No fim de 2009, a Corregedoria da Pol�cia Militar passou a investigar den�ncia de les�o corporal cometida pela guarni��o da qual fazia parte um dos soldados do Batalh�o Rotam, acusado de executar, na madrugada de s�bado o auxiliar de enfermagem Renilson Veriano da Silva, de 39 anos, e o sobrinho, o dan�arino e auxiliar de padeiro Jeferson Coelho da Silva, o Jefinho, de 17. A mesma equipe do Rotam foi acusada de envolvimento em quatro homic�dios em 2010, todos transformados em alvo de inqu�rito policial militar (IPM). Para especialistas em seguran�a p�blica, diante da gravidade das acusa��es, o soldado deveria ter sido afastado imediatamente de suas fun��es assim que as den�ncias vieram � tona.
Mas n�o foi o que ocorreu. Ele apenas mudou de guarni��o e s� perdeu o direito de usar farda e empunhar arma depois de ser novamente acusado pelo envolvimento nos homic�dios de s�bado. Outros dois soldados e um cabo do Rotam foram afastados de suas fun��es tamb�m suspeitos de terem participado do duplo homic�dio.
A postura da PM, que manteve trabalhando nas ruas o soldado denunciado desde 2009, foi criticada pelo soci�logo Luis Fl�vio Sapori, ex-secret�rio adjunto de Estado de Defesa Social. “S�o den�ncias muito s�rias e esse policial n�o poderia ter sido mantido no servi�o operacional. Foi um erro grave de gest�o interna da Pol�cia Militar e da Corregedoria da corpora��o”, afirma Sapori, um dos maiores especialistas em seguran�a p�blica de Minas.
O chefe de gabinete do Tribunal de Justi�a Militar, coronel Jo�o Bosco da Costa Paz, diz que o afastamento de militares envolvidos em den�ncias � prerrogativa do comando da PM, mediante abertura de procedimento administrativo. “Cabe � Justi�a Militar julgar se o policial � culpado ou n�o. Engana-se quem pensa que o tribunal beneficia o militar, que inclusive prefere ser julgado pela Justi�a comum. Aqui, agimos prontamente, sem delongas, at� porque a corpora��o n�o quer manter em seus quadros algu�m que seja nocivo � sociedade.”(