
Foi dada a largada para a constru��o de oito estacionamentos subterr�neos em Belo Horizonte, solu��o apresentada pela prefeitura para a falta de vagas na capital. Foi publicada nessa ter�a-feira no Di�rio Oficial do Munic�pio (DOM) licita��o para selecionar proposta de interessados no fil�o. O vencedor dever� pagar, no m�nimo R$ 8 milh�es aos cofres p�blicos construir e manter os empreendimentos capazes de abrigar 3,5 mil ve�culos. Em contrapartida, poder� operar os estacionamentos por 30 anos. Empresas estrangeiras podem entrar na concorr�ncia. Ganha quem pagar mais pela outorga. Para especialistas o projeto vai apenas remediar sem resolver o problema de transporte em BH, cuja frota beira 1,5 milh�o de ve�culos.
Formulada com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico (BNDES), a proposta da prefeitura prev� a cria��o de tr�s estacionamentos na regi�o da Savassi, dois na Pra�a Sete, um na �rea hospitalar, um no Barro Preto e um na Avenida �lvares Cabral (veja arte). O projeto representa um total de 3.469 novas vagas no per�metro da Avenida do Contorno at� 2017. As obras est�o previstas para come�ar no primeiro semestre de 2013, com a constru��o do estacionamento na Rua Tom� de Souza, na Savassi, na Regi�o Centro-Sul, e outro na Avenida Pasteur, no Bairro Santa Efig�nia, Regi�o Leste.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento planeja levar at� o fim do m�s interessados ao endere�o dos empreendimentos e marcou para 30 de outubro a data para abertura e julgamento das propostas. Estudos do BNDES estimam gasto de R$ 94 mil por vaga, o que representa um investimentos total de R$ 330 milh�es nos estacionamentos. “Esperamos que o mercado veja com bons olhos o projeto, com rentabilidade proporcional aos riscos. Por ser uma licita��o internacional, abrimos a possibilidade do maior n�mero de empresas apresentar propostas”, afirma o secret�rio da pasta, Marcello Faulhaber.
A prefeitura fixou o teto de R$ 7,90 pela hora de estacionamento, com base em pesquisas de mercado. O secret�rio ressalta que, al�m da outorga, o concession�rio dever� pagar 1% da receita bruta anual para a prefeitura. Caso seja instalada alguma atividade acess�ria, como loja de conveni�ncia ou banca de revistas, 10% do faturamento dever� ser repassado aos cofres p�blicos. Segundo Faulhaber, os estacionamentos subterr�neos n�o implicar�o na redu��o do n�mero de vagas nas ruas e avenidas da capital. Os novos espa�os no subsolo correspondem a 16,7% do total de vagas oferecidas pelo sistema rotativo. Atualmente, s�o 20.943 vagas f�sicas, o suficiente para atender 91.701 ve�culos por dia, de acordo com a BHTrans.
S� rem�dio
A manuten��o de vagas na superf�cie, segundo o professor do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Leandro Cardoso, � mais um indicativo de que o projeto pretende remediar e n�o resolver um problema hist�rico. “Trata-se de mais um atrativo para que as pessoas usem indiscriminadamente o transporte individual. Em vez de estimular a usar o carro, � preciso oferecer modos de transporte coletivo de qualidade. Mas nada tem sido feito para mudar o paradigma, pois hoje n�o compensa deixar o carro em casa”, afirma o professor.
Ele chama aten��o para o aumento de 198% da frota em BH, em um per�odo de 20 anos, frente ao crescimento de apenas 18% da popula��o. “A melhoria das condi��es econ�micas favorecem, mas h� uma car�ncia hist�rica em rela��o ao meio de transporte em BH, o que leva a popula��o a tentar resolver seus anseios individualmente”, ressalta. O secret�rio de Desenvolvimento, entretanto, garante que os estacionamentos fazem parte de um pacote de iniciativas para melhorar a mobilidade, entre elas o BRT (transporte r�pido por �nibus) e o metr�.
Constru��o preocupa comerciantes
Comerciantes ficam entre a cruz e a espada quando o assunto s�o os estacionamentos subterr�neos. Ao mesmo tempo em que comemoram a cria��o de novas vagas na �rea central da cidade, se preocupam com o impacto das interven��es, previstas para come�ar em 2013 e se estender por quatro anos. Na tentativa de resolver o impasse, o Sindicato dos Lojistas do Com�rcio de Belo Horizonte (Sindilojas) quer discutir com a prefeitura medidas para minimizar os preju�zos nas �reas onde haver� obras.
“Temos um problema muito s�rio de vagas, principalmente no Hipercentro e na Savassi e os estacionamentos v�o ajudar muito, mas queremos conversar com a prefeitura”, afirma o presidente da entidade, Nadim Donato Filho. Enquanto a revitaliza��o da Savassi, na Regi�o Centro-Sul, � lembrada como experi�ncia traum�tica, Nadim fala das obras de preven��o de enchentes da Avenida Prudente de Morais, tamb�m na Centro-Sul, como um exemplo a ser seguido.
“Fizemos mais de 15 reuni�es com a empreiteira e a prefeitura e aceitaram todas as nossas sugest�es, mudando, inclusive, os pontos de escava��o”, conta. O secret�rio municipal de Desenvolvimento, Marcello Faulhaber, afirma que a prefeitura estabeleceu um cronograma com obras escalonadas para evitar que a �rea central se transformasse num canteiro de obras.
Faulhaber garante que a reforma da Savassi n�o ser� afetada pela constru��o dos estacionamentos, mas ressalta que � imposs�vel fazer obra sem impacto. (FA)