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Estado de Minas entrevista L�cia Helena Monteiro Machado - escritora

Mulheres Incr�veis

Livro que re�ne artigos e mat�rias publicados em dois importantes cadernos do Estado de Minas ser� lan�ado no pr�ximo s�bado, na Livraria da Rua


15/10/2023 04:00
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Lúcia Helena Monteiro Machado
(foto: arquivo pessoal)
 

 

L�cia Helena Monteiro Machado come�ou sua vida no meio das artes como bailarina, com ningu�m menos que o renomado Klauss Vianna e sua Angel. Fez psicologia, atuou na �rea por mais de 30 anos e sempre foi dona de uma qualidade que a levou a trilhar novos caminhos: a curiosidade. Amante das artes, sempre estudou muito sobre o tema e virou professora. O interesse em viajar e ver de perto as maravilhas expostas mundo afora a levou aos quatro cantos do mundo. Conhece quase todos os museus que existem. E decidiu compartilhar seu conhecimento escrevendo livros que apontam o que h� de melhor e mais belo nos lugares por onde passou, com endere�os imperd�veis. H� 25 anos, fez uma s�rie de mat�rias sobre importantes mulheres da hist�ria, a pedido da editora deste caderno, e, no pr�ximo s�bado, ao meio dia, lan�a o livro “Mulheres Incr�veis”, que re�ne essas mat�rias, al�m de uma s�rie de artigos, de temas diversificados, que escreveu para o Caderno Pensar.

 

Como foi sua vida de bailarina com Klauss Vianna?

Foi a melhor �poca da minha vida. A vida cultural de Belo Horizonte estava no seu per�odo �ureo com o Teatro Universit�rio, o Teatro Experimental e o Madrigal Renascentista. Numa cidade ainda acanhada, com poucos teatros e pouco recursos, faz�amos coisas incr�veis. O Teatro Experimental tinha a ousadia de levar Ionesco. Klauss era uma pessoa incr�vel. Fazia coreografias avan�ad�ssimas para a �poca. Dan��vamos sem m�sica, apenas com um c�ro que recitava um poema de Drummond, o ritmo po�tico nos guiava. Dan��vamos o Amanuence Belmiro, baseado em Cyro dos Anjos com barulho de m�quinas de escrever, j� que o romance se passa em uma reparti��o p�blica. Mesmo quando Klauss coreografava um bal� nos moldes cl�ssicos, como fez com o Concerto Barroco, com m�sica de Vivaldi, ele dava uma interpreta��o nova, muito pessoal. Em 2017 participei de uma semana toda dedicada a Klauss e Angel Vianna, na Sorbonne Saint Denis, que � a parte da famosa universidade francesa que se dedica �s Artes C�nicas. Havia um enorme cartaz com a foto do casal e o t�tulo do semin�rio que se chamava “Cr�er a Deux- Klauss e Angel Viana”. Fiquei muito orgulhosa de participar e dar meu depoimento, me emocionei vendo a famosa universidade francesa dando tanta import�ncia a dois mineiros esquecidos no Brasil.

 

Em qual �rea atuou como psic�loga?

Trabalhei como psic�loga durante 30 anos no ramo do ensino, trabalhando em escolas. Gostei muito deste per�odo, que me deu muita viv�ncia.

 

O que te levou a escrever livros dando dicas preciosas para quem gosta de fazer uma viagem diferenciada?

Quando comecei a viajar, percebi que as pessoas viajavam muito mal, sem saber nada sobre o lugar que visitariam e perdendo muito tempo. Curiosa que sou, cada vez que viajava, fazia um bom plano e estudava muito sobre os lugares que ia conhecer. Parti de um princ�pio: Por que viajo? e conclu� que, se voc� sabe o por qu�, vai saber como. No intuito de ajudar as pessoas a viajar melhor, publiquei meu primeiro “Guia de Paris para brasileiros”. Foi um sucesso, apesar de eu n�o gostar do nome, pois n�o h� uma Paris para brasileiros, outra para americanos ou espanh�is etc, mas a editora insistiu no nome. Da� para os outros livros foi um passo.

 

Voc� vai lan�ar nova edi��o do livro “Mulheres Incr�veis”. Como est� esse “novo” trabalho?

O �lvaro Gentil, da editora Ramalhete, leu a primeira edi��o, que saiu cheia de falhas, apesar do belo pref�cio do amigo Silviano Santiago, e me disse que gostaria de fazer uma segunda edi��o, mais caprichada. Todas as mat�rias foram publicadas, anteriormente, no Estado de Minas. H� 25 anos, Anna Marina me pediu para escrever sobre mulheres que ultrapassaram seu tempo. Foi o que fiz. Comecei com Christine de Pisan, uma escritora do s�culo 14. Passei para Artemisia Gentileschi, grande pintora do Renascimento Italiano e que foi a primeira mulher na hist�ria a abrir um processo por estupro. E ganhou a causa. Passei para Elizabeth Vig�e Le Brun, a pintora preferida de Maria Antonieta. Visitei as escritoras inglesas do s�culo 19 at� chegar a algumas excelentes impressionistas que ficaram “escondidas” atr�s de seus companheiros homens, Renoir, Monet etc... Quando Jo�o Paulo Cunha era editor do Caderno Pensar, do Estado de Minas, ele me pedia para colaborar, o que eu fazia com o maior prazer. Foi assim que escrevi sobre os temas mais variados, ao sabor das ondas. Escrevi sobre cinema, psicologia, arte (entre minhas atividades, houve um per�odo em que dei cursos sobre hist�ria da arte). Sendo “rato de museu”, acabei lendo muito sobre o assunto a ponto de me aventurar e ensinar o que sabia a outras pessoas.

 

Voc� � uma mulher inquieta. Quais s�o os novos planos?

Tenho pensado muito em escrever sobre outras mulheres incr�veis. Uma � uma santa do s�culo 12, que fez coisas impressionantes e acabou sendo conselheira de papas e imperadores. Trata-se de Hildegard Von Binguen. Ela escreveu m�sicas e livros, um deles � a incr�vel Teologia do Feminino. Outra � Isabelle Eberhart, que morreu aos 26 anos. Mas o livro que tenho sobre ela tem 1,2 mil p�ginas! Uma mulher incr�vel. Outra � Alexandra David Neel, mais pr�xima do nosso tempo. Mas a lista � grande e pode terminar com uma nossa contempor�nea, Simone Veil, que foi a pessoa que mais rapidamente foi colocada no panteon de Paris, apenas tr�s meses depois de sua morte. Tenho vontade tamb�m de escrever sobre as mais belas pra�as e pontes da Europa. S�o apenas planos... 


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