gerais, 21 em S�o Paulo e o restante nos estados do Rio de Janeiro, Esp�rito Santo, Mato Grosso, Para�ba e Rio Grande do Sul. De acordo com Fl�vio Takakura, nas institui��es p�blicas tem mudado o perfil do aluno, cada vez mais jovem, inclusive na faixa de 17 a 18 anos. “Al�m de se identificarem mais, s�o motivados pela qualidade e pelo interesse do mercado de trabalho por pessoas formadas nessa modalidade”, diz.

� o caso da editora de v�deo Raphaela Benetello, de 22 anos. Formada em comunica��o social na pr�pria UFJF, vai come�ar a segunda gradua��o, em ci�ncia da computa��o, a dist�ncia. A possibilidade de integrar tecnologia da informa��o com comunica��o motivou a escolha. “Como sempre gostei de tecnologia e trabalho no Cead, acabei unindo o �til ao agrad�vel”, conta.

Ela v� pr�s e contras entre as modalidades de ensino. “O aluno tem que ser muito disciplinado e, principalmente, ter muita perseveran�a nos cursos a dist�ncia”, diz. Ela j� sabe que, ao contr�rio do presencial, em que o aluno vai para a faculdade e ouve o professor, de longe ele precisa achar esse tempo e sentar � frente do computador, n�o importa a hora. Por outro lado, na modalidade tradicional de estudo, existe a conviv�ncia com o ambiente universit�rio e com os colegas. Mas ela aposta no espa�o que a plataforma virtual est� ganhando: “As pessoas est�o come�ando a trabalhar cada vez mais cedo ou interessadas numa segunda gradua��o”.

ANTES DE ESCOLHER


» Avalie que tipo de curso quer fazer, se totalmente a dist�ncia ou semipresencial. No primeiro caso, o aluno ganha autonomia e flexibilidade, mas precisa de discipilina. Se for para a modalidade errada, � grande a chance de fracasso

» Consultar no https://emec.mec.gov.br a condi��o e a nota do curso. De forma geral, o indicado � fazer uma avalia��o da institui��o, verificando tamb�m o desempenho de outros cursos, para saber sobre a qualidade geral

» Conhe�a a institui��o em vez de decidir s� pelo pre�o. Mais do que dinheiro, est� em jogo um projeto de vida

Fonte: Marcos Andr� Kutova/ Diretor da PUC Minas Virtual

Raio-x da educa��o n�o presencial
Gradua��o

1,2 milh�o de alunos estreantes

130 mil concluintes

Disciplinas a dist�ncia

340 mil alunos

40 mil concluintes

Cursos livres

4,3 milh�es de estreantes

1,5 milh�o de concluintes

Fonte: Censo da Educa��o Superior/MEC

Tend�ncia sem retorno

"O aluno tem que ser muito disciplinado e, principalmente, ter muita perseveran�a nos cursos a dist�ncia" - Raphaela Benetello, da UFJF, que far� a segunda gradua��o aderindo � plataforma virtual (foto: UFJF/Divulga��o)
“N�o � melhor nem � pior. � outra modalidade.” Assim define a educa��o a dist�ncia o coordenador da comiss�o respons�vel pelo setor na Universidade Fumec, Dalton Reis Leal, destacando a qualidade dos cursos n�o presenciais. Segundo ele, o reconhecimento � atestado pelas avalia��es do MEC e, em muitos casos, as notas superam as dos cursos presenciais. Na avalia��o de Leal, � um mercado em crescimento cont�nuo. “� um caminho sem volta e os n�meros nacionais mostram isso”, afirma. A expans�o na pr�pria Fumec � um exemplo. A institui��o oferece, hoje, a 4.226 alunos, oito cursos de gradua��o e seis de p�s a dist�ncia. Em 2010, havia pouco mais da metade de estudantes – 2.308.

O perfil de quem se matricula � de um p�blico mais maduro, com faixa et�ria superior a 30 anos, a maioria atuando no mercado de trabalho e com fam�lia constitu�da. Flexibilidade, tempo e custo menor s�o algumas das motiva��es apontadas pelo coordenador para a escolha da modalidade. “O aluno da EAD � mais disciplinado e organizado com seus hor�rios, mais consciente da import�ncia de seu papel como agente de aprendizado. No mundo atual, em que as coisas mudam com uma velocidade tremenda, quem tem condi��o mais desenvolvida de aprender por si pr�prio, com aux�lio de pessoas que podem estar do outro lado do mundo, se destaca”, diz.

Aluna do 3º per�odo de gest�o de recursos humanos da Fumec, Solange Terezinha da Silva, de 31 anos, sabe bem o que � isso. Ela foi obrigada a trancar o curso de letras na PUC quando descobriu um problema grave de sa�de que a levou para uma cadeira de rodas durante nove meses e se diz realizada com a op��o do ensino a dist�ncia. O cansa�o e o estresse do deslocamento at� a faculdade – ela terminava as aulas �s 22h30 e chegava em casa � meia noite – s�o revertidos agora em uma rotina dura de estudos, mas sem perda de tempo. “Nosso maior medo � de que o mercado olhe a EAD com olhos ruins, mas quando pesquisei sobre a modalidade, vi que n�o � assim”, conta.

A cada 15 dias, Solange tem aulas presenciais, aos s�bados. “S� lamento n�o ter descoberto antes a EAD. O ensino superior era minha meta de vida. Fiquei muito frustrada quando tive de trancar meu curso, e j� havia perdido muitos anos tentando o vestibular da universidade federal. Hoje, o ensino est� mais perto”, ressalta.


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