Tudo come�ou em 2012, depois de um estresse come�ado quatro anos atr�s. “Os alunos n�o conseguiam se distanciar do celular, que era como uma extens�o do corpo deles. Qualquer assunto da aula n�o tinha a menor import�ncia. Mas se ouviam qualquer estampido, ficavam inquietos”, relata. Cileia cansou de tomar aparelhos de alunos. “Mexiam na carteira, num sinal de inc�modo que se manifestava fisicamente, em n�vel inconsciente. Quando os telefones passaram a ter conex�o com a internet, abriu portas para n�s”, diz.
A professora parou de brigar, porque ningu�m tinha caderno nem anotava nada. Foi criando alternativas e, agora, em vez de gastar 3 mil p�ginas de papel, passou a 1 mil. A reda��o semanal � no papel e, para evitar o que chama de “terceiriza��o do c�rebro”, uma esp�cie de mem�ria na palma da m�o, e garantir o aprendizado das informa��es, os alunos devem apresentar trabalhos pelo menos duas vezes ao m�s.
Facebook � a ferramenta usada pelo professor de matem�tica Israel Roque Pereira, do Col�gio Cotemig, para se aproximar dos alunos. Ao perceber que cerca de 90% de seus amigos na rede eram alunos ou ex-alunos, come�ou a direcionar posts e coment�rios para atend�-los sobre algum conte�do. O objetivo � estimular o interesse pela matem�tica, postando algo que realce o rigor e a formalidade da disciplina, mas tamb�m dando a ideia de que ela pode representar muito al�m em termos de vida pessoal e profissional, como instrumento do cotidiano. Resolu��o de quest�es, orienta��es de trabalhos e pesquisas e at� informa��es sobre data de provas tamb�m passam pela p�gina. A prefer�ncia � por assuntos que despertam curiosidade, para n�o comprometer o tempo extraclasse.
Essa � tamb�m a ferramenta usada por ele na orienta��o dos grupos nos trabalhos de conclus�o do curso t�cnico. “Venho batendo muito na tecla do uso consciente das tecnologias. Impedir que o aluno use em aula � muito complicado, ele tem que se conscientizar de que o uso das redes sociais, aparelho ou tecnologia traz dano para ele”, diz. Em sala, tudo isso � vetado. “O professor deve estar atento para achar essa linha t�nue entre uso o correto e incorreto da tecnologia.” Para Israel, � uma quest�o de tempo at� a tecnologia se tornar uma m�xima da educa��o: “Se n�o conseguirem se adaptar ao novo modelo, que traz o advento das redes sociais e tecnologias, profissionais n�o conseguir�o se manter no mercado”.