(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Trag�dia no Anel Rodovi�rio completa um m�s e perigo continua na pista


postado em 28/02/2011 06:30 / atualizado em 28/02/2011 07:17

Um m�s depois do tr�gico acidente que matou cinco pessoas e deixou 12 feridas, a seguran�a no Anel Rodovi�rio continua prec�ria. O alerta � de Frederico Rodrigues, doutor em engenharia de transporte, professor de p�s-gradua��o em transporte e tr�nsito do Cefet/MG e diretor de uma empresa de projetos de engenharia. A convite do Estado de Minas, o especialista percorreu, em companhia de uma equipe de reportagem, os 26,5 quil�metros da via e constatou que o risco de ocorrer novas trag�dias continua muito alto. E, o que � pior, algumas interfer�ncias no corredor, feitas depois do acidente de 28 de janeiro, trouxeram novos perigos para os motoristas dos 100 mil ve�culos que circulam diariamente pelo Anel Rodovi�rio.

De acordo com Frederico Rodrigues, a preocupa��o com o trecho de sete quil�metros onde ocorreu o desastre do m�s passado, na descida entre os bairros Olhos d’�gua e Madre Gertrudes, na Regi�o Oeste, no qual foram feitas v�rias interven��es para diminuir o risco de acidentes, n�o � suficiente para acabar com o problema. E, ao longo da via h� muitos trechos esquecidos, que n�o receberam at� hoje a aten��o devida e s�o verdadeiras armadilhas para quem � obrigado a passar pelo Anel.

“As medidas adotadas s�o como tijolos na constru��o de um muro. Contribuem para que ele seja erguido, mas n�o o constroem por inteiro”, comparou Frederico. Ao avaliar as caracter�sticas do corredor, uma mistura de via urbana com rodovia, ele apontou os riscos que continuam e os que surgiram com as obras feitas no come�o deste m�s (veja arte). Ap�s o acidente, tr�s lombadas foram implantadas, um radar tipo pardal e dois pain�is eletr�nicos foram instalados na temida descida de sete quil�metros.

Frederico elogiou algumas iniciativas do Departamento Nacional de Infraestrura de Transportes (Dnit), apontando que podem trazer bons resultados. Mas tamb�m destacou as falhas. As faixas que avisam os motoristas sobre a presen�a de radares e lembram que os ve�culos pesados devem transitar pela direita, segundo ele, por serem de pano, n�o cumprem o papel de alerta. “Este tipo de sinaliza��o � para ser usada em no m�ximo uma semana, j� deveria ter sido trocada por aquelas de a�o definitivas e ainda implantadas em um n�mero maior”, avaliou. Quanto ao radar tipo pardal, disse que o equipamento n�o � eficiente. Em um estudo feito por ele, n�o se comprova que os pardais contribuam para diminuir o n�mero de acidentes. “Em um trecho onde h� muitos usu�rios que n�o conhecem a pista, a detec��o do radar em cima da hora pode gerar uma s�rie de frenagens bruscas, o que � perigoso.”

A presen�a ostensiva de policiais rodovi�rios e de outros mecanismos de fiscaliza��o acaba alguns quil�metros � frente e � como se os riscos presentes nos demais trechos do Anel Rodovi�rio tivessem sido totalmente esquecidos pelo Dnit e pelos condutores que circulam na regi�o. Na Vila Oeste, acaba a fila indiana e os caminhoneiros passam a usar a faixa da esquerda sem qualquer cuidado. A velocidade tamb�m aumenta, assim como as ultrapassagens irregulares. Os radares s�o poucos, n�o h� presen�a dos policiais e sequer uma faixa de sinaliza��o. Na avalia��o do especialista, � um convite � imprud�ncia.

Apesar de o Dnit ter reduzido de 70km/h para 60km/h a velocidade m�xima permitida para ve�culos pesados no Anel Rodovi�rio, n�o h� faixas ou placas que informem a altera��o. A falha chamou a aten��o de Frederico. “Aqui � um lugar de passagem de condutores de v�rios lugares do pa�s e muitos podem n�o saber das modifica��es .” Em menos de 20 minutos de percurso pelo Anel, no sentido Vit�ria-Rio de Janeiro, o EM flagrou uma colis�o traseira envolvendo tr�s carros. O respons�vel pelo acidente contou que estava a 90km/h e se surpreendeu com os outros que estavam mais devagar, n�o conseguiu frear e acabou batendo. Desta vez, n�o houve feridos.

� medida em que se avan�a pela via, as p�ssimas condi��es do corredor se tornam mais evidentes. Muitas delas, de acordo com Frederico, s�o um risco real e s�rio de acidentes. “H� acessos para bairros sem que haja a marginal para manobras. Al�m disso h� paradas de embarque e desembarque de �nibus”, alertou, apontando ainda a varia��o dos limites de velocidade, que oscilam entre 70km/h e 80 km/h. “Isso confunde condutores. Deveria ser limite �nico, pois torna intuitiva a forma de se portar naquele trecho da viagem”, sugeriu.

Promessas


O engenheiro supervisor do Dnit, Alexandre de Oliveira, diz que est�o previstos mais radares para a rodovia. “J� estamos confeccionando as placas de ferro que ser�o colocadas no lugar das faixas de pano. O radar do tipo pardal tamb�m ser� melhor estruturado.” Em rela��o aos outros trechos do anel, ele assegura que haver� sinaliza��es e afirma que as oscila��es de velocidade m�xima permitida preocupam tamb�m o �rg�o. “Isso vai ser resolvido”, promete.

Nos pr�ximos dias, um balan�o parcial do n�mero de motoristas multados desde as medidas implantadas ser� divulgado pelo Dnit. Desde 11 de setembro de 2009, quando cinco pessoas morreram no acidente em que um caminh�o desenfreado arrastou 12 ve�culos na descida do Bairro Bet�nia, at� a trag�dia de 28 de janeiro, 52 mortes foram registra da no anel.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)