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Estado de Minas

Acidentes com caminh�es e carretas s�o maioria dos registros no Twitter da PRF em Minas


postado em 09/10/2011 07:31 / atualizado em 09/10/2011 07:53

Como um di�rio das rodovias federais mineiras que alerta motoristas sobre acidentes, desvios e obras, o Twitter da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) de Minas Gerais � um indicativo de que os mais graves desastres rodovi�rios ocorrem envolvendo ve�culos de carga. Levantamento feito desde o primeiro tu�te da PRF, publicado em 28 de mar�o deste ano, at� o dia 5 de setembro mostra que 61% dos acidentes envolviam caminh�es e carretas.

Dos 291 registros, 177 foram caminh�es que tombaram e derramaram suas cargas no asfalto, bateram entre si e bloquearam as pistas, atropelaram pessoas ou destru�ram carros de passeio e motocicletas. O Twitter tamb�m indica como os acidentes com caminh�es e carretas s�o mais letais. Das 171 mortes registradas pela PRF no microblog, 93, mais da metade (54%), foram em ocorr�ncias envolvendo ve�culos de carga. O �ndice de feridos tamb�m � consider�vel: foram 114 dos 243 registros, o correspondente a 46,9%.

Pelo di�rio dos patrulheiros mineiros � poss�vel ter uma pequena no��o dos transtornos causados por cada carreta ou caminh�o que tomba na pista e a bloqueia. Entre mar�o e setembro foram 71 interrup��es de pistas devido a acidentes com ve�culos de carga. Essas ocorr�ncias causaram nada menos do que 328 horas e 20 minutos de reten��es e congestionamentos. � o equivalente a 13 dias e meio de tr�nsito parado por causa das longas carrocerias atravessadas nas pistas ou de suas cargas no pavimento. Levando-se em conta os 192 dias monitorados, o �ndice anual chegaria a 25 dias, ou seja, quase um m�s de interrup��es. As cargas que mais vazaram foram o carv�o (quatro vezes), cimento e papel�o (tr�s vezes), calc�rio, cerveja, �leo, a�o e min�rio (duas vezes).

Tens�o na boleia marca viagens

Quando o acostamento terminou e o caminhoneiro Luiz Henrique Abdala, de 41 anos, precisou voltar � estreita pista da BR-381 antes de trombar sua carreta num barranco, um festival de imprud�ncias come�ou. Primeiro uma moto e um carro terminaram de cort�-lo na faixa cont�nua. Em seguida, outra carreta, com mais de 20 metros de comprimento, invadiu a contram�o pela esquerda para ultrapass�-lo e obrigou os carros que vinham no sentido contr�rio a desviar pelo acostamento. A manobra para ultrapassar a carreta de Abdala, que tem 19,8 metros e peso total de 57 toneladas, levou segundos. Mas o tempo pareceu longo para o caminhoneiro.

“As pessoas n�o t�m respeito pela vida. Eu estou errado de rodar no acostamento, mas, se fazendo isso os outros motoristas j� abusam, imagine se for rodar s� dentro da pista �nica, fazendo uma fila enorme atr�s de mim”, disse o condutor, que levaria dois dias de viagem de Contagem a Feira de Santana (BA). A repeti��o de situa��es como essa tornou tenso o clima dentro da cabine escura do ve�culo onde a reportagem do Estado de Minas acompanhava Abdala para conhecer os perigos do trecho entre Belo Horizonte e Jo�o Monlevade (Regi�o Central).

Numa carreta de a�o t�o alta que s� � acess�vel por escadas e t�o forte que pode transportar todo esse peso a 120 km/h, a impress�o que se tem, comparado o ve�culo com carros e �nibus, � de que os caminhoneiros s�o praticamente invulner�veis. Na boleia n�o � bem assim. As respostas do ve�culo s�o lentas e precisam ser programadas. “Preciso de mais de 200 metros para parar minha carreta se frear de repente, a 50 km/h. Preciso ser r�pido e acionar a manete do freio da carreta antes, se n�o corro risco que ela d� um “L” e fique atravessada na pista ou tombe comigo”, explica Vicente Marciano de Paula, de 58 anos, outro carreteiro acompanhado pela reportagem. Ele tamb�m viajava para Feira de Santana, levando bobinas de a�o de Juiz de Fora.

Min�rio

No trajeto pela BR-040 o maior risco s�o os caminh�es carregados de min�rio que entram e saem o tempo todo das estradas de terra que levam a mineradoras locais. “Eles s�o muito perigosos. Ganham por viagem e por isso correm muito”, reclama Vicente. Al�m de ultrapassagens arriscadas e de espremerem outros ve�culos contra suas pistas, esses ve�culos de cargas ainda espalham poeira e min�rio sobre a estrada, chegando a entupir as valetas.
Na BR-381, os riscos abertos no asfalto pelo tombamento de caminh�es lembram Abdala das situa��es perigosas provocadas pela vida na estrada. “Em 2001, um caminh�o perdeu o controle e bateu na minha carreta. Tive alguns cortes, mas o motorista morreu. Isso marca a gente”, conta. “Outro dia uma bitrem me ultrapassou pelo quebra-molas e bateu de frente num carro, matando o condutor do ve�culo pequeno. Quando lembro disso (bate no retrato da filha no teto da carreta), lembro que um dia preciso parar e me aposentar.” (MP)


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