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Estado de Minas

Pedras est�o no lugar de �gua em rios de Minas


postado em 12/07/2012 06:00 / atualizado em 12/07/2012 06:33

 

Salinas – Se Minas tem cidades que foram privadas de seus rios pela constru��o de hidrel�tricas, caso de Aimor�s, no Vale do Rio Doce, outras viram seus cursos d’�gua sumir lentamente devido � degrada��o. � o caso de Salinas, no Norte do estado. Segundo a prefeitura local, pelo menos oito rios do munic�pio que antes tinham �gua o ano inteiro praticamente desapareceram. Outros ainda correm, mas com vaz�o muito reduzida. “Acredito que a falta de preserva��o das nascentes foi a respons�vel. A regi�o sofreu muito com o  desmatamento para a monocultura do eucalipto na d�cada de 1970”, afirma a engenheira ambiental Geisa Batista, da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente. A titular da pasta, Maria Helena Silva, alerta que os mananciais e todo o ecossistema de munic�pios da regi�o correm risco de danos maiores ainda, por causa dos projetos de extra��o do min�rio de ferro que est�o sendo instalados no Norte do estado.

Na zona rural de Salinas n�o � dif�cil constatar o resultado que a explora��o sem crit�rios j� produziu. Ele aparece sob a forma de leitos vazios, tomados por areia ou pedras. � a situa��o do Rio Jurucutu, na localidade hom�nima. “Esse rio corria cheio o ano inteiro. Hoje, quando chove muito, a �gua corre por uns oito dias e depois seca de novo. S� restaram pedras”, conta o aposentado Clemente Ferreira de Souza, de 69 anos, enquanto caminha no leito seco ao lado do filho, o tamb�m agricultor Adevaldo Pereira Ferreira de Souza, de 45. No fundo da casa de Clemente, uma prova de que a fauna do rio mudou: entre as pedras do leito que j� correu caudaloso e cheio de peixes, apareceu um ninho de urubu. Com a seca, clemente abriu uma cacimba no leito para retirar �gua e manter a planta��o de hortali�as. Por�m, o po�o tamb�m secou. “Agora, n�o sei como fazer. O jeito vai ser parar com tudo”, lamenta.

A situa��o se repete no Rio Tabocas, que passa junto ao distrito de Ferreiropolis. O lavrador Vilmar Sarmento, de 59, lembra que h� 30 anos era bem diferente. “O rio era cheio quase o ano inteiro. Tinha muito peixe. De uns tempos pr� c�, passou a correr s� mesmo na chuva. Assim mesmo, pouco dias depois seca de novo”, relatou.

S� Deus

O Rio Vacaria, que corta v�rios munic�pios da regi�o, j� foi considerado caudaloso. Hoje seu volume diminuiu muito com o assoreamento. Em v�rios trechos, s� se destacam as pedras e bancos de areia. � assim nos fundos da propriedade de Graziano Mendes Spindola, de 58, no munic�pio de Fruta de Leite. “J� teve muita �gua. Agora, s� Deus para fazer o Vacaria voltar a correr como antes”, acredita. Sua vizinha, a agricultora Celsina Pereira de Souza, de 43, que mora na outra margem, j� no munic�pio de Padre Carvalho, culpa o plantio de eucalipto. “O medo agora � de secar de vez. A�, vamos ter que sair daqui”, preocupa-se.

A empresa Sul Americana Metais (SAM), do Grupo Votarantin, anunciou que vai construir uma barragem no rio, com investimento de R$ 80 milh�es, para garantir a oferta de �gua para um mineduto, visando o escoamento do min�rio de ferro. Moradores t�m esperan�a de que isso possa melhorar a vaz�o no leito.  (LR)


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