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Estado de Minas

Vale a lei do mais forte na hora de embarcar no metr�


postado em 06/11/2011 07:15

Lá dentro (do metrô), não há onde me prender. Se bobear, posso cair e me machucar - José Wander Maas Souza Júnior, 26 anos, auxiliar administrativo(foto: Paulo Filgueiras/EM.D.A/Press)
L� dentro (do metr�), n�o h� onde me prender. Se bobear, posso cair e me machucar - Jos� Wander Maas Souza J�nior, 26 anos, auxiliar administrativo (foto: Paulo Filgueiras/EM.D.A/Press)
O sofrimento dos usu�rios do metr� de Belo Horizonte n�o se resume �s horas que passam amassados entre mochilas, bolsas, embrulhos e corpos, no interior dos vag�es. O calv�rio come�a antes, quando chegam a uma das 19 esta��es da linha 1 (Eldorado/Vilarinho), a �nica em funcionamento entre a capital mineira e Contagem, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Ali, s�o muitas as situa��es que infligem mais desconforto e desgastam os passageiros. A mais evidente, talvez, � a falta de separa��o f�sica nas esta��es mais movimentadas, como ocorre em S�o Paulo, na Esta��o da S�, que tem cercas de alum�nio para ordenar a entrada da multid�o. A falta de revezamento na abertura das portas desses locais tamb�m causa tumulto. Como as portas se abrem apenas de um lado, quem precisa sair tromba com quem est� louco para encontrar um espa�o dentro do trem, for�ando passagem. Vale a lei do mais forte nas esta��es mais movimentadas, como Vilarinho, Eldorado, S�o Gabriel e Central, por exemplo.

A �nsia das pessoas que embarcam, nessa situa��o, se sobrep�e ao que manda o bom senso e a regra que fica pintada no piso de uma das esta��es onde mais passageiros se aglomeram � beira do embarque, a Vilarinho: “Deixe sair para depois entrar”. A confus�o envolve homens, mulheres e idosos. “A gente come�a a sair e precisa desviar para o canto, sen�o a turma que entra te empurra de volta para o trem”, afirma o aposentado Alberto Gon�alves, de 65 anos.

Ao longo das esta��es, os trabalhadores, estudantes e aposentados enfrentam mais inc�modos. Veja no quadro ao lado as defici�ncias e perigos dos locais de embarque e desembarque de passageiros.

Em sete esta��es o telhado � feito de amianto. Al�m de o material ser considerado cancer�geno pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), que afirma n�o haver nenhum limite seguro de exposi��o, o produto � perigoso por “poder contaminar devido ao “desprendimento das fibras em fun��o do envelhecimento dos materiais, mudan�as de temperatura, intemp�ries, processos abrasivos de limpeza, entre outras causas”. N�o bastassem os perigos, em quatro esta��es (Santa Tereza, Santa Efig�nia, Carlos Prates e Calafate), as telhas est�o com buracos enormes e trincas extensas por onde a �gua das chuvas jorra comprimindo ainda mais quem aguarda a chegada do metr�.

A falta de sanit�rios tamb�m � cr�tica. Eles s� est�o presentes em tr�s locais. Na Esta��o Eldorado, onde o servi�o custa R$ 0,20, na S�o Gabriel, em que � preciso descer at� a parte destinada � integra��o com os �nibus, e na Vilarinho, onde h� um banheiro qu�mico sujo e malcheiroso para os homens e dois para as mulheres.

CADEIRANTES

Se as pessoas que n�o t�m dificuldades para se deslocar enfrentam obst�culos nas esta��es belo-horizontinas, quem precisa usar cadeiras de rodas, muletas e portadores de defici�ncia visual passam por desafios ainda maiores. Apenas nove dessas plataformas t�m pisos t�teis para orientar quem tem baixa vis�o ou n�o enxerga. Eles precisam ser guiados pelos seguran�as e funcion�rios.

Ir e voltar do trabalho, para o auxiliar administrativo Jos� Wander Maas Souza J�nior, de 26 anos, que precisa de uma cadeira de rodas para se mover, � uma gin�stica que deixa os bra�os dormentes. “As rampas em espiral desgastam muito a gente. As cal�adas para chegarmos at� as esta��es s�o todas esburacadas. Se passar por l�, posso cair. Prefiro ir pela rua, desviando dos carros mesmo”, afirma.

Quando o metr� se alinha na plataforma, Jos� Wander espera a multid�o passar por ele e vai sozinho at� a �ltima porta. Os passageiros se apertam o quanto podem para que ele caiba. Como n�o h� espa�o reservado para cadeirantes, o auxiliar improvisa. Uma das m�os segura firme no aparato de metal e a outra trava a roda da cadeira. “Se bobear um minuto, com a acelera��o ou com a parada do metr�, posso tombar e me ferir. � uma falta de senso os carros de um metr� n�o terem espa�o pr�prio para portadores de necessidades especiais”, reclama.

RAIO X

Meio de transporte vital em Belo Horizonte tem problemas como falta de banheiros e extintores inoperantes nas esta��es

Passageiros

5 milh�es
� o n�mero de passageiros de metr� por m�s

40% deles, ou 2 milh�es,
usam a integra��o com o sistema de �nibus

7,5 mil
viagens s�o realizadas mensalmente



Esta��es (Linha 1)

Vilarinho*, Floramar, Waldomiro Lobo, 1º de Maio, S�o Gabriel*, Minas Shopping, Jos� C�ndido da Silveira*, Santa In�s, Horto, Santa Tereza, Santa Efig�nia, Central*, Lagoinha* (Rodovi�ria), Carlos Prates, Calafate, Gameleira, Vila Oeste, Cidade Industrial, Eldorado* (Contagem)
(*) Integra��o com o sistema de �nibus

Situa��o das 19 esta��es

7 permitem integra��o com os �nibus

3 s�o equipadas com banheiros

6 t�m bebedouros

9 possuem piso t�til

2 o ferecem rampas internas para deficientes

6 s�o ligadas por rampas externas para deficientes

10 telefones p�blicos estavam inoperantes

6 possuem escadas rolantes

1 escada rolante estava parada

13 elevadores funcionavam

2 elevadores n�o estavam operantes perigos

20 extintores estavam inoperantes

15 indicavam necessidade de recarga ou zero de conte�do

5 locais para extintores estavam vazios

2 caixas de mangueiras de inc�ndio n�o continham o equipamento


Fontes: CBTU, Estado de Minas


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