Se na superf�cie, dentro dos gabinetes, a burocracia emperra o in�cio de obras prometidas h� mais de 25 anos e atrasa a libera��o das verbas para o metr�, nas profundezas de Belo Horizonte a natureza favorece a amplia��o do sistema de transporte na capital mineira. Debaixo do relevo ondulado, a cerca de 30 metros do asfalto, a maior parte do territ�rio belo-horizontino � formado por gnaisse, rocha cristalina e resistente usada como brita na constru��o civil, e que oferece estabilidade para a passagem dos trens subterr�neos. “A situa��o de BH � infinitamente melhor do que Londres, S�o Paulo e Rio de Janeiro, cidades com sistemas de metr� j� estabelecidos h� muitos anos”, afirma o professor doutor Ed�zio Teixeira de Carvalho, aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Ao custo de R$1,4 bilh�o, a Linha 3, por onde circular�o cinco trens, ter� cinco esta��es – Lagoinha, Pra�a Sete, Pal�cio das Artes, Pra�a Tiradentes e Savassi. A linha passar� debaixo do Ribeir�o Arrudas e das proximidades da Avenida Afonso Pena e da Rua Pernambuco, chegando at� a Avenida Crist�v�o Colombo, na Regi�o Centro-Sul. Segundo Duarte, a concorr�ncia para conhecer o subsolo dessa regi�o ser� lan�ada independentemente da publica��o das propostas selecionadas para o PAC Mobilidade Grandes Cidades, programa do governo federal que promete garantir R$ 3,16 bilh�es para o metr� de BH.
Terra firme
Conhecedor das profundezas da cidade, professor Ed�zio, membro da equipe que elaborou os Estudos Geol�gicos, Hidrogeol�gicos, Geot�cnicos e Geoambientais do munic�pio de BH, em 1995, n�o tem d�vidas de que a sondagem apontar� terreno favor�vel ao transporte subterr�neo. “O metr� de BH deveria ser feito numa profundidade maior, na rocha gnaissica. Esse material firme d� estabilidade para os t�neis”, diz. Acima dessa camada dura, h� materiais menos resistentes, que j� sofreram altera��es e s�o mais inst�veis no caso de interven��es.
A exce��o, de acordo com Ed�zio, � a Regi�o da Savassi, que tem terreno mais heterog�neo. “Ali s�o encontradas rochas arrastadas da Serra do Curral, como itabiritos e quartzitos”, conta. Diretor do Instituto Mineiro de Avalia��es e Per�cias de Engenharia (Ibape-MG), Cl�menceau Chiabi Saliba J�nior destaca a import�ncia da sondagem numa capital com territ�rio totalmente ocupado. “O metr� de BH � perfeitamente exequ�vel e f�cil, se comparado a outros locais. Mas � a sondagem que vai mostrar o n�vel da rocha, a localiza��o do len�ol fre�tico e todas as interfer�ncias poss�veis, como as linhas de �gua, energia e drenagem.”
Clique para ampliar: