
A �nsia das pessoas que embarcam, nessa situa��o, se sobrep�e ao que manda o bom senso e a regra que fica pintada no piso de uma das esta��es onde mais passageiros se aglomeram � beira do embarque, a Vilarinho: “Deixe sair para depois entrar”. A confus�o envolve homens, mulheres e idosos. “A gente come�a a sair e precisa desviar para o canto, sen�o a turma que entra te empurra de volta para o trem”, afirma o aposentado Alberto Gon�alves, de 65 anos.
Ao longo das esta��es, os trabalhadores, estudantes e aposentados enfrentam mais inc�modos. Veja no quadro ao lado as defici�ncias e perigos dos locais de embarque e desembarque de passageiros.
Em sete esta��es o telhado � feito de amianto. Al�m de o material ser considerado cancer�geno pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), que afirma n�o haver nenhum limite seguro de exposi��o, o produto � perigoso por “poder contaminar devido ao “desprendimento das fibras em fun��o do envelhecimento dos materiais, mudan�as de temperatura, intemp�ries, processos abrasivos de limpeza, entre outras causas”. N�o bastassem os perigos, em quatro esta��es (Santa Tereza, Santa Efig�nia, Carlos Prates e Calafate), as telhas est�o com buracos enormes e trincas extensas por onde a �gua das chuvas jorra comprimindo ainda mais quem aguarda a chegada do metr�.
A falta de sanit�rios tamb�m � cr�tica. Eles s� est�o presentes em tr�s locais. Na Esta��o Eldorado, onde o servi�o custa R$ 0,20, na S�o Gabriel, em que � preciso descer at� a parte destinada � integra��o com os �nibus, e na Vilarinho, onde h� um banheiro qu�mico sujo e malcheiroso para os homens e dois para as mulheres.
CADEIRANTES
Se as pessoas que n�o t�m dificuldades para se deslocar enfrentam obst�culos nas esta��es belo-horizontinas, quem precisa usar cadeiras de rodas, muletas e portadores de defici�ncia visual passam por desafios ainda maiores. Apenas nove dessas plataformas t�m pisos t�teis para orientar quem tem baixa vis�o ou n�o enxerga. Eles precisam ser guiados pelos seguran�as e funcion�rios.
Ir e voltar do trabalho, para o auxiliar administrativo Jos� Wander Maas Souza J�nior, de 26 anos, que precisa de uma cadeira de rodas para se mover, � uma gin�stica que deixa os bra�os dormentes. “As rampas em espiral desgastam muito a gente. As cal�adas para chegarmos at� as esta��es s�o todas esburacadas. Se passar por l�, posso cair. Prefiro ir pela rua, desviando dos carros mesmo”, afirma.
Quando o metr� se alinha na plataforma, Jos� Wander espera a multid�o passar por ele e vai sozinho at� a �ltima porta. Os passageiros se apertam o quanto podem para que ele caiba. Como n�o h� espa�o reservado para cadeirantes, o auxiliar improvisa. Uma das m�os segura firme no aparato de metal e a outra trava a roda da cadeira. “Se bobear um minuto, com a acelera��o ou com a parada do metr�, posso tombar e me ferir. � uma falta de senso os carros de um metr� n�o terem espa�o pr�prio para portadores de necessidades especiais”, reclama.
RAIO X
Meio de transporte vital em Belo Horizonte tem problemas como falta de banheiros e extintores inoperantes nas esta��es
Passageiros
5 milh�es
� o n�mero de passageiros de metr� por m�s
40% deles, ou 2 milh�es,
usam a integra��o com o sistema de �nibus
7,5 mil
viagens s�o realizadas mensalmente
Esta��es (Linha 1)
Vilarinho*, Floramar, Waldomiro Lobo, 1º de Maio, S�o Gabriel*, Minas Shopping, Jos� C�ndido da Silveira*, Santa In�s, Horto, Santa Tereza, Santa Efig�nia, Central*, Lagoinha* (Rodovi�ria), Carlos Prates, Calafate, Gameleira, Vila Oeste, Cidade Industrial, Eldorado* (Contagem)
(*) Integra��o com o sistema de �nibus
Situa��o das 19 esta��es
7 permitem integra��o com os �nibus
3 s�o equipadas com banheiros
6 t�m bebedouros
9 possuem piso t�til
2 o ferecem rampas internas para deficientes
6 s�o ligadas por rampas externas para deficientes
10 telefones p�blicos estavam inoperantes
6 possuem escadas rolantes
1 escada rolante estava parada
13 elevadores funcionavam
2 elevadores n�o estavam operantes perigos
20 extintores estavam inoperantes
15 indicavam necessidade de recarga ou zero de conte�do
5 locais para extintores estavam vazios
2 caixas de mangueiras de inc�ndio n�o continham o equipamento
Fontes: CBTU, Estado de Minas