(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas REF�NS DE UM SISTEMA

Moradores da Grande BH se espremem nos vag�es do metr� para trabalhar ou ir � escola


postado em 06/11/2011 07:08 / atualizado em 06/11/2011 07:23

A vendedora Daniela Aparecida conta com a ajuda da irmã para se equilibrar dentro do vagão lotado(foto: Paulo Filgueiras/EM.D.A/Press)
A vendedora Daniela Aparecida conta com a ajuda da irm� para se equilibrar dentro do vag�o lotado (foto: Paulo Filgueiras/EM.D.A/Press)
N�o fosse a ajuda di�ria da irm� para segurar a sua bolsa, a vendedora Daniela Aparecida dos Santos Vieira, de 27 anos, n�o teria como apoiar as duas m�os nos anteparos do metr� de Belo Horizonte. Sua baixa estatura a faz sumir numa multid�o que viaja compacta sobre os trilhos, dando passinhos para frente e para tr�s na tentativa de se equilibrar no embalo do trem. “�nibus demora demais. Resta aguentar o aperto para ir e voltar do trabalho (no Bairro Santa Efig�nia, Regi�o Leste) para casa (no Eldorado, em Contagem)”, diz. O caso dela, segundo especialistas, � o mesmo de todos os que usam a �nica linha de metr� da capital: para evitar uma caminhada de 30 minutos e duas viagens que somariam mais uma hora em dois �nibus, Daniela encara uma hora dentro do metr�.

S�o 20 dias perdidos enlatada dentro dos trens, se forem somadas todas as horas de idas e voltas em dias �teis de um ano. Isso, espremida numa multid�o que chegou, em abril deste ano, a 1.317 passageiros no hor�rio de pico dentro das composi��es com quatro carros. O �ndice supera em 287 pessoas a lota��o m�xima, de 1.030. � como se quatro �nibus lotados (com 70 pessoas cada) despejassem seus passageiros no trem, j� completamente tomado. “A gente sofre todos os dias. O resultado � que todos ficam irritados. J� vi gente xingando e gritando umas com as outras, quase brigando”, conta.

O clima tenso e claustrof�bico de quem se aperta entre a multid�o do corredor lotado do metr� � vivido principalmente nos hor�rios de pico, das 6h30 �s 8h e das 17h30 �s 20h. S�o as mesmas hist�rias de agonia e desgaste dos usu�rios de �nibus, dependurados no interior dos ve�culos que mais transportam passageiros na capital (87%). Faltam condi��es de acesso e de conforto nas esta��es e pontos, o que tornam uma sina o transporte p�blico antes mesmo que se consiga embarcar. Situa��es di�rias enfrentadas por trabalhadores e estudantes e que o Estado de Minas mostra, a partir de hoje, numa s�rie de reportagens.

Aperto na hora de embarcar. Empurra-empurra é solução para conseguir um lugar nos trens cheios(foto: Paulo Filgueiras/EM.D.A/Press)
Aperto na hora de embarcar. Empurra-empurra � solu��o para conseguir um lugar nos trens cheios (foto: Paulo Filgueiras/EM.D.A/Press)
A hist�ria da vendedora de Contagem, Daniela Aparecida, se repete com o t�cnico industrial Ant�nio Mauro Silva de Souza, de 54, morador de Betim, tamb�m na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. S� que, al�m de perder 80 minutos di�rios indo e voltando do trabalho para casa de metr�, ele ainda leva um hora fazendo conex�es com �nibus. “A gente n�o sabe qual � pior (�nibus ou metr�)”, diz enquanto tenta firmar as pernas e n�o esbarrar em quem est� ao lado. “Entra tanta gente que acabamos ficando todos juntos. Se a pessoa n�o se aproximar da porta na hora de descer, pode perder a esta��o e ter de desembarcar longe”, conclui.

MAIS PASSAGEIROS

Com a Linha Verde e a expans�o do Vetor Norte, as pessoas se aproximaram do metr� e est�o preferindo um aperto maior nele, por ser mais r�pido do que o sofrimento prolongado nos �nibus”, observa o chefe do Departamento de Transportes e Geotecnia da Escola de Engenharia da UFMG, Nilson Tadeu Nunes.

Para o especialista, uma das solu��es de curto prazo seria ampliar o n�mero de carros das composi��es de metr�. “Hoje s�o quatro carros em cada composi��o. Mas as plataformas foram projetadas para receber at� o dobro. Certamente a aquisi��o de mais carros aliviaria, pelo menos por ora, a situa��o dos passageiros”, afirma.

1.317

circularam em hor�rio de pico, em abril deste ano. � como se 1.055 pessoas estivesse em p� (alta de 37%), descontando-se os 262 assentos


1.030

passageiros � a capacidade das composi��es. S�o quatro carros)


768

 pessoas podem viajar em p� e 262 sentadas, segundo os �ndices internacionais de conforto

 

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)